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Matéria de capa

Venci a injustiça

Da edição de março de 2004 dO Arauto da Ciência Cristã


MULHERES

Quando menina, você tinha uma idéia do que queria ser quando crescesse?

Tinha sim. Muitas meninas querem ser bailarinas, mas lembro que eu dizia a todos que queria ser uma alta executiva.

Você tinha tino comercial desde a mais tenra idade?

Minha mãe adora contar esta história: aos doze anos, eu entregava jornal em domicílio, em três rotas diferentes. Aparentemente, era a única menina que fazia esse trabalho na comunidade em que morava, no estado de Nova Iorque. Tinha muito trabalho, então decidi contratar as crianças da vizinhança para me ajudar. Depois da escola, elas faziam fila na frente da minha casa, com suas bicicletas, e eu distribuía os jornais. Aos domingos minha mãe nos levava de carro, pois os jornais eram mais pesados, e depois eu pagava a garotada com pretzels. Fiz a entrega durante três anos e saí com lucro.

E como você finalmente chegou a ser uma alta executiva?

Quando ingressei no mundo dos negócios, há vinte anos, estava no setor tecnológico. Comecei em vendas, numa firma com mais de trezentos vendedores. Em seis meses, tornei-me a segunda melhor em número de vendas. Surgiu uma vaga gerencial para a qual eu era qualificada. Tinha 24 anos. Embora tivesse menos experiência do que os demais, preenchia os requisitos do cargo. Conversei sobre o cargo com o vice-presidente regional. Ele riu e disse que eu era muito nova para ser considerada. Disse também que a firma talvez desconsiderasse a questão da idade, mas não havia nenhuma mulher gerente. Avisou-me, me, em condição não oficial, de que eu deveria me sentir feliz por ter chegado onde chegara, pois eu conseguira mais do que a maioria das "meninas" da minha idade.

O que você fez depois de ouvir isso?

Não aceitei que as mulheres só podiam chegar até certo ponto, pelo simples fato de serem mulheres. Sempre senti que Deus governa meu progresso. Isso quer dizer que não tenho de aceitar limitações.

Decidi, então, que deveria ir para uma firma que não se importasse com minha idade ou meu sexo. Às vezes, podemos mudar o ambiente em que estamos, mas outras vezes precisamos sair. Mais do que tudo, eu queria estar numa firma onde pudesse ajudar os outros e ensinar-lhes o que sabia sobre os negócios e não só contribuir para o resultado financeiro da empresa.

Dentro de seis meses, recebi uma oferta em uma firma bem mais progressista. Dentro de um ano fui nomeada vice-presidente regional, a primeira mulher nomeada para esse cargo e, no mesmo ano, fui convidada a fazer parte do Conselho Nacional de Diretores.

Houve outras ocasiões em que você teve de enfrentar injustiças?

Sim, várias. Em uma ocasião, um dos membros da Diretoria estava formando uma nova comissão da qual eu deveria ser integrante. Não fui consultada e nem avisada sobre quem seriam os demais membros e nem os horários das reuniões. A situação tornou-se muito desagradável, quando outros integrantes da comissão começaram a me telefonar, pedindo informações sobre a nova comissão, e eu não sabia de nada.

Avisei a Diretoria sobre essa omissão, mas tive muito cuidado e não fiz ataques pessoais. O resultado foi que, nos anos seguintes, me mantiveram informada sobre tudo o que aconteceria e eu senti que havia menos daquele sentimento preconceituoso de que eu era a única mulher na Diretoria.

Mudou muita coisa no mundo dos negócios desde essa época?

Fizemos muito progresso nos EUA, mas ainda não é fácil uma mulher obter um cargo executivo. No entanto, agora, quando participo de reuniões, poucas são as vezes em que sou a única mulher e não ouço piadas inconvenientes.

Você está vendo mais oportunidades de alto nível para as mulheres no setor empresarial?

Creio que há esperança no mundo todo. Nos últimos anos, trabalhei com muitas mulheres no sudeste da Ásia, onde as oportunidades para a classe feminina tardaram a chegar. Entretanto, essas mulheres têm oportunidades de ser pioneiras. Uma delas, que é a primeira e única mulher na empresa com um cargo gerencial, me contou que tinha sido rejeitada pela família quando optou pelo mundo dos negócios e não se casou jovem.

Em uma ocasião, participei de uma reunião de negócios com ela e percebi que alguns de seus colegas homens a desdiziam em tudo. Permaneceu calma, enquanto eles combatiam suas idéias e as desconsideravam de formas muito sutis. Era o que eu tinha vivenciado quando jovem. Pude, então, enco-rajá-la a não desistir. Tivemos muitas conversas sobre religião e fé e ficou evidente que possuía um conceito muito forte de sua identidade.

Quais as vantagens que as mulheres trazem aos negócios?

A perseverança, a habilidade de fazer coisas diferentes ao mesmo tempo e a disposição de ajudar os outros. Muitas mulheres, principalmente as mais jovens, tentam suprimir a feminilidade própria porque acham que é sinal de fraqueza. Minha experiência me ensinou o contrário. Antes, eu tentava desenvolver as qualidades comumente associadas aos homens e não outras associadas às mulheres, como a suavidade.

Descobri que, quando coloco Deus em primeiro plano, a vida fica mais fácil. Todos os dias, oro várias horas e escuto a orientação divina quanto à família e à empresa. Isso me habilita a ficar menos absorta com o estresse e os desafios do dia-a-dia. Algo que me ajudou a vencer um desafio, tenha ele sido uma injustiça ou um problema de saúde, é a promessa bíblica: "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

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