Há muitos anos eu tinha um problema no pescoço, que o médico diagnosticou como "costela cervical". Ele disse que algumas vértebras eram mais longas do que deveriam ser e, por isso, meu pescoço ficava fora de alinhamento, o que me causava muita dor.
Embora esse médico tivesse me tratado durante muitos anos, ele me havia dito que não existia uma cura permanente para o problema e que seria melhor eu aprender a conviver com ele. Aceitei esse diagnóstico.
Depois que fui para a faculdade não procurei nenhum outro médico. Como meu pescoço às vezes voltava para a posição normal por si mesmo, a dor não era constante. Mas, havia ocasiões em que ela parecia insuportável, e nunca dava para saber quando ela iria se manifestar. Quando comecei a estudar a Christian Science, fiquei pensando se Deus poderia mudar essa situação. Às vezes eu tinha esperança de que isso fosse possível, especialmente quando a oração fazia cessar a dor sem uma aparente mudança na posição do meu pescoço. Comecei a orar com muito empenho para obter uma cura permanente.
Certo dia, algo que eu li em Ciência e Saúde mudou totalmente meu conceito a respeito daquilo que eu considerava substancial. Em resposta à pergunta sobre o significado de substância, Mary Baker Eddy escreve: "Substância é aquilo que é eterno e incapaz de manifestar discórdia e sofrer decomposição. A Verdade, a Vida e o Amor são substância... O Espírito, que significa Mente, Alma, ou Deus, é a única substância verdadeira" (p. 468).
Tudo o que eu havia aprendido antes, fazia com que o Espírito parecesse menos substancial do que a matéria. Mas essa afirmação de Ciência e Saúde apresentava um conceito totalmente oposto a essa idéia. Se o Espírito era "a única substância verdadeira", então a matéria tinha de ser irreal, porque os dois não poderiam ocupar o mesmo espaço, por assim dizer.
A Sra. Eddy também escreve em Ciência e Saúde: "Os ossos só têm a substância do pensamento que os forma... A assim chamada substância do osso é formada de início pela mente da genitora, por autodivisão. Em breve, a criança se torna uma mente mortal separada, individualizada, que toma posse de si mesma e de seus próprios pensamentos acerca de ossos" (pp. 423-424). Minha mãe também havia sofrido com problemas nas costas e no pescoço, embora não tivesse tirado tantas radiografias como eu. Após ler essa declaração, comecei a ver que minha luta não era, na verdade, com um corpo material, mas com "a substância do pensamento". Passei então a examinar meus próprios pensamentos com mais cuidado.
Era evidente que eu precisava ouvir a orientação de Deus e ficar menos confiante de que eu sabia o que Ele queria antes mesmo de Lhe perguntar. Também precisava afirmar regularmente que eu era espiritual, não material. "A exposição científica do ser", que lemos em Ciência e Saúde (p. 468), adquiriu um significado especial para mim. Ela questionava diretamente o conceito de que o universo seja material ao afirmar, de maneira categórica, que todo o significado da criação está do lado do Espírito e da espiritualidade.
Passaram-se vários anos e embora, com a oração, eu já conseguisse me restabelecer com maior rapidez dos ataques de dor, ainda não estava totalmente livre deles.
Então, inesperadamente, fiz uma descoberta. Por acaso, li algo que se referia às vértebras como "elementos de ligação" que se uniam una aos outros, compondo o pescoço e a coluna vertebral.
A partir dessa idéia, por intuição, cheguei à seguinte conclusão: a dor que eu sentia, na verdade, originavase da crença de que eu podia estar separada de Deus. Ficou óbvio para mim que minha ligação com Deus não consistia em um vínculo material que, de alguma forma, poderia ser quebrado. Mas, o problema no pescoço parecia, sem dúvida, indicar que Deus não era onipresente e que o mal poderia entrar na minha vida na forma de dor.
Foi a convicção de que Deus está sempre presente, e as muitas provas que eu havia tido desse fato, tanto na minha vida profissional quanto em outras curas, que me permitiram tomar uma posição firme nesse sentido e, então, comecei a afirmar diariamente em oração que eu nunca poderia estar separada de Deus. Nada poderia separar-me da Mente terna e boa que eu havia conhecido e na qual confiava. A Mente, por sua própria natureza, é inteligente. Por essa razão, Deus não poderia criar alguma coisa deformada ou fraca. A Mente só criou a perfeição e essa era a realidade a respeito de minha vida e de meu ser.
Embora eu tenha tido curas instantâneas através da oração, essa em especial não se manifestou tão rapidamente. Porém, a partir do momento em que compreendi que não poderia estar separada de Deus, tive a certeza da vitória e essa expectativa passou a determinar meu pensamento a respeito do caso.
A conseqüência foi que literalmente me esqueci do problema no pescoço. Depois de alguns anos, notei que não sofria mais. Será que os ossos haviam passado por alguma modificação? Realmente não sei dizer, mas não é isso o que importa. O que sei é que eu mudei, que ocorreu em mim uma espécie de "cirurgia mental".
Durante os anos que transcorreram até minha cura, houve ocasiões em que o resultado de minhas orações não se manifestava claramente. Mas eu perseverava, buscando modificar meus pensamentos para que eles se voltassem para algo melhor, para aquilo que mais se aproximasse da imagem espiritual de Deus, que é minha e sua verdadeira natureza. E o resultado foi a cura.
Caso você esteja se empenhando para obter uma cura, não desista. Mesmo que os efeitos de seu esforço não se manifestem rapidamente, esteja certo de que você está progredindo.
