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Um ótimo presente de Natal

Da edição de dezembro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Minha família sempre comemorou o Natal. Apesar das dificuldades financeiras, meus pais sempre garantiram que todos nós crianças ganhássemos um brinquedinho. Para sobremesa, havia as deliciosas rabanadas da minha mãe. Com o passar dos anos, o formato das festas natalinas continuou quase o mesmo, a ceia, os presentes embaixo da árvore, as orações à meianoite.

Todavia, assim que deixei de ser criança, os preparativos passaram a ser para mim uma grande correria, com muita pressão. Depois da festa, quanta coisa ficava para arrumar! Tanto trabalho, para tudo passar num piscar de olhos! Eram dias de contentamento, sem dúvida, mas, no restante do ano, o que predominava em minha cabeça era o medo.

O passar dos anos e dos Natais nada havia feito para liberar-me dos diversos temores que me acompanhavam desde criança. Mesmo em idade adulta, eu tinha muito medo das “almas do outro mundo”. Não aceitava ficar sozinha em casa, nem dormir num quarto só para mim. Precisava continuamente da companhia dos “vivos” pois, do contrário, ficava terrivelmente angustiada. Tinha medo de passar na frente de cemitérios e até de olhar para determinadas flores, consideradas “de defuntos”. Esses medos ocasionavam experiências angustiantes que se transformavam em traumas e... mais medos.

A certa altura, conheci a Christian Science. Assistia às reuniões das quartas-feiras à noite e, mais tarde, aos cultos dominicais. Mas resistia muito a ler a Bíblia e Ciência e Saúde, da Sra. Eddy. Eu tinha até uma certa aversão pela Bíblia e um medo enorme do livro do Apocalipse. Eu associava, erroneamente, esse livro à morte. Por isso havia concluído que, se lesse o livro do Apocalipse, eu morreria. Mesmo assim, um dia decidi lê-lo. E já que ia morrer, resolvi lê-lo deitada na cama. Li-o do começo ao fim e fechei os olhos à espera da morte. Para minha surpresa, não morri. (Com o tempo, descobri que o meu conceito errôneo sobre a Bíblia é que morrera.)

Aí decidi ler a Bíblia toda (não necessariamente deitada) e depois li também Ciência e Saúde. Mais do que isso, passei a estudar esses dois livros, que se tornaram para mim uma fonte constante de inspiração. As idéias ali contidas me ajudaram a moldar e espiritualizar meus desejos e aspirações e isso foi harmonizando o meu mundo, ou seja, meu trabalho, minha saúde, minhas amizades. Pouco a pouco, os medos obsessivos foram ficando para trás. Lembro-me ainda da maravilha que foi um dia, quando, ao passar na frente de um cemitério, não só não senti nenhuma inquietação, mas, pela primeria vez, vi a beleza das flores expostas nas bancas! Eram apenas flores, não tinham nada a ver com morte! Quando meu irmão se casou, desocupou-se um dormitório da casa, e eu nele me instalei. Passei a dormir num quarto sozinha! Também venci outros temores, como o de dirigir. Hoje vou de carro onde for necessário. E o progresso continua.

Saber que Deus é Vida infinita, sempre presente, que ocupa todo o espaço, fez-me entender que, em realidade, não há “almas do outro mundo” a serem temidas. Todos os filhos de Deus estão eternamente vivos nEle e todos nós, sem exceção, estamos sujeitos ao Amor e somos governados pelo Amor, que é outro nome para Deus. Ao aprender que eu sou uma idéia perfeita do Pai-Mãe Deus, não uma criatura mortal fraca e confusa, compreendi que estou sempre acompanhada, protegida e sustentada por esse Pai-Mãe bondoso, porque minha existência não está separada dEle, assim como nenhuma idéia pode estar separada da mente que a pensa. E isso é verdade para cada um de nós. Em seu livro Ciência e Saúde a Sra. Eddy diz: “Livremo-nos da crença de que o homem esteja separado de Deus, e obedeçamos unicamente ao Princípio divino, a Vida e o Amor. Eis o grande ponto de partida para todo verdadeiro desenvolvimento espiritual” (p. 91).

Agora o Natal tem para mim um significado mais profundo. Ainda fazemos a ceia, preparamos rabanadas e ganhamos presentes. Mas o Natal agora é mais do que isso. O que conta mesmo é a reflexão sobre aquele presente duradouro que é cada nova compreensão espiritual, cada nova vitória sobre o medo, cada nova descoberta sobre a realidade que Deus criou e sobre aquilo que Cristo Jesus ensinou. Podemos dar a nós mesmos esse tipo de presente mediante o estudo e a oração, mediante a comunhão consciente com Deus. E isso, em qualquer dia do ano.

Cada nova compreensão é o toque do Cristo em nossa consciência. O Natal é o dia em que celebramos a vinda do Cristo, para toda a humanidade. É um dia especial para cada um de nós, um dia de alegria e gratidão.

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