A Oração É De importância vital. É o meio de comunhão com nosso Pai-Mãe Deus, nosso Criador e preservador. Na oração, agradecemos a Deus por Suas bênçãos e cuidado, e O louvamos por todas as maravilhas do universo. Estamos orando quando pedimos a Deus ajuda e consolo e quando afirmamos Sua presença e Seu poder ilimitado. Escutar é parte importante da oração, isto é, escutar humilde e pacientemente a clara orientação de Deus.
Os cultos nas igrejas cristãs incluem, de alguma forma, a Oração do Senhor, também conhecida como o Pai Nosso, que nos foi dada por Cristo Jesus. A inspiração e o amor expressos nessa oração, a mais importante de todas as orações, podem proporcionar muito consolo e cura. Freqüentemente, porém, as ocasiões para orar surgem quando estamos longe de uma igreja, quando estamos ocupados com atividades cotidianas. Quantas vezes agradeci a Deus em silêncio, ou mesmo em voz alta, a caminho do carro, no fim de um dia de trabalho. Agradeci a Ele por meu emprego e pelas oportunidades de trabalhar com outras pessoas, Seus filhos e filhas, e por um belo dia.
A gratidão silenciosa, oferecida à medida que o dia passa, não entra em conflito com aquilo que Cristo Jesus disse: "Quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." Mateus 6:6. Falando sobre as implicações espirituais da ordem de Jesus para entrarmos no quarto, a Sra. Eddy escreve: "Para orar com acerto, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e impor silêncio aos sentidos materiais. No tranqüilo santuário das aspirações sinceras, precisamos negar o pecado e afirmar que Deus é Tudo." Ciência e Saúde, p. 15.
E o que acontece se estivermos cercados de distrações que prendem toda a nossa atenção e sugerem que não temos condições de orar? Às vezes nosso pensamento e as circunstâncias que nos cercam parecem tudo menos um santuário!
Uma vez, encontrei-me exatamente numa situação assim. Sou professor de pintura. Certo dia, há alguns anos, eu estava trabalhando com uma turma de cerca de vinte e cinco alunos, calouros a veteranos. Era um dia bonito e quente, perto do fim do ano escolar. Um dia daqueles em que ninguém tem realmente vontade de ficar dentro da escola (principalmente num prédio sem ar condicionado!) Eu estava apresentando um novo projeto e pretendia demonstrar para a turma o uso de aquarelas. Durante os cinco minutos de intervalo entre uma aula e outra, comecei a sentir os sintomas de enxaqueca. Imediatamente orei a Deus em silêncio.
O que acontece se estivermos cercados de distrações que prendem toda a nossa atenção e sugerem que não temos condições de orar?
Quando os alunos entraram na sala, eu os cumprimentei, mas percebi que estava perdendo parte do meu campo de visão. Não queria chamar atenção para o problema, que eu sabia não ser parte da criação de Deus nem de minha verdadeira natureza, como expressão puramente espiritual de Deus. Procedi com a rotina normal de fazer a chamada e explicar as atividades da aula. Estava com uma vontade enorme de me desculpar e buscar refúgio num escritório vazio ou nalgum outro lugar isolado, onde eu pudesse orar em paz. Mas sabia que não havia nenhum outro professor disponível para dar a aula. Então continuei a volver meu pensamento a Deus em oração silenciosa e prossegui com a apresentação do ponto.
Para que eu pudesse demonstrar as técnicas de aquarela como havia planejado, pedi aos alunos que viessem para a frente, em torno de uma mesinha, onde todos poderiam observar de perto o que eu estava fazendo. (Assim, em vez de me afastar das outras pessoas, logo estava cercado pela turma toda!) À medida que os alunos faziam um círculo à minha volta, tornando a atmosfera ainda mais abafada, declarei silenciosamente para mim mesmo: "Nada pode estar mais perto de mim que a presença de Deus."
Comecei a falar para a turma sobre técnicas de pintura em aquarela, demonstrando os conceitos à medida que falava. Claro, eu não precisava falar continuamente. Durante os momentos de silêncio, enquanto mostrava à classe como manejar o pincel de um modo específico, eu declarava a mim mesmo, silenciosa, porém veementemente, as verdades espirituais. Declarei que Deus estava ali mesmo comigo, me protegendo e guiando. Ainda que parecesse que eu só conseguia enxergar cerca de um terço do papel em que estava pintando, sabia que, em realidade, eu era a idéia espiritual de Deus, refletindo o Pai-Mãe Deus que tudo vê. Como Deus, o bem, é Tudo, nada além do bem poderia me atingir. Deus é a fonte de minha vida e de meu bem-estar; Ele ama a mim e a todos. Foi reconfortante perceber que eu podia continuar com minha tarefa, cercado pelos alunos, e, ainda assim, naquela situação mesmo, orar eficazmente. Um dos efeitos imediatos foi que senti todo o medo se dissolver. Apesar dos sintomas físicos, minha tranqüilidade não se alterou e senti a presença de Deus.
Assim, a aula sobre aquarelas e minha silenciosa oração a Deus continuaram. Eu tinha certeza daquilo que ensinava sobre pintura, e fiquei igualmente persuadido das verdades espirituais que estava silenciosamente afirmando.
A demonstração tomou quase todos os quarenta e cinco minutos da aula. Consegui até mesmo responder às perguntas dos alunos durante a aula, e ainda continuar a orar. Quando terminei de pintar, minha visão já estava quase completamente normal. Mandei os alunos de volta a seus lugares, já que tinha falado sobre todos os conceitos que pretendia apresentar. Em silêncio, agradeci a Deus por Ele estar sempre presente e sempre disponível. A cura logo se completou. O restante do dia foi animado pela consciência de eu haver me aproximado de Deus.
Essa experiência foi realmente um marco para mim. Ensinou-me que podemos orar a qualquer hora e em qualquer lugar. Não apenas quando é conveniente, ou como parte do culto na igreja! E nunca estamos separados de nosso quarto, nosso "tranqüilo santuário". Nada, por mais urgente ou tedioso que pareça ser, pode nos impedir de trabalhar a partir da união de Deus e do homem, que é a base da oração. Mesmo um momento ou dois reconhecendo a verdade espiritual e cedendo lugar a ela, traz-nos vislumbres reconfortantes do amor onipotente de Deus. E esses instantes de revelação trazem cura!
