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Só me restava confiar em Deus!

Da edição de setembro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Há mais de três mil anos, recém saída da escravidão, a nação hebraica encontrava-se às margens do Mar Vermelho, esperançosa de chegar à Terra Prometida. A alegria daquele povo, porém, fora de curta duração. As tropas do Faraó vieram no encalço deles. Encurralados entre os soldados egípcios e o mar, eles clamaram, aterrorizados: “...melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto” (Êxodo 14:12).

Moisés, por outro lado, tivera outras experiências do poder e amor de Deus. Essa situação aparentemente desesperadora não foi diferente, pois Deus supriu o necessário de forma maravilhosa: as águas do mar se abriram e o povo passou em terra seca.

Há quase dez anos, tive de enfrentar o meu próprio Mar Vermelho. Havia me divorciado e mudado para outra cidade. Ali, constatei que minha profissão não me daria os meios de sustentar a mim e meus dois filhos. Depois de um ano, nossas economias haviam se esgotado, nossa casa estava para ir a leilão e tínhamos pouquíssimos mantimentos. Não havia perspectivas de conseguir um bom trabalho.

Antes de os filhos de Israel poderem ir para a Terra Prometida, eles precisavam confiar em Deus, sem medo. O amor de Deus já estava ali, mas eles não estavam vendo. Sentiam-se abandonados, mas Deus, o Amor divino, estava sempre presente e os salvou.

Tive de aprender a não ter medo e consegui isso, obedecendo à segunda ordem dada por Moisés: “aquietai-vos”. Essa não parece ser uma ordem plausível, quando a vontade humana clama que é preciso fazer alguma coisa! Para os israelitas, aquietar-se deve ter parecido morte certa. Moisés, todavia, sabia que Deus era infinitamente mais poderoso do que a força física ou a astúcia.

Deixando que Deus dirigisse meu caminho, consegui um emprego como secretária. Não tinha experiência nessa função, e o salário não era suficiente para nossas despesas mensais. Levava bastante tempo para ir e vir do trabalho, mas eu aproveitava esse tempo para afirmar minha união com Deus e com Seu bem abundante. Fiquei firme na compreensão de que minha fonte real de bem não era afetada por circunstâncias materiais. Em seu livro, Retros-pecção e Introspecção, Mary Baker Eddy escreve: “O melhor tipo espiritual de método cristão para elevar o pensamento humano e comunicar a Verdade divina é o poder inalterável, a quietude e a força; e quando assimilamos esse ideal espiritual, ele se torna o modelo para a ação humana” (p.93).

À medida que fui me desprendendo da situação humana de falta de dinheiro, e procurei ver evidências daquele mesmo Pai-Mãe Deus amoroso que salvou os filhos de Israel, comecei a receber ofertas de trabalho extra, que vinham de fontes diferentes. Assim pude enfrentar o problema financeiro imediato.

A terceira ordem de Moisés foi a de que os israelitas vissem “o livramento do Senhor” ou, em outras palavras, distinguissem entre a resistência material e o poder espiritual e salvador de Deus. Para isso, eles deveriam fazer uso de seu sentido espiritual. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “O sentido espiritual é o discernimento do bem espiritual” (p. 505). O sentido espiritual abre a porta de possibilidades infinitas para o bem. Compreendendo que Deus, o bem, está sempre presente e é onipotente, e pensando no homem como Sua semelhança, descobrimos que nós somos realmente essa semelhança, pura e perfeita, nunca limitada pelos sentidos físicos. Só o sentido espiritual é capaz de discernir o que é real e o que é ilusão.

“Fixando teu olhar nas realidades supernas, elevar-te-ás à consciência espiritual do ser,” diz Ciência e Saúde (p. 261). Onde é que teu olhar está fixado: numa conta bancária zerada, numa carreira falida? Ou está fixado nas verdades de Deus, no reino da harmonia, do suprimento abundante?

Seis meses depois de começar a trabalhar como secretária, passei a ter bastante tempo livre durante o expediente. Aproveitei para experimentar, no computador, um software bem simples para desenhar. Em pouco tempo, estava fazendo mais trabalhos de desenho e artes gráficas do que de correspondência. Esses desenhos de peças e equipamentos eram utilizados no país todo pela firma em que eu trabalhava.

Eu estava desenvolvendo uma capacidade profissional sem ter de fazer cursos à noite. Essa prova de progresso me fez sentir uma grande liberdade.

A companhia insistia para que eu fizesse os desenhos sem reajustar o salário. Parecia que eu tinha desperdiçado quatro anos de trabalho. Contudo, estava decidida a “aquietar-me e ver” ...ver a disponibilidade constante do poder de Deus ali mesmo onde parecia haver limitação, injustiça, discriminação e exploração.

Eu sabia que uma solução duradoura e satisfatória viria pela compreensão do grande amor de Deus por mim. Teria de ver que o bem proporcionado por Deus está a nosso alcance. O plano de Deus é perfeito, imparcial, completo. Compreendi que meus recursos não eram limitados por um gerente ou por uma firma, nem pela falta de um diploma ou de experiência. Durante esse período, cheguei a uma convicção mais profunda da realidade da presença de Deus em meio ao que parecia ser uma situação sem esperança.

Dois meses depois, ao sair do trabalho para cuidar de uns assuntos da igreja, tive a idéia de levar comigo alguns dos meus desenhos. Terminada a tarefa, voltei para o carro e descobri que havia esquecido a chave no contato. A pessoa que me ajudou a abrir o carro, viu meus desenhos. Conversamos um pouco sobre o que eu fazia. Seis semanas depois, fui convidada para uma entrevista de emprego.

Eu não tinha um diploma em artes gráficas, nem conhecia o software usado na nova companhia. Fui admitida, com o salário adequado a essa profissão, simplesmente com base nos desenhos que eu havia mostrado. Desde essa época, venho trabalhando nesse ramo de atividade.

A travessia do Mar Vermelho é uma promessa e uma prova, para cada um de nós, de que a escravidão, o sofrimento e a limitação não fazem parte do plano de Deus por Seus filhos amados. Não importa quão desesperadora, irreversível ou oprimente a situação pareça ser, nós podemos saber com certeza que Deus, o bem, está sempre ao nosso alcance.

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