Em homenagem às 129 tecelãs mortas carbonizadas dentro da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, no dia 8 de março de 1857, foi insituído o Dia Mundial da Mulher.
Aquelas operárias, participantes da primeira greve conduzida apenas por mulheres, reivindicavam redução da jornada de trabalho: de 17 para 10 horas diárias! A remuneração dessas mulheres, contratadas como mão-de-obra barata, chegava a ser até 60% menor do que a dos homens.
Em 1910, Clara Zetkin, ativista da causa dos direitos femininos, reivindicava melhores condições de trabalho, mais dignidade e uma sociedade mais justa. Foi ela quem sugeriu a instituição do Dia Mundial da Mulher durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca (Uma data e muitas histórias, Carmen Lucia Lopes).
Há diversas mulheres de valor, ricas em bravura, energia, firmeza, perseverança, ousadia, ternura e amor pela humanidade.
Exemplo interessante é a vida de Mildred Dresselhaus. Nascida em 11 de novembro de 1930, descendente de imigrantes poloneses, viveu em meio à pobreza do bairro nova-iorquino do Bronx, na época da Grande Depressão econômica americana, após a queda da bolsa de Nova Iorque, em 1929.
Ainda criança, trabalhou numa indústria têxtil. Após o ensino fundamental, conseguiu uma bolsa de estudos em música e optou pelo violino. Percebeu que tinha especial interesse por física e matemática e, felizmente, não se abalou com opiniões machistas como a que ouviu do conselheiro do colégio, quando a advertiu, dizendo: “...não temos carreira para mulheres. Seria melhor você estudar algo que tenha valor prático. Portanto, ao chegar à faculdade, você deve estudar para se tornar professora primária.”
Assim o fez. Ganhava a vida dando aulas, mas seguia paralelamente seus estudos científicos como pesquisadora de nanotecnologia, que é a ciência do que existe na escala dos milionésimos de milímetro. Tal estudo contribui para o futuro da eletrônica e da biotecnologia.
Mildred é um marco do pioneirismo de mulheres-cientistas; foi a primeira a assumir uma cadeira no MIT, famoso instituto de tecnologia, nos Estados Unidos. No Brasil, que já visitou inúmeras vezes, teve papel importante no surgimento de centros de excelência da pesquisa brasileira. Mãe de quatro filhos e avó de quatro netas, Mildred é exemplo de uma grande mulher (Folha de São Paulo, Sinapse — n° 16, 2003).
Dentre as mulheres estudiosas, talentosas, que enfrentaram opositores e muitas dificuldades, está a fundadora desta revista. Mary Baker Eddy renunciou a tudo para se dedicar ao estudo da Bíblia. Vislumbrou um conceito novo sobre Deus e Seu relacionamento com o homem. Tal compreensão resultou num método científico de cura espiritual. Por amor à humanidade, escreveu, no fim no século XIX, Ciência e Saúde, o precursor dos livros que tratam da relação mente-corpo. Até hoje, os estudiosos de sua obra praticam tal princípio mental de cura.
Mary Baker Eddy, sem dúvida, também enfrentou muitas batalhas e foi uma notável vencedora.
