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Não reaja

Da edição de março de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Eu Era jovem, costumava perder a calma com frequência, quando achava que minha indignação era justa por estar defendendo uma boa causa. Mas, à medida que pensava e orava sobre esse assunto, descobri que em realidade não existe uma indignação justa, pois a indignação é, na verdade, um grau de ódio. Comecei a compreender que minha atitude talvez fosse de auto justificativa, em vez de justa. Consternada, passei a me esforçar para vencer o que a essa altura já havia se tornado um hábito de reagir.

Certo dia, durante essa época, eu estava lendo a história de José, na Bíblia. Ver Gênesis, caps. 37, 39-50. Vi que durante muitos anos a vida dele foi uma experiência difícil atrás da outra: foi vendido como escravo por seus irmãos invejosos e levado para o Egito; algum tempo depois foi injustamente acusado e preso. Mas José persistiu em seu amor a Deus e em sua obediência a Ele. Graças à sua proximidade a Deus, foi capaz de interpretar sonhos e tirado da prisão para que pudesse interpretar o sonho do faraó. Como resultado da sabedoria demonstrada, José foi escolhido pelo faraó para administrar a armazenagem de trigo durante sete anos de colheitas abundantes. Essa precaução evitou a fome durante os sete anos de seca que se seguiram. Depois que seus irmãos vieram uma segunda vez de Canaã para comprar trigo durante a seca, José lhes revelou sua identidade. José disse a seus irmãos que não se culpassem pelo que haviam lhe feito, "porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós". Gênesis 45:5.

Decidi aprender com a experiência de José e fazer um esforço para não reagir. Não foi fácil. Em toda parte havia pessoas retrucando com raiva, motoristas buzinando a todo volume, gente cerrando os punhos e fazendo gestos obscenos para os outros. Mas eu compreendi que o egoísmo, a obstinação, a autocomiseração, o egotismo, a arrogância, a justificação própria, até mesmo a inibição, estão errados, porque não têm amor, uma qualidade fundamental de Deus, que se expressa em tudo o que Ele cria, em tudo o que é verdadeiro. A personalidade absorvente, com seu falso senso de ego, é a maneira de ser da mente mortal, carnal. Não faz caso da lei de Deus, a lei do Amor, mas podemos provar que essa falsidade não tem poder nem substância.

Em seu Sermão do Monte, Cristo Jesus diz: "Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;" e ele completa: "Amai os vossos inimigos. ..."  Mateus 5:38, 39, 44.

Como podemos amar alguém que está nos odiando e maltratando? Jesus foi capaz de fazê-lo porque ele sempre reconhecia apenas um poder, o Amor divino, e via o homem como este realmente é, criado à semelhança de Deus, sem ímpetos de ódio. Crescemos em nossa capacidade de amar como Jesus amava, quando vigiamos cuidadosamente nossos pensamentos, quando deixamos o Amor torná-los mais semelhantes ao Cristo e nos esforçamos para ver em nós mesmos e nos outros apenas o homem que Deus criou. Desse modo, podemos continuar a amar, independentemente do que outra pessoa esteja fazendo. Num artigo intitulado "Amai os vossos inimigos", a Sra. Eddy escreve: "Se foste vítima de injustiça, perdoa e esquece: Deus recompensará esse agravo, e punirá, mais severamente do que tu poderias punir, aquele que tentou te prejudicar. Nunca pagues o mal com o mal; e, sobretudo, não te imagines injustiçado quando não o foste". Miscellaneous Writings, p. 12.

Há algum tempo recebi uma carta de uma pessoa que me conhecia havia vários anos, e nossos contatos haviam sempre sido bastante harmoniosos. A carta continha algumas acusações falsas contra mim. De início senti-me prostrada, depois magoada e ressentida, pois achei que ele me conhecia o suficiente para saber que tais atitudes definitivamente não eram do meu feitio. Isso aconteceu numa sexta-feira. Comecei a orar para ver o autor da carta como o homem criado por Deus. A medida que o fazia, minha consciência ficou repleta de idéias espirituais. Gradualmente o ressentimento e a mágoa cederam e fiquei purificada, elevada e inspirada pelo Amor divino. Telefonei para aquela pessoa e simplesmente lhe pedi para me encontrar em meu escritório na segundafeira pela manhã. Depois disso senti-me em paz.

Na segunda-feira, a caminho do escritório, continuei a perceber a totalidade do Amor divino. Quando cheguei à minha mesa, estava completamente segura de que o Amor está em todo lugar, eu estava expressando esse Amor e não havia espaço para pensamentos não amorosos. Quando aquela pessoa passou pela porta, tenho certeza de que sentiu a presença do amor de Deus, e correspondeu, antes de se dizer uma só palavra. Conversamos alguns momentos, ele reconheceu sua opinião errônea sobre mim, desculpou-se e esse foi o fim da desarmonia. Daí em diante, ele foi sempre amigável e compreensivo. O Amor divino nos havia libertado a ambos.

Assim como curamos a mágoa e o ressentimento, apoiando-nos completamente no Amor divino, podemos subjugar o medo de modo semelhante: percebendo a presença do Amor. O medo é uma crença em um poder oposto a Deus. Mas Deus tem todo o poder. Portanto, o medo é infundado, um erro, ou uma falsa crença. Vencemos os efeitos de qualquer erro, quando paramos de acreditar nele e a ele reagir. O apóstolo João nos diz: "No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo".  1 João 4:18.

Houve uma época em que várias casas do meu bairro foram assaltadas. Para não reagir às conversas cheias de temor, eu orava para saber que todos estavam a salvo e seguros, porque o Amor divino está sempre presente. Era nossa verdadeira guarda. Não senti medo. Certa noite, após ter ido me deitar, estava acordade e, como de costume, em silenciosa comunhão com Deus. Lembrei-me de que havia esquecido de acender a luz no quarto de meu filho, como costumava fazer nos dias em que ele chegava mais tarde em casa. Fui até a outra extremidade da casa, estiquei a mão para dentro do quarto, apertei o interruptor para acender a luz, voltei para o meu quarto e fui dormir. Pouco mais tarde meu filho chegou e reparou que alguém havia forçado uma das venezianas de seu quarto. Telefonou para a polícia. Quando o policial chegou, inspecionou a janela e disse que não podia entender como o assaltante não havia entrado. Compreendi que isso provavelmente acontecera no momento em que eu fora divinamente impelida a acender a luz. Silenciosamente, agradeci a Deus por sua orientação e proteção.

Inclina o teu ouvido e
ouve as palavras dos sábios,
e aplica o teu coração
ao meu conhecimento.

Provérbios 22:17

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