Eu me lembro que, quando pequeno, ouvia gravações de música clássica em discos de vinil, que meu pai costumava tocar. Apesar de sempre ouvir esse tipo de música, foi quando eu estava com onze anos que ela me cativou completamente. Nessa época, eu queria ser cantor de ópera. Como eu era muito jovem para ter aulas de canto, os professores do conservatório me aconselharam a começar tocando algum instrumento e mudar para canto quando minha voz estivesse mais definida. Eu decidi então tocar flauta, porque me parecia que esse instrumento era capaz de produzir sons semelhantes aos da voz humana. Apaixonei-me pela flauta e desde essa época nunca mais a deixei.
Hoje, após anos de estudo de música clássica, estou começando a compreender seu profundo significado. Compreendi que é a relação que estabelecemos com os compositores o que faz com que a música pareça tão atual, cada vez que a ouvimos. Essa sensação de novidade é causada pelos inúmeros valores e sentimentos encontrados na música. Em muitos casos, os compositores escreveram a música para gente da nossa idade, pessoas com os mesmos sentimentos e experiências que nós temos. Não importa que ela tenha sido escrita séculos atrás, porque ela não tem idade, assim como as obras de Shakespeare não têm idade. O tema do amor, por exemplo, que encontramos em Romeu e Julieta, de Shakespeare, também é percebido nas sinfonias de Brahms e Mahler. A inspiração que esses compositores tiveram, quando criaram essas verdadeiras obras-primas, é a expressão da Alma, ou seja, de Deus, e essa é a razão pela qual sempre há um público que as aprecia. A música desses compositores consegue transmitir emoções que as palavras não são capazes de descrever.
Cidade do México, México
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