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Um feliz retorno ao lar

Da edição de agosto de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitos certamente conhecem a parábola de Cristo Jesus sobre o pai cujo filho saiu de casa, levando toda a sua herança para um país distante, onde dissipou tudo o que tinha, vivendo de forma desregrada (ver Lucas 15:11-24). Tendo gastado tudo, encontrou-se numa posição degradante. Sobreveio àquele país uma grande fome, e ele então recorreu a um proprietário de terras que o enviou aos seus campos para alimentar porcos. Ele estava faminto, mas ninguém parecia se importar com ele. Talvez ele precisasse dessa dura lição para cair em si, pois finalmente reconheceu os erros que havia cometido e, humildemente, voltou para casa desejando mudar, aceitando até mesmo ser empregado na casa de seu pai.

Existe, nessa parábola, uma lição para os pais de hoje, especialmente na reação do pai. Ele não repreendeu, não condenou, não deu nenhum sermão nem puniu o jovem. Quando, ainda longe, o pai avistou o filho que voltava para casa, correu alegremente ao seu encontro e o beijou, dando-lhe boa acolhida para que o filho retomasse seu lugar de direito na família. Ainda o vestiu com uma roupa elegante e deu uma festa para celebrar sua volta ao lar.

Alguns poderão se admirar com o fato de esse pai ter colocado de lado seu desapontamento com tanta facilidade e ter dado um tratamento de rei a esse filho. Mas, examinando o caso com maior profundidade, não fica visível que a repreensão e a condenação nunca teriam ocasionado a reforma necessária? Não terá sido o amor incondicional do pai que ajudou a provocar a mudança?

Estive em uma situação parecida, quando meu filho adolescente envolveu-se com más companhias e, sucumbindo à pressão dos companheiros, saiu de casa para explorar o mundo das drogas. Enquanto eu andava de um lado para o outro, tentando acalmar minha ansiedade e meus temores, lembrei-me de uma passagem da Bíblia que eu havia lido naquele dia: "Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5:8).

Sentindo-me um pouco mais calma, sentei-me para ler a Bíblia e encontrei esta passagem sobre Deus: "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar" (Habacuque 1:13). Percebi com isso que eu só poderia estar consciente do que Deus sabe, ou seja, de pensamentos puros e inocentes. Ao abrir Ciência e Saúde e ler a interpretação espiritual de filhos (p. 582), concluí que meu filho era, em realidade, um pensamento de Deus, Sua idéia, oculto com Cristo em Deus, amado, suprido e mantido em segurança. Como idéia, ele tinha a mesma relação com Deus, a Mente, que eu, e por isso, espiritualmente não estávamos separados. Quanto mais eu pensava nisso, mais eu sentia o calor do amor divino. Quando me senti em paz, fui deitar-me.

Durante a noite, porém, fui despertada por estas perguntas alarmantes: "Será que a culpa é minha? Onde foi que eu errei"? Mas me veio a idéia de que eu não resolveria o problema se ficasse procurando um culpado. Indiscutivelmente, os pais têm a responsabilidade de viver segundo elevados padrões morais e, através do amor e da educação, transmitir valores espirituais e verdadeiros a seus filhos. Mas, para resolver os problemas, precisamos confiar firmemente em Deus e não ter medo.

A alegoria de Adão e Eva, (ver Gênesis 2) ajudou-me a entender porque me ocorriam pensamentos tão negativos. Na história, a serpente hipnotizou Eva para que comesse o fruto proibido do conhecimento do bem e do mal. Foi dito a eles que isso os tornaria sábios. Não sugere esse exemplo que o homem possui uma mente própria, separada da Mente divina e que é seu direito conhecer tanto o mal quanto o bem?

Comecei a rejeitar os sentimentos negativos e a pensar que existe uma única Mente e eu só posso refletir essa Mente. Não existe nenhuma atração real contrária ao bem.

Ao estudar os escritos da Sra. Eddy, pude entender que pensamentos negativos nos influenciam para que nos sintamos como vítimas ou nos condenemos. Ela escreve: "O magnetismo animal, em seus passos ascendentes no mal, seduz sua vítima com argumentos silenciosos e invisíceis. Invertendo os métodos do bem, com suas silenciosas promessas de saúde e santidade, o magnetismo animal impele a mente mortal ao erro de pensamento e incita à perpetração de atos estranhos às inclinações naturais. As vítimas perdem sua individualidade e se prestam a cooperar na execução dos desígnios de seus piores inimigos, até mesmo daqueles que visam a induzir à sua autodestruição. O magnetismo animal fomenta a desconfiança e a suspeita onde é devida a honra, o medo quando a coragem deveria ser mais forte, a confiança naquilo que deveria ser evitado, a crença de haver segurança onde existe o maior perigo; e essas deploráveis mentiras, constantemente vertidas na mente do indivíduo, a afligem e a confundem, arruínam a inclinação natural da pessoa, prejudicam sua saúde e determinam sua condenação, a menos que a causa da atividade malévola seja descoberta e destruída" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 211).

Comecei então a rejeitar os sentimentos negativos a partir da base de que existe uma única Mente e que, como expressão da Mente, eu só posso refletir essa Mente. Não existe nenhum poder ou atração real em qualquer coisa ou sensação contrárias ao bem. Obedecer à lei divina e aos mandamentos de Deus (ver Êxodo 20) impede que nos tornemos vítimas dos pensamentos e sentimentos negativos.

É responsabilidade dos pais orar diariamente, reconhecendo que há uma só Mente e um só poder, até que as crianças aprendam a fazer o mesmo por si mesmas. Um modo de fazer isso é não rotular o problema que estamos enfrentando como se ele fosse algo, uma força ou um poder, ou seja, não ter medo dele. Por quê? Porque à luz da onipotência de Deus, o bem, não existe lugar para o mal ou para problemas. Deus não os criou; Ele não sabe nada a respeito do mal; portanto, não devemos temê-lo. O mal é somente um mito que parece ter se tornado mais forte ao longo dos séculos e que, pretendendo ter força, procura manter nosso mundo de hoje no caos. Mas ele não tem poder.

Voltando ao que estava acontecendo comigo e com o meu filho pródigo: tentando recobrar a paz que eu havia sentido antes, compreendi que a culpa não era minha, e que o verdadeiro culpado, que estava agora tentando colocar a culpa em mim, era a mesma coisa que havia levado meu filho a querer sair de casa. A Christian Science havia me ensinado que esse tipo de influência mental ou d sentimentos não sadios não têm poder para atrair uma pessoa, nem afastá-la do bem que nosso Pai-Mãe Deus preparou para Seus filhos amados. Eu me tranqüilizei novamente e decidi esperar pela lógica dos acontecimentos sob o governo de Deus.

Não foi surpresa para mim quando, algumas semanas mais tarde, meu filho chegou em casa e perguntou: "Mãe, o que você diria se eu dissesse que quero voltar para casa"? Quando lhe disse que ficaria muito contente, ele correu para o carro buscar suas coisas, que já estavam prontas para retornar ao seu devido lugar em nossa casa. Ele havia percebido seu erro, estava arrependido, não estava mais usando drogas e estava pronto para assumir seu lugar de direito.

Você tem um filho que abandonou o círculo familiar para se envolver com drogas, promiscuidade ou outras armadilhas? Na verdade, seu sofrimento e sua preocupação são perfeitamente compreensíveis, mas saiba que há uma esperança! Não desista desse filho. Você acha que é tarde demais, porque faz muito tempo que ele se foi? Não, nunca é tarde demais! Por quê? Porque o grande amor de Deus por Seus filhos abrange tudo, inclui tudo, faz com que o bem se desdobre continuamente. Esse amor nunca está perdido. Compreender nossa união com o único Pai-Mãe de todos e volver-nos a Ele em busca da solução correta para qualquer problema, traz a cura.

Os pais têm a grande responsabilidade de ensinar seus filhos a distinguir entre o certo e o errado. Neste mundo de hoje, de rápidas transformações, os jovens muitas vezes têm dificuldades em lidar com a pressão do grupo com que se relacionam, para que "experimentem algo novo". Se não tiverem uma base totalmente sólida, que lhes permita enfrentar as tentações e vencê-las, eles poderão seguir o grupo e se tornar vítimas. A Sra. Eddy escreve: "Acaso a propagação da espécie humana não é uma responsabilidade maior, um encargo mais solene, do que o cultivo de teu jardim ou a criação de gado para aumentar teus rebanhos e manadas? Nada indigno de ser perpetuado deve ser transmitido às crianças". Ela continua no parágrafo seguinte: "A formação dos mortais tem que melhorar grandemente para fazer progredir a humanidade" (Ciência e Saúde, p. 61).

A percepção que a Sra. Eddy tinha sobre a necessidade da educação espiritual para crianças e jovens, incluía toda a família humana. Graças à preparação religiosa que ela recebeu na infância, tinha plena consciência de que o conhecimento da Bíblia é o fundamento sobre o qual se baseia o verdadeiro cristianismo. A preparação baseada em valores espirituais, que ela recebeu quando ainda bem pequena, estabeleceu um sólido fundamento para o estudo e a oração, à medida que ela entrava na vida adulta. Esse fundamento, por sua vez, preparou o caminho para que ela vencesse os muitos desafios de sua vida, especialmente as tarefas relacionadas com a descoberta e a fundação da Christian Science.

Um conhecimento da Bíblia e de seus preceitos morais estabelece a base para a cura espiritual, a sólida rocha sobre a qual o mestre cristão construiu sua igreja. A cura é o ponto fundamental da Ciência divina, o Consolador que, como Jesus prometeu, guia-nos a toda a verdade. Essa Ciência nos ensina a afastar o pensamento dos problemas e volvê-lo para a individualidade espiritual, quando oramos por nós mesmos e pelos outros.

Quando o amor pelo bem é estabelecido na nossa consciência e dentro de casa, os jovens ficam menos susceptíveis a se extraviarem. Mas, se nossos filhos seguirem outro caminho, podemos saber que o grande amor de Deus para com Seus filhos abrange tudo, inclui tudo e os protege, onde quer que eles possam estar. E também nos inspiram a fazer tudo o que for necessário para cuidar deles. Aquilo que parece ter sido perdido, jamais foi perdido. Nossos filhos sempre estiveram seguros e intactos em Deus.

Volvendo-nos para a individualidade espiritual de cada filho, a única verdadeira identidade, e atendo-nos firmemente a essa percepção, podemos esperar por um feliz retorno ao lar. As lições espirituais aprendidas fortalecem todos os envolvidos. Seu filho poderá, inclusive, como fez meu filho posteriormente, ajudar outros jovens a permanecer no caminho certo, evitando desvios prejudiciais. Ao longo do caminho, preste bastante atenção, que você sentirá a mensagem de Deus, dizendo-lhe: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:17).

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