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A violência cede ao amor

Da edição de setembro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Foi um incidente perturbador. Nossa família estava visitando uma cidade que não conhecíamos, procurando por uma determinada loja. Estávamos perdidos e eu fiz uma conversão errada. Parece que, nessa operação, eu inadvertidamente fechei a frente de outro motorista e ele ficou furioso. Ele passou a seguir nosso carro. Onde quer que fôssemos, lá estava ele ao nosso encalço.

Finalmente, entrei num estacionamento e parei. Ele parou ao nosso lado e saiu do carro, vermelho de raiva. Eu abri a porta do carro e o encarei. Ele disse: “Do jeito que você estava dirigindo, lá atrás, quase causou um acidente. Eu devia esmurrar você até transformá-lo numa massa sangrenta."

Ora, eu não estava com medo da agressão física. Afinal, eu era faixa verde em judô. No entanto, estava preocupado com meus filhos. Que espécie de exemplo iria dar a eles? Volvi-me mentalmente a Deus e perguntei-lhe: “Que devo fazer?”

Senti que devia ficar imóvel e em silêncio. Logo depois, o homem disse: “Se não fosse por seus filhos aí, meu caro, eu acabaria com você."

Então, ele voltou ao seu carro e partiu e nós também continuamos nosso caminho. Encontramos a loja, compramos as roupas de que precisávamos e voltamos para casa.

Eu relatei resumidamente às crianças que havia me volvido a Deus em pensamento e que estava grato porque o homem havia recuperado o autocontrole e partido. Isso aconteceu há mais de vinte anos, porém continuei a pensar em como se poderia chegar à raiz do problema da violência no trânsito.

Fiquei grato pela proteção, mas fiquei ainda mais satisfeito pelo fato de que nem sequer fiquei tentado a acelerar e olhar feio para o outro motorista.

Um dos pontos críticos da questão parece ser o tempo. As pessoas acham que não têm tempo suficiente e estão sempre com pressa. Isso leva à impaciência, que dá origem à raiva. A palavra paciência está relacionada com a palavra grega pathos, que significa "sentir". Em realidade, paciência significa sentir amor. É amor sem irritação.

Venho trabalhando no sentido de cultivar a paciência dentro de mim. Tenho procurado praticá-la. Ao fazer isso, encontrei na Bíblia ensinamentos muito esclarecedores. Aprendi que Deus é a minha força. Ele trava as batalhas mentais por mim. Ele me dá força para eu exercer o autocontrole que me capacita a ser paciente, a sentir amor. Não é esse o significado destes versículos tão conhecidos dos Salmos? "O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? Quando malfeitores me sobrevêm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam e caem. Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança" (27:1–3).

Meus inimigos são, em realidade, os pensamentos que me fazem ficar belicoso ou irritado. Eu não tenho de ter medo de tais pensamentos. Posso vencê-los, compreendendo que Deus me dá a força para sentir e expressar amor.

Lembro-me de Moisés, diante do Mar Vermelho, com as tropas do Faraó ao seu encalço. O mar estava diante dele. O povo estava com medo. Moisés confiava em Deus a cada passo do caminho. Ele disse ao povo: "Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará..." (Êxodo 14:13). Então Moisés foi instruído a levantar o seu cajado sobre o mar. O mar dividiu-se ao meio e o povo atravessou sobre solo seco. E toda a ameaça do passado desvaneceu-se, ficando para trás.

Encontrei também uma declaração de Mary Baker Eddy que ajudou a ampliar minha compreensão e capacidade de ser paciente. Encontra-se num artigo intitulado: "Como podemos parar o conflito", publicado originalmente no jornal Boston Globe, em 1904. Ela escreveu: "O Princípio de todo o poder é Deus, e Deus é Amor. Tudo o que traz ao pensamento ou ação humana algum elemento oposto ao Amor, nunca é algo inevitável, nunca é uma necessidade, e não tem a sanção da lei de Deus, a lei do Amor" (The First Church of Christ, Scientist and Miscellany, pp. 278–279).

Hoje, se alguém me dá uma "fechada" no trânsito ou faz algo que possa provocar-me, exerço meu autocontrole para sentir a presença do amor de Deus. Talvez haja uma boa razão para o outro motorista estar apressado e eu posso sentir amor sem irritação. Posso seguir meu caminho, em paz.

Recentemente, minha esposa e eu tivemos a oportunidade de amar dessa maneira. Um caminhão com duas carretas entrou repentinamente na pista em que eu estava, numa estrada de alta velocidade. Consegui mudar rapidamente para a pista do meio, que estava vazia, evitando que a parte traseira da carreta batesse no nosso carro e nos lançasse, sem controle, para fora da estrada. Fiquei grato pela proteção, mas fiquei ainda mais satisfeito pelo fato de que nem sequer fiquei tentado a acelerar e olhar feio para o outro motorista, algo que talvez eu fizesse, no passado.

A violência no trânsito não é uma lei e não pode governar ninguém. A lei de Deus, a lei do Amor, governa tudo e todos.

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