“O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24).
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science.
26 de março 1º de abril
A REALIDADE
A justiça irá adiante dele, cujas pegadas ela transforma em caminhos. (Salmos 85:13)
Diz o comentarista que a segunda parte desse versículo não está clara no original hebraico, por isso, foi traduzida de várias maneiras diferentes. A versão Revista e Corrigida da Bíblia de João Ferreira de Almeida diz: “... e ele nos fará andar no caminho aberto pelos seus passos.” A versão espanhola diz: “... e de seus passos fará um caminho.”
Em Gibeão, apareceu o Senhor a Salomão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te dê. (1 Reis 3:5)
Como ainda não havia sido construído o templo de Jerusalém, os israelitas adoravam a Deus e faziam os sacrifícios em diversos lugares altos. Gibeão era o mais alto dos lugares de adoração e Salomão foi lá orar e oferecer sacrifícios a Deus. Um Comentarista faz notar que, se Salomão teve esse sonho, foi provavelmente porque era sobre isso que ele havia orado durante o dia, portanto sua escolha fora consciente e já havia sido feita antes de dormir. O sonho apenas confirmou para ele a resposta de Deus.
2 – 8 de abril
A IRREALIDADE
Eis que farei de ti um trilho cortante e novo, armado de lâminas duplas; os montes trilharás, e moerás, e os outeiros reduzirás a palha. (Isaías 40:15)
Na Bíblia, os montes e outeiros aparecem com freqüência para simbolizar solidez, estabilidade e elevação mental mas, nesse versículo, estão representando as dificuldades e obstáculos, que serão reduzidos a palha, ou seja, algo sem nenhuma resistência e que o vento leva embora.
Tu os padejarás, e o vento os levará, e redemoinho os espalhará; tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel. (Isaías 41:16)
Na colheita do trigo, as espigas eram amassadas e esfregadas de forma a separar os grãos da palha que os envolvia. Feito isso, o agricultor “padejava” tudo, isto é, com uma espécie de pá, lançava o todo ao ar, de maneira a que o vento levasse a palha enquanto os grãos caíam no chão para serem recolhidos. O profeta usa essa imagem, bastante conhecida do povo, para dizer que a mesma coisa se dará com os montes e outeiros, ou seja, os obstáculos.
9 – 15 de abril
SÃO REAIS O PECADO, A DOENÇA E A MORTE?
Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. (Lucas 10:17, 18)
Nota um comentarista que, enquanto os discípulos se alegravam pela expulsão de diversos demônios, patente na cura de casos individuais, Jesus via a expulsão de todo o mal, simbolizado pelo nome Satanás. A expressão “como um relâmpago” dá a idéia de rapidez, pois o relâmpago é a coisa mais rápida que o olho humano consegue ver. Portanto, o Mestre via que o mal era expulso de forma instantânea.
Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida. (Mateus 12:14)
Nem todos os fariseus eram inimigos de Jesus, como pode ser visto em João 3:1–9 e 19:39. O que acontecia, porém, era que a seita dos fariseus dava enorme importância aos ritos e tradições, ao passo que Jesus pregava o valor dos pensamentos e das atitudes, sendo, por isso, uma ameaça à autoridade e ao poder que os fariseus exerciam sobre o povo.
16 – 22 de abril
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO
Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas ... (Marcos 1:2, 3)
Em realidade, a primeira frase é citação do profeta Malaquias (3:1) e só a segunda é de Isaías (40:3). Muitos manuscritos antigos, árabes, etíopes e a maioria dos gregos, mencionam corretamente os dois profetas.
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. (Lucas 18:10)
Os fariseus eram membros importantes e respeitados da sociedade ao passo que os publicanos eram odiados e desprezados. Em sua parábola, Jesus habilmente contraria esses estereótipos, mostrando que, perante Deus, não era a posição social nem a opinião geral que valiam, mas sim o coração, o íntimo de cada um.
23 – 29 de abril
PROVAÇÃO APÓS A MORTE
Sê, pois, agora, servido de abençoar casa do teu servo, a fim de permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor Deus, o disseste... (2 Samuel 7:29)
A expressão “sê servido” é uma forma antiga de pedir “por favor” de forma o mais humilde possível, dirigindose a uma alta autoridade. Por isso, a frase significa simplesmente: “Por favor, abençoe a casa do teu servo.” Na Bíblia, muitas vezes a palavra “casa” é usada para significar “toda a família” e não se refere à construção.
Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor... (2 Pedro 3:10)
Jesus mesmo havia feito essa comparação, como ladrão (Mateus 24:43), para significar “de surpresa, de forma inesperada” e talvez quisesse indicar que não seria de acordo com o raciocínio e a expectativa dos homens. Assim como faz Pedro nesse versículo, a mesma imagem é utilizada por Paulo (1 Tess. 5:2) e João (Apoc. 3:3 e 16:15).
Bibliografia
The Interpreter’s One Volume Commentary on the Bible Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Ed. Nova Fronteira
Commentary on the Old and New Testaments, Jamieson, Fausset, and Brown
Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible
John Gill’s Expositor
