Meu Quarto No hotel não era bonito. A janela não era bonito. A janela não tinha persiana e a decoração era pouco atraente, sem vida. Eu estava fazendo o Curso Primário de Ciência Cristã, e esta era a segunda semana de aula. Sozinha no quarto sendo dia do meu aniversário, recebi vários telefonemas de minha família, e fiquei muito agradecida por essas expressões de amor.
Eu estava passando por um momento difícil. Sentia-me tolhida devido à minha falta de conhecimentos e compreensão. Parecia que não me dava tempo para ponderar cada idéia que me era apresentada.
Minha nora me havia sugerido que eu fizesse esse curso, pois a havia ajudado muito. Eu viajara para conhecer um professor de Ciência Cristã e conversar sobre a possibilidade de tomar parte em seu próximo curso e durante a entrevista expliquei que eu não possuía um bom conhecimento das histórias bíblicas nem noção geral da história da Bíblia. E também que eu havia começado o estudo da Ciência Cristã quando já tinha filhos, enquanto a maioria dos membros de minha igreja eram Cientistas Cristãos desde a infância. O professor replicou que tudo isso não era motivo para eu me preocupar.
O meu quarto no hotel parecia refletir meus sentimentos de carência. Meu horário de estudo geralmente ia até uma ou duas horas da madrugada e levantava-me às seis da manhã. Essa noite, porém, quando apaguei a luz, eu estava com dor nas cadeiras, sentia-me mal e não conseguia dormir. Quando me levantei, vi a roupa de cama toda amontoada e percebi então que eu passara a noite lutando com meus pensamentos errôneos.
Tomei banho, me vesti e sen-tei-me para ler a Lição Bíblica. Eu não tinha boas expectativas para o dia. A Lição daquela semana era "A Eucaristia". O Texto Áureo declarava: "Disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24). Continuei a ler e cheguei ao trecho onde Jesus perguntava três vezes a Pedro se ele, Simão Pedro, o amava (ver João 21:15-17). Fiquei com pena de ver que o amor de Simão estava sendo questionado. Mas quando ele mostrou-se preocupado com assuntos que se referiam a outro discípulo, Jesus disse: "Que te importa? Quanto a ti, segue-me". Compreendia que Simão havia se ocupado com sentimentos incorretos e desnecessários. E eu também.
João disse: "Vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade" (João 4:23). E a Sra. Eddy disse: "Embora demonstrasse seu domínio sobre o pecado e sobre a doença, o grande Mestre de modo algum dispensou os outros de, por si mesmos, darem suas próprias e indispensáveis provas de piedade. Trabalhou para orientá-los, a fim de que pudessem demonstrar esse poder como ele o demonstrou, e compreender o Princípio divino desse poder" (Ciência e Saúde, p. 25).
Foi nesse ponto que senti uma mudança. Aí percebi que a dor havia passado e comecei a sentir confiança, o que não tivera antes. Senti a presença do Cristo. Meus errôneos pensamentos de incapacidade e dor cederam à Verdade. Eu havia sido reconfortada por Deus, sentia-me animada, já não estava mais deprimida, adquirira força e propósito.
Fui para a classe, sabendo que não me faltaria habilidade para entender o bem. Eu estava preparada para ser parte integrante dessa classe de Ciência Cristã. Fui à aula, tendo o que dizer e o que compartilhar. Para minha grande satisfação, eu contava com a compreensão do estudo e a inspiração de haver tido uma cura. Eu comentei com os colegas mais chegados sobre a cura e eles ficaram interessados em saber como havia ocorrido. Os dias restantes da instrução em classe foram muito mais fáceis.
A verdade é que não há deficiência, quando nós seguimos a lei de Deus. Agora compreendo melhor que Deus me deu toda a sabedoria de que preciso.
Lemont, Illinois, E.U.A.
