Recentemente, lembrei-me de quando minhas duas netas eram pequenas e vinham à minha casa, enquanto os pais se ausentavam por algum compromisso. Eu procurava distraí-las com as páginas infantis dos jornais, nas quais aparecem jogos de adivinhação, mensagens simples em código para serem decifradas e outros passatempos. Um desses era “o jogo dos sete erros”, que elas muito apreciavam. Nele, há um desenho original e, ao lado, uma cópia que inclui sete erros: sete detalhes diferentes do original e que precisam ser descobertos. Ficávamos as três tentando localizar esses detalhe escondidos e passávamos momentos divertidos. Quando conseguíamos localizar todos os sete erros que, teimosamente, pareciam esconder-se, as meninas vibravam de alegria e se sentiam vencedoras daquele desafio.
Por ser Deus a única Causa, dEle não poderia vir desconforto, dor, mal-estar de nenhuma espécie.
Ao lembrar-me daquela época, dei-me conta de que inúmeras vezes aceitamos como verdadeiras, e nossas, certas características que não estão no “original”, isto é, não fazem parte do homem criado por Deus à Sua imagem e semelhança. Por exemplo, pensamos que somos seres materiais constituídos de carne, ossos, sangue, músculos porque é assim que parece aos cinco sentidos. Contudo, o original, nosso verdadeiro ser, é totalmente espiritual, porque Deus é Espírito. Reconhecer esse fato como verdadeiro e ter confiança no fato de Deus estar sempre presente significa orar cientificamente. E essa oração nos ajuda a detectar esses “erros”. Aí conseguimos manter em mente o original e verdadeiro. Isso traz cura.
Um domingo pela manhã, enquanto me preparava para ir à igreja, senti uma forte dor ao redor da cintura e me assustei. Eu não podia deixar de comparecer, pois era Primeira Leitora, isto é, eu conduzia o culto. Comecei imediatamente a orar. Quer dizer, comecei a reconhecer a presença de Deus ali mesmo, naquele momento. Essa presença era meu verdadeiro apoio. Era, com efeito, o bordão em que eu devia me apoiar, em vez de aceitar que meu apoio era a coluna vertebral.
Por ser Deus a Causa única, Ele não provoca desconforto, dor, mal-estar de nenhuma espécie. Eu afirmei vigorosamente a presença de Deus, o Pai que me criou à sua imagem e semelhança e que me mantém na perfeição. O tema da Lição Bíblica daquela semana era “Amor” e dela constava o versículo: “...nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4:19). Percebi ali a idéia de que nós, em verdade, refletimos o que Deus é. E Deus não é um ser físico.
Acabei de me arrumar e saí para a igreja ainda com um resquício de dor. Mas tinha a certeza de que estaria tudo bem. A leitura, durante o culto, foi tranqüila, tudo correu harmoniosamente e a igreja estava lotada. Senti uma grande alegria por poder participar das atividades da minha filial da Igreja da Christian Science. Só então percebi que nada mais me incomodava. Passei o domingo todo muito bem.
Entretanto, alguns dias depois, a dor e o mal-estar voltaram. Eu precisava procurar aquele erro, aparentemente difícil de localizar, como no jogo, dos sete erros de que participava com minhas netas. No jogo, nós precisávamos examinar o original com muita atenção para que, feito isso, as diferenças, os erros da cópia, praticamente saltassem aos olhos. Da mesma forma, na oração sempre começamos pensando em Deus, na natureza divina, como é revelada na Bíblia e em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. A natureza divina que o filho de Deus reflete é espiritual, não está dentro de um corpo material, nem é constituída de elementos materiais. Esse pensamento correto suplantou a crença errônea de que eu pudesse estar sujeita à dor de qualquer espécie. Essa comunhão com a realidade de Deus, meu Pai-Mãe, novamente me deu ânimo e a certeza de que sou inseparável de Deus.
Reiniciei as atividades daquele dia, revendo mentalmente as alegres lembranças do tempo em que as meninas vinham para minha casa e passávamos horas juntas. Agradeci a Deus pelo carinho que elas me dedicam até hoje, agora que são moças ocupadíssimas com seus estudos. Algumas horas depois, percebi que a dor e o desconforto haviam desaparecido completamente.
Essa maneira de orar, que traz cura e solução para os problemas, não é difícil nem é privilégio de pessoas experientes. Tenho um neto de oito anos que, desde muito pequeno, começou a freqüentar a Escola Dominical da Christian Science. Ele aprecia muito as histórias da Bíblia e conhece bem algumas delas. Ele sabe dizer aos coleguinhas de escola que Deus cuida de cada um de nós e, por isso, eles não precisam chorar quando caem durante alguma brincadeira no recreio. Todas as noites, ao ir para a cama, ele quer ouvir uma das histórias bíblicas, e gosta muito dos hinos do Hinário da Ciência Cristã.
Quando estamos conscientes das verdades que aprendemos com o estudo da Christian Science, nada pode nos impedir de constatar sua veracidade na vida prática. “Devemos examinar-nos para saber quais são as afeições e os propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos”, diz a Sra. Eddy em Ciência e Saúde (p. 8). Do ponto de vista espiritual, somos os filhos perfeitos de Deus. Mantendo isso em mente, detectamos qualquer conceito diferente da perfeição divina. Então, essa perfeição aparece, ou seja, a saúde, o bem-estar e a harmonia em nosso viver diário.
