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Há solução para a violência?

Da edição de março de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Se Olharmos Dez, cinqüenta ou dois mil anos para trás, talvez cheguemos facilmente à conclusão de que a violência não desapareceu da face da terra. No entanto, esse prognóstico é semelhante à aceitação de que a ignorância é imutável, de que a pobreza é irreversível, ou de que o ódio é permanente. As coisas, no entanto, não são assim.

Paulo disse: "A ninguém fiqueis devendo cousa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros: pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei". Romanos 13:8. E é bom lembrar que Paulo praticara, em sua própria vida, a violência e a vingança. No início de sua vida adulta, logo após a crucificação de Cristo Jesus, dedicou-se a perseguir os seguidores do Mestre. Como judeu, Paulo sentia-se no direito de expurgar os cristãos que, em sua nova forma de adoração e cura, perturbavam a estrutura tradicional das crenças religiosas estabelecidas havia séculos.

No entanto, como Paulo foi curado dessas crenças de ódio, qualquer pessoa também pode ser curada. A caminho de Damasco, no encalço de cristãos para serem aprisionados, ele foi surpreendido pela maravilhosa luz do Cristo, a Verdade. Depois de ser transformado, ele passou o resto da vida a promover incansavelmente a obra sanadora do Cristianismo. Ver Atos cap. 9.

Qual era a "lei" que deveria ser cumprida, mencionada por Paulo no versículo citado anteriormente? Baseava-se numa legislação ou num código de ética? Não. Baseava-se no estatuto divino que Paulo compreendeu ter muito mais significado do que qualquer lei humana. Baseava-se na lei de Deus. Naquilo que Jesus dizia ser "o grande e primeiro mandamento": "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento". Mateus 22:37, 38.

Essa lei monumental proporciona o fundamento seguro sobre o qual podemos demonstrar o verdadeiro conceito de amor. E esse amor manifesta-se no amor que expressamos e que vem de Deus, o Amor divino. A humanidade não ama a partir de sua própria vontade. Como o homem é o reflexo de Deus, o amor que as pessoas sentem umas pelas outras é o resultado natural do amor de Deus por toda a Sua criação. Esse reflexo do Amor divino é o que atrai as pessoas numa fraternidade comum. Na realidade, essa fraternidade não pode terminar, ser invertida ou pervertida. O amor de Deus é puro, espiritual e constante.

Quando eu tinha dez anos de idade, passei por uma experiência que me ajudou a compreender a importância de realmente compreender "o grande e primeiro mandamento". Mudei-me para uma cidade grande onde havia pessoas de muitas raças, e imediatamente dei-me conta de que, para minha própria segurança, era necessário que eu sempre andasse com pessoas de minha própria raça. As vezes eu frequentava uma Escola Dominical da Ciência Cristã, que ensinava uma solução diferente para a hostilidade. Eu, no entanto, continuava a depender do método humano para enfrentar o antagonismo racial. Até que um dia, quando andava sozinho num outro bairro, deparei-me com um grupo rival de adolescentes. Eles bloquearam meu caminho e começaram a bater palmas em sinal de confronto. Imediatamente pensei que esse ambiente de ódio e antagonismo era errado. Em vez de preparar-me para lutar, ou desviar o caminho, pensei estar rodeado de anjos; anjos grandes. E passei pelo grupo sem dificuldade.

Com esse incidente, livrei-me do ressentimento e do medo e nunca mais me vi envolvido em nenhum confronto racial. A metafísica que usei foi simples. Na realidade, foi a idéia da presença de que me envolvendo e protegendo, representada pelos anjos, que eliminou o antagonismo de minha vida. Sinto-me grato por essa experiência, porque fez com que eu compreendesse que qualquer esforço para curar o antagonismo deve começar colocando-se a Deus em primeiro lugar no pensamento. E é isso o que significa observar "o grande e primeiro mandamento".

O segundo grande mandamento deixado por Jesus, "amarás o teu próximo como a ti mesmo", Mateus 22:39. é evidente por si mesmo, se "o grande e primeiro mandamento" for compreendido. Seria impossível amar verdadeiramente a Deus e não amar o homem por Ele criado. Como não há separação entre Deus e Seu reflexo, amar a Deus necessariamente resulta em amar o homem. Na realidade, um não pode existir sem o outro.

O amor instável só pode acontecer quando Deus não é compreendido, ou quando é excluído do caso. Se as pessoas acreditam que o amor seja meramente uma questão de emoções humanas que flutuam de acordo com as circunstâncias, torna-se fácil entender a atitude de alguns indivíduos. Muitos são levados a prejudicar, e até mesmo assassinar, alguém que supostamente outrora tenham amado; a ter filhos que não amam, sem possibilidades de criá-los adequadamente; a apropriar-se de coisas que pertencem a outrem. Muitos até acreditam que a "eliminação de certas pessoas" é justificada com o propósito de se construir uma comunidade mais homogênea. No entanto, compreender e obedecer profundamente "o grande e primeiro mandamento", e compreender a Deus como Amor, a única causa, significa abençoar nosso próximo, nunca prejudicá-lo.

As palavras da Sra. Eddy, a fundadora da Igreja de Cristo, Cientista, expressam melhor essa idéia: "O Princípio divino do Primeiro Mandamento é a base da Ciência do ser, pela qual o homem demonstra saúde, santidade e vida eterna. Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo; aniquila a idolatria pagã e a cristã — tudo o que está errado nos códigos sociais, civis, criminais, políticos e religiosos; estabelece a igualdade dos sexos; anula a maldição sobre o homem, e não deixa nada que possa pecar, sofrer, ser punido ou destruído". Ciência e Saúde, p. 340.

Temos acaso uma responsabilidade mais abrangente de curar o ódio e a violência que se localizam fora de nosso próprio pensamento e comportamento? A Sra. Eddy claramente respondeu a essa pergunta, quando escreveu: ".. . os que discernem a Ciência Cristã, porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o erro. Manterão a lei e a ordem, e aguardarão alegremente a certeza da perfeição final". Ibidem, p. 96. A época a qeu ela se refere é agora. E a arma que ela recomenda para essa luta é científica e metafísica.

A oração começa com a compreensão clara de que Deus, o Espírito, é o único Criador. Seu universo, inclusive o homem, é espiritual e bom. O quadro material que descreve um mundo dominado pela violência é uma mentira. O mal não faz parte da criação de Deus! Essa mentira é destruída pela Verdade, da mesma forma que a luz destrói a escuridão.

Existe, então, uma solução para a violência? Claro que sim! O caminho rumo à harmonia permanente passa pela compreensão e aplicação do "grande e primeiro mandamento". Amar a Deus de todo o nosso coração nos conduzirá a uma vida mais cristã. Além de neutralizar o mal, fará com que andemos em meio ao mal sem sermos atingidos. As pessoas que aceitarem a natureza do Cristo e aplicarem as regras científicas da cura-pelo-Cristo, como revelada pela Ciência Cristã, causarão um impacto no mundo.

Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou;
não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize.

João 14:27

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