“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade.”(Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de julho, agosto e setembro.
30 de agosto — 5 de setembro
O HOMEM
certo dia, passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí, todas as vezes que passava por lá, entrava para comer. (2 Reis 4:8)
A palavra hebraica que aqui foi traduzida como “rica” tem um significado muito mais vasto do que o de possuir muitos bens materiais. Ela significa, mais exatamente, “possuidora de grandeza de alma, de benevolência, de muitas qualidades”. O termo “constrangeu” deve–se muito provavelmente ao fato de Eliseu não ter aceito o convite facilmente, por humildade e modéstia.
Converteste o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de saco e me cingiste de alegria. (Salmos 30:11)
Os judeus se vestiam de “pano de saco”, tecido escuro e grosseiro, como sinal exterior de grande sofrimento, de grave perda, ou calamidade nacional (ver 2 Samuel 3:31; 2 Reis 6:30). Por isso, a frase “tiraste o meu pano de saco” significa: “eliminaste o meu sofrimento” ou “transformaste a minha perda em ganho”.
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. (Efésios 2:10)
Através da teologia tradicional, a expressão “boas obras” acabou significando “obras de caridade” ou algo assim. No entanto, o termo original, traduzido como “obra” designa qualquer trabalho, empreendimento, ocupação, produção. Portanto, as “boas obras” que Deus preparou para nós, têm um alcance muito maior do que a mera caridade. Segundo o comentarista, “criados em Cristo Jesus” é uma forma abreviada de dizer “criados pela atividade divina através do Cristo”.
6 — 12 de setembro
A SUBSTÂNCIA
Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo. (João 6:27)
O “selo” seria o equivalente a um termo de garantia.
Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. (Marcos 10:19)
Jesus não cita todos os mandamentos, possivelmente porque era de se esperar o interlocutor já conhecesse todos e que, ouvindo alguns, ele se lembrasse dos outros. A ordem em que Jesus os menciona também não é a mesma que aparece no Antigo Testamento, mas isso era comum, pois, por um preceito rabínico, todos os mandamentos tinham a mesma importância e não havia uma ordem obrigatória que pudesse sugerir uma ordem de importância.
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. (Atos 2:1)
O dia de pentecostes era o qüinquagésimo dia depois da Páscoa. Nele, era festejada a colheita agrícola.
13 — 19 de setembro
A MATÉRIA
Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua. (Isaías 45:23)
Nota o comentarista que a expressão: “da minha boca saiu o que é justo” significa: “o que eu disse, eu fiz”, isto é, uma perfeita correspondência entre o que Deus disse e o que Deus fez. Por isso, Sua palavra não volta atrás, ou seja, não é revogada nem fica sem efeito, visto que dizer é igual a fazer.
porque o Senhor tem piedade de Sião; terá piedade de todos os lugares assolados dela, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do Senhor; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graças e som de música. (Isaías 51:3)
Este versículo se refere à cidade de Jerusalém, que ficou em ruínas após a invasão dos babilônios, em 587 AC. O profeta, falando em nome de Deus, prevê sua reconstrução.
E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? (Mateus 12:23)
“Filho de Davi” era uma forma de dizer “Messias”. Os judeus esperavam um Messias que deveria ser descendente do grande rei Davi. Em Mateus 22:43–45, Jesus explica aos fariseus que a interpretação literal de o Messias ser filho de Davi, não é espiritualmente correta.
20 — 26 de setembro
A REALIDADE
Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. (Tiago 1:18)
O comentarista faz notar que este versículo se refere à criação do homem “pela palavra”, conforme o primeiro capítulo do Gênesis.
Mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema. (Mateus 9:3)
Para os judeus, a blasfêmia era a violação do poder e majestade de Deus, seja pelo desrespeito ao nome de Deus, seja por amaldiçoà-Lo ou por usurpar prerrogativas divinas. Era nesse último caso que os escribas incluíram Jesus, pois perdoar pecados era prerrogativa de Deus e nenhum rabino, por mais prestigiado que fosse, ousaria dizer aquilo que Jesus disse. Aliás, nem o Messias que eles esperavam, poderia perdoar pecados.
...que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida. (1 Timóteo 6:19)
A palavra grega traduzida como “fundamento” também significa “capital”, “fundos”. Portanto, nesses versículos, o Apóstolo está exortando à acumulação de um “capital” espiritual.
Bibliografia
Dicionários do Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible;
The One Volume Bible Commentary de J.R. Dummelow;
The Interpreter’s Bible;
John Gill Expositor.
