Muitas pessoas já fizeram isso. E você também pode, mesmo que pense que não queira. E por que não? Dizer sim à vida não significa concordar em resignar-se, seja qual for a situação. Quer você esteja sofrendo de uma doença ou de uma angústia mental causada por desapontamento ou pesar, quer esteja enfrentando a desolação da velhice, você pode descobrir que as coisas boas podem começar a acontecer neste exato momento.
Nunca desista! A liberdade, a alegria e o propósito de sua vida não escaparam de suas mãos. E você não precisa ficar pensando que talvez seja indigno de ser feliz ou que talvez não valha a pena tentar superar os problemas, pois já tentou tantas vezes encontrar paz e um propósito na vida, sem resultado.
Jesus fez uma promessa a cada um de nós, uma promessa que já se cumpriu na vida de inúmeras pessoas: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). Essa foi uma promessa que ele tornou fidedigna, quer alimentando a multidão, quer encontrando dinheiro para pagar os impostos, ou ainda curando pessoas de todas as idades. Contudo, muito freqüentemente, os problemas que enfrentamos no momento parecem arrassadores. A fundadora desta revista, Mary Baker Eddy, compreendeu isso com muita compaixão, quando escreveu: “Nada é mais desanimador do que crer que haja um poder oposto a Deus, ou o bem, e que Deus confira a esse poder antagônico força para ser usada contra Ele mesmo, contra a Vida, a saúde e a harmonia” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 380).
Temos vida “em abundância” quando compreendemos isto: que a vida não significa simplesmente existência. A Vida é Deus.
Essa é a mensagem da Bíblia. É uma mensagem que tem amparado a humanidade através dos tempos.
Permitam-me contar-lhes a história de algumas pessoas cuja vida, em meio a situações desesperadoras, sofreu uma completa reviravolta, devido a essa mesma mensagem. Cada uma dessas pessoas pôs à prova, na atualidade, as palavras de Tiago: “Mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tiago 2:18).
A primeira dessas pessoas ensi-nou-me que você pode escolher a vida, e que isso não somente dá a alegria da liberdade a você mesmo, como vai muito além, ajudando outras pessoas. A lembrança do que essa mulher fez me abençoou durante muitos anos.
Naquela ocasião, eu estudava na Universidade de Chicago e morava na casa de uma senhora que praticava a cura cristã: uma praticista da Christian Science. Era um apartamento pequeno, de quatro cômodos.
Certo dia, quando voltei da aula, a dona do apartamento me perguntou se eu não me importaria de dormir num sofá na sala de jantar. Ela estava orando para uma senhora muito idosa, que sofria de uma doença debilitante e que necessitava de alguém que a cuidasse. A praticista a havia convidado para ficar em sua casa até que a filha dessa senhora pudesse vir cuidar da mãe.
“Por favor, deixe-me morrer, minha vida está acabada”, eu ouvia a mulher gritar repetidas vezes.
Como eu era jovem, simplesmente aceitava a idéia de que ali estava uma senhora muito idosa, que iria morrer.
Quando a filha chegou, houve um clima de grande tensão. A filha desejava que sua mãe fosse para um hospital, mas a mãe não queria isso.
Em meio a essa atmosfera de ceticismo, antagonismo e resignação à morte, a praticista da Christian Science permaneceu calma, até mesmo confiante. Ela havia passado muitos anos curando outras pessoas somente por meio da oração. Ela sabia que a promessa do nosso direito à “vida...em abundância” vinha de Deus, da própria Vida. Ela deve ter sentido que essa promessa seria cumprida.
Essa situação continuou por cerca de oito dias, quando percebi que a paciente não estava mais implorando para morrer. Logo ela já estava se sentando. Depois, passou a caminhar e expressar uma alegria radiante. Em duas semanas estava completamente curada.
A filha, a esta altura cheia de admiração e gratidão, estava inclinada a convidar a mãe para ir morar com ela. Quanto a mim? Eu estava impressionada! Não apenas aquela senhora ficou curada, como também sua filha tornou-se uma pessoa diferente, terna e paciente.
Mas isso foi só o começo.
Dois anos depois, quando eu ainda estava estudando na universidade, aquela mulher idosa, que anteriormente estava quase desistindo de viver, veio fazer uma visita à dona do apartamento, a praticista, durante uma viagem que estava fazendo pelo país. Ela também havia se tornado uma praticista e suas orações haviam sanado muitas pessoas. Quando nos recordamos de como ela havia conseguido libertar-se da doença e do desespero, sua fisionomia iluminou-se.
“Eu imaginei que minha vida estivesse acabada!”
“E pensar que eu imaginei que minha vida estivesse acabada! Eu não havia sequer começado a viver!”, exclamou ela.
Aquele acontecimento tinha tido o efeito de um novo nascimento para aquela mulher. E a influência que esse fato teve sobre mim não parou por aí. Trinta anos mais tarde, quando me encontrava na cidade onde ela havia morado, fui a uma igreja que ela havia ajudado a começar. Conversando com um membro daquela igreja, perguntei-lhe se havia conhecido essa praticista da Christian Science.
“Se eu a conheci?” perguntou. “Posso lhe dizer que suas orações curaram meu marido, numa única tarde, da paralisia causada por um derrame cerebral ... e que nosso filho foi curado em algumas horas quando, ao retirar do fogão uma panela com água fervente, sofreu queimaduras graves.” Havia muitos casos de cura para ela contar e me disse que aquela senhora havia continuado a realizar a cura cristã ali durante 15 anos.
Ela havia enfaticamente dito sim à vida.
E seu exemplo ainda me ajudou cerca de 20 anos mais tarde, quando me defrontei com uma situação semelhante. A experiência dela foi um dos fatores que me levaram a não desistir de orar para minha própria cura, durante uma longa luta com uma doença dolorosa, que me incapacitava. O resultado foi que, após essa experiência, adentrei a década de maior atividade na minha vida.
Meu breve contato com aquela mulher mostrou-me o que significa ter vida em abundância. Comprovei, por mim mesma, que a promessa de consolo, satisfação e paz feita por Jesus é tão válida hoje, como quando ele falou a seus contemporâneos, 2.000 anos atrás. Sua cura me mostrou um fato importante: a vida não se resume meramente a uma existência fútil ou a alguma coisa governada pelo acaso. Em realidade, a Vida é Deus. A Vida é nossa origem. Nosso Criador. Nosso Pai. Nossa Mãe. Como Ele nos criou, temos uma herança totalmente boa.
As muitas pessoas que mencionei no começo deste artigo também tiveram sua recompensa. Um homem que conheci, sentia-se arrasado por ter sido vítima de abuso de confiança. Ele tinha a impressão de que abandonar a vida era a única solução para essa situação de total desespero.
Quando começou a compreender que era impossível separar-se de Deus, que é a fonte de todo o bem, dispôs-se a aceitar alternativas para a idéia de que havia perdido algo insubstituível. Ele passou a aceitar o fato de que, embora sua experiência envolvesse um grande dissabor, ele havia aprendido que a perda pode ser ganho. Por quê? Porque ela lhe traria a prova de que o bem é real, poderoso e sempre presente, porque Deus está sempre presente. Ele não tinha de escapar de uma situação que o havia decepcionado; ele tinha de dizer sim à vida. Ele fez isso e todos os envolvidos saíram ganhando.
Também conheci muito bem uma família que tinha sido abandonada. O pai havia ido embora depois da falência de sua empresa. A esposa recusou-se a sentir pena de si mesma e a permitir que a mágoa e a condenação a privassem de sua confiança no fato de que Deus atendia a todas as necessidades, com abundância.
Nos dez anos seguintes, ela começou com uma posição subalterna no trabalho e passou a um nível mais elevado e logo estava com seu próprio negócio, num campo anteriormente fechado às mulheres. Seus filhos, nesse período, puderam freqüentar a faculdade. A compreensão espiritual de sua mãe ajudou-os a compreender que as circunstâncias do passado não podiam privá-los do bem no presente. Nunca havia existido uma situação que tivesse impedido que o bem, vindo de Deus, chegasse até eles.
Ao final de dez anos, o marido voltou para casa. Não houve nenhuma necessidade de reconciliação, pois durante aquele período, a esposa reconhecera que os vínculos familiares permaneciam fortes. Aquela família disse sim à vida. E hoje existem nela três gerações provando que encontraram as bênçãos a que todos nós temos direito, porque Deus nunca pára de concedê-las.
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Essa promessa é para você. Aceite-a agora. Diga sim à vida e veja os resultados maravilhosos que acompanham essa afirmação.
