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Matéria de capa

Enfermagem na Christian Science: missão de cura

Da edição de dezembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Para exemplificar a magnitude, o espírito e os objetivos da enfermagem na Christian Science, O Arauto apresentauma trocade idéias entre quatro enfermeiros dedicados, de quatro continentes, com quatro experiências de vida distintas. Embora suas carreiras reflitam a diversidade que caracteriza os enfermeiros e a prática de enfermagem, eles estão unidos pelo amor ao propósito senador da profissão e às pessoas a quem servem.

deixou uma bem sucedida carreira empresarial em 1980, para se tornar uma enfermeira da Christian Science. Atualmente, gerencia o Departamento de Anúncios de Praticistas e Enfermeiros da Christian Science para a Sociedade Editora da Christian Science, e pratica enfermagem. A colega de trabalho de Eva em Boston, supervisiona os anúncios dos enfermeiros no The Christian Science Journal e também é enfermeira. Começou seu treinamento após se formar na faculdade. e também deixaram carreiras recompensadoras no ramo empresarial, para se tornarem enfermeiros. Robin trabalhou no desenvolvimento de liderança empresarial e Daniel foi bancário em Gana, na África. Atualmente, Daniel é Diretor de Enfermagem em uma casa de repouso da Christian Science na Inglaterra, e Robin é enfermeiro particular estabelecido em St. Louis, Missouri, Estados Unidos.

Esta troca de idéias teve como moderador da equipe do Sentinel.

Qual é a base do trabalho de um enfermeiro da Christian Science?

Eva Boone Hussey: a enfermagem na Christian Science está estabelecida sobre o fundamento cristão da compreensão de que a cura é possível, por intermédio do amor que Deus tem por todos os Seus filhos. Os enfermeiros da Christian Science demonstram esse terno cuidado de Deus por Sua criação, com convicção espiritual, suprindo a necessidade física dos pacientes.

Vejo em Jesus um exemplo do enfermeiro ideal no relato da cura da filha de Jairo (ver Marcos 5). Jairo, chefe da sinagoga, tinha uma filha de doze anos que estava morrendo. Ele foi até Jesus e pediu-lhe que viesse até sua casa, mas Jesus se demorou pelo caminho. Ao chegar lá, a criança havia morrido. Jesus pediu que as pessoas saíssem e foi para o quarto onde estava a menina, apenas com os pais dela e três de seus discípulos. Disse ele a Jairo: “Não temas, crê somente”. Então, falou ternamente à menina: “Levanta-te”. Jesus ajudou -a a se levantar e pediu que lhe dessem algo para comer.

A enfermagem na Christian Science tem a completa expectativa de cura que Jesus tinha, sua dependência em relação a Deus e em seu encorajamento para “não temer” e crer somente ou confiar em Deus para a cura. Jesus também removeu os pensamentos de dúvida ou preocupação.

Robin Tamm-Buckle: Falando em remover pensamentos de dúvida e preocupação, penso no esporte escocês chamado “curling” (jogo sobre o gelo no qual os participantes fazem deslizar pedras em direção a um alvo) os jogadores alisam o gelo a fim de remover qualquer imperfeição, para que a “pedra” possa chegar ao seu destino. A enfermagem requer que livremos o paciente da ansiedade, da dúvida e da preocupação que o rodeiam. Quando faço isso como enfermeiro, sinto que estou permitindo ao paciente que tenha uma livre trajetória, por assim dizer, para atingir o alvo chamado cura.

Daniel Abbey: Gálatas 6:10 dá uma definição simples de um enfermeiro da Christian Science, isto é, alguém que seja capaz de fazer “o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. Nós cuidamos de pessoas que praticam a Christian Science, ou que decidiram confiar em Deus para se curar pelos ensinamentos da Christian Science.

Eva: Em Ciência e Saúde há um título marginal “Assistência aos doentes”. Esse parágrafo identifica as qualidades que os enfermeiros devem trazer à cabeceira de um doente. Diz: “Uma pessoa geniosa, queixosa ou falsa, nõa deve ser enfermeira. A enfermeira deve ser alegre, ordeira, pontual, paciente, cheia de fé — receptiva á Verdade e ao Amor” (p. 395). Verdade e Amor são sinônimos para Deus, portanto a Sra. Eddy está pedindo que sejamos receptivos a Deus. O maior dom que um enfermeiro da Christian Science pode trazer a um quarto de doente é seu pensamento.

O objetivo da Christian Science é a regeneração do pensamento e a compreensão, por parte do paciente, de sua própria identidade espiritual, que resulta em boa saúde.

Linda Bumpus: A pureza do pensamento e da prática é muito importante, assim como motivos puros em tudo que se faz. Quando somos chamados a cuidar de alguém, como enfermeiros, temos de manter diante do pensamento, de forma constante, que o objetivo da Christian Science não é apenas fazer o paciente se sentir melhor. O objetivo é a regeneração do pensamento e a compreensão, por parte do paciente, de sua própria identidade espiritual, que resulta em boa saúde.

Algumas vezes, se o problema é algo sobre o qual o paciente já tenha orado por algum tempo e que ainda não tenha cedido, ele pode se sentir desanimado. É necessário então encorajá-lo, pela convicção de que o Cristo está dentro de cada um, que cada um de nós pode ouvir a voz de Deus e é digno de vivenciar a paz que nos advém quando estamos conscientes da presença do Amor divino, consolando e cuidando de nós.

Qual é o relacionamento entre o trabalho do Engermeiro da Christian Science e o do Praticista da Christian Science?

Eva: Seus papéis são diferentes, mas relacionados na cura. Um praticista é chamado pelo paciente para lhe dar um tratamento específico em oração, em prol de seu bem-estar. O relacionamento deles é confidencial, por ser espiritual e fundamentado na oração. Mas, um enfermeiro tem um papel sanador a desempenhar, ao orar para que seja estabelecida em seu pensamento a pureza do homem como filho de Deus; tomar, mentalmente, uma posição com relação à inevitabilidade da cura, confiança obtida pelo reconhecimento de que “para Deus tudo é possível” (Mateus 19). A Sra. Eddy, em um artigo do Manual da Igreja, exige que os enfermeiros da Christian Science tenham um “conhecimento demonstrável da prática da Ciência Cristã” (p. 49), o que significa que eles comprovaram o método da Christian Science em suas vidas e que suas orações resultaram em curas.

O que levou você a se tornar um enfermeiro?

Robin: Durante 14 anos traba Ihei como consultor para a Scandinavian Airlines (SAS), na área de desenvolvimento de liderança, orientando e apoiando as pessoas na resolução de conflitos. Eu ansiava ver toda aquela “engrenagem” trabalhando, o mais suavemente possível. Foi então que assisti a uma palestra dada por um enfermeiro da Christian Science. Compreendi que, o que eu realmente estivera fazendo, primeiro como professor e depois nos negócios, era desempenhar as qualidades de enfermeiro. Alguns dias depois, liguei para a casa de repouso local da Christian Science, marquei uma entrevista. Desde aquela ocasião, tenho traba-lhado como enfermeiro.

Eu trabalhava como consultor, na área de liderança. Ao assistir a uma palestra, compreendi que, o que eu realmente estivera fazendo, era desempenhar as qualidades de enfermeiro.

Daniel: Eu era bancário em Gana, África. Tornei-me Cientista Cristão movido pelo desejo de ajudar mais as pessoas. Durante os fins de semana, saíamos para distribuir literatura da Christian Science em hospitais e clínicas e, quando íamos a esses hospitais, víamos familiares visitando seus doentes trazendo frutas, flores e coisas assim. Mas, a ânsia das pessoas para apanhar os periódicos de nossas mãos era tão grande que pensei: “O que essas pessoas realmente querem?” Estava muito satisfeito commeu emprego, mas quando vi um anúncio no The Christian Science Monitor sobre a enfermagem da Christian Science, fiz a conexão entre ir ao hospital e ver pessoas pedindo literatura. Pensei que seria melhor trabalhar como enfermeiro da Christian Science, embora não tivesse a mínima idéia sobre isso.

Matriculei-me para fazer o treinamento no exterior, mas não recebi resposta; portanto, esqueci-me do assunto e continuei no emprego. Um dia, recebi uma carta de uma casa de repouso da Christian Science me convidando para uma entrevista. Conversei com meu chefe que me disse: “O que você quer dizer? Enfermagem é para mulheres”. Até aquele ponto meu enfoque tinha sido lidar com dinheiro; contudo, pensei: “Isso não é o que quero fazer”. Seria um desafio para mim trabalhar como enfermeiro, mas estava pronto para enfrentá-lo.

Linda: Fui apresentada à Christian Science quando estava na faculdade e, após me formar, trabalhei em um teatro infantil. A diferença que a Christian Science provocou em minha vida foi tão vital e importante, que cheguei ao ponto de querer esse trabalho sanador. Também vi um anúncio no Monitor para começar a ter aulas na casa de repouso próximo de onde morava. Um praticista me encorajou a ver que aquela era uma oportunidade maravilhosa de dar tudo de mim no trabalho de cura.

Eva: Comigo aconteceu depois que fiz o Curso Primário de cura pela Christian Science, com doze dias de duração, um intenso aprendizado sobre nosso relacionamento com Deus, e um aprofundamento de minha habilidade em orar e curar. Desde aquela ocasião, veio um desejo muito puro que falou comigo pelas palavras de Mary Baker Eddy: Orando, quero o bem fazer / Por Ti, aos Teus, / Pois vens amor oferecer. / Conduz-me, Deus! (Hinário da Ciência Cristã, 253)

Eu não sabia o que era uma casa de repouso da Christian Science, muito menos o que era uma enfermeira da Christian Science. Logo após a instrução em classe, fui solicitada a organizar um evento para angariar fundos para um sanatório de enfermagem da Christian Science. Minha experiência era com administração de empresas, organizando seminários ao redor do mundo. Portanto, organizei esse evento para angariar fundos e, alguns dias depois, fui convidada a visitar o sanatório para ser voluntária por um dia. Lembrome de que estava carregando uma bandeja com refeição para o quarto de um paciente e a superintendente das enfermeiras a proximou-se, abraçou-me e disse: “Ah, você seria uma excelente enfermeira”.

Em meu campo profissional, eu tinha muito êxito. Contudo, questionei se era isso o que Deus desejava que eu fizesse. Pensei e repensei o assunto durante três meses. Finalmente, liguei para um praticista, que me indicou este trecho em Romanos 8: “Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Ele, então, me perguntou: “Você ama a Deus?” Respondi: “Sim”. Disse-me ele: “Apenas pense nisso quando tiver dúvidas. Deixe Deus guiá-la”. Inscrevi-me como auxiliar de enfermeira, participei do curso de treinamento que, na ocasião, era de dez semanas, e logo no primeiro dia, sabia que aquele era o lugar onde deveria estar.

O que dizer sobre a preparação, a instrução e o treinamento de um enfermeiro?

Robin: Desde o começo, minha perspectiva sobre enfermagem era a de prestar assistência às pessoas em seu próprio domicílio. Portanto, tive um treinamen to adicional. Eu estava atendendo casos de enfermagem em dois continentes e os desafios financeiros pareciam, às vezes, um pouco assustadores. Contudo, começaram a aparecer casos em lugares que me eram convenientes, um a pós o outro, e no continente que era mais apropriado para eu estar, na ocasião.

Linda: Recebi treinamento de três anos. Isso me possibilitou um bom equilibrio entre o ensino prático das habilidades em enfermagem e a análise da idéia espiritual que sustenta o que fazemos. Tenho visto ótimas enfermeiras se desenvolverem de várias maneiras e acho que a maioria dos educadores concordaria em que pessoas diferentes aprendem melhor em maneiras e situações diferentes.

Eva: A preparação mais importante é a espiritual: o estudo contínuo da Bíblia e de Ciência e Saúde, o crescimento da compreensão das leis de Deus e a sua aplicação, à medida que vivemos como cristãos, a instrução em Classe Primária e a oração como primeiro passo na prática da cura. Por exemplo, quando nos deparamos com uma imagem agressiva de um problema fisico, é preciso permanecer imperturbado e ser um apoio firme, fiel e elevado para o paciente. O Manual também requer que sejamos capazes de “cuidar bem” (p. 49) dos pacientes. Então, a presença do enfermeiro é discreta, consoladora e atende às necessidades fisicas do paciente.

Existem escolas de enfermagem da Christian Science que oferecem cursos durante o ano todo, em inglês, ou aulas ocasionais e, como a Linda mencionou, treinamentos podem ser dados por enfermeiros experientes, mediante um acordo firmado, ou seja, um enfermeiro da Christian Science de sua própria comunidade pode instruí-lo na preparação para a prática de enfermagem.

Quais são algumas das dimensões éticas na enfermagem da Christian Science?

Linda: Uma de primordial importância é manter a natureza sigilosa do trabalho, não conversando sobre um caso nem permitindo que alguém saiba a quem você está prestando seus serviços. Na maioria dos casos, o paciente deseja ficar a sós com Deus e seu praticista. Outra parte importante da ética é respeitar os direitos do paciente de tomar decisões sobre seu próprio tratamento. Um enfermeiro da Christian Science é sempre obediente às leis do país ou do estado.

Respeitamos o direito do paciente de exercer seu autogoverno, e sua capacidade de decidir, a qualquer momento, sobre o que melhor atenda às suas necessidades.

Eva: Também existem coisas que um enfermeiro da Christian Science não faz. Entre elas estão: dar conselhose opiniões pessoais; assumir responsabilidade por decisões sobre cuidados de saúde; fazer diagnósticos; registrar ou manter um registro de sintomas ou condições do paciente; administrar medicamentos, remédios ou usar produtos ou remédios à base de vitaminas ou ervas. O enfermeiro da Christian Science também não usa nem administra técnicas, equipamentos e tecnologia de orientação médica nem fisioterapias. Se um paciente desejar, a qualquer momento, mudar o tipo de tratamento de saúde que esteja recebendo, o enfermeiro fará todos os esforços no sentido de ajudá-lo para que isso aconteça. Respeitamos o direito do paciente de exercer seu autogoverno, e sua capacidade de decidir, a qualquer momento, sobre o que melhor atenda às suas necessidades.

Daniel: Nossos padrões éticos estão fundamentados na Bíblia e em Ciência e Saúde. Além disso, o padrão básico a que todos nós, como enfermeiros, temos de nos submeter é fazer aos outros o que desejamos nos façam. Portanto, quando um enfermeiro da Christian Science cuida de um paciente, ele deseja tratar o paciente exatamente como desejaria ser tratado.

Comentem sobre as casas de repouso da Christian Science.

Eva: Estão localizadas em vários países e oferecem uma atmosfera tranqüila para aqueles que optam pela oração científica para a cura, conforme explicado em Ciência e Saúde. Ali você encontrará enfermeiros da Christian Science em atividade 24 horas por dia, 7 dias por semana, proporcionando apoio espiritual e atendendo às necessidades físicas dos pacientes. Oferecem um ambiente de paz e de amor, onde os pacientes se apóiam totalmente em Deus e a expectativa de cura é protegida.

Linda: Ās vezes, as pessoas precisam de um ambiente tranqüilo que lhes ofereça alívio e conforto por algum tempo, outras vezes o caso requer o atendimento de múltiplos enfermeiros durante 24 horas.

Robin: Além disso, freqüentemente, os familiares que cuidam do paciente em casa, necessitam de um descanso.

Daniel: Eu comparo a casa de repouso com aquela hospedaria da parábola de Jesus sobre o “Bom Samaritano”, para onde é levada a vítima de um assalto. É um refúgio temporário para a cura e depois o paciente volta para casa.

A satisfação que tenho como enfermeiro é saber que não sou a pessoa responsável pelo cuidado do paciente, porque Deus o é.

O trabalho do enfermeiro é sério e exige muito dele, pode haver também alegria nessa atividade?

Robin: Existe alegria em ver a harmonia inerente à situação em que parecia não haver nenhuma harmonia. Isso pode ser visto em várias atividades, seja o que for que Deus nos diga para fazer. A alegria nos advém quando ouvimos e seguimos intuições espirituais.

Daniel: A satisfação que tenho como enfermeiro é saber que não sou a pessoa responsável pelo cuidado do paciente, porque Deus o é. O paciente, o praticista e eu estamos ouvindo e seguindo a única Mente.

Linda: Deus quer que compreendamos a profundidade e a largura, o coração e a alma com os quais Ele nos ama e cuida de cada um de nós. Como enfermeiro da Christian Science, você mentalmente se sintoniza com o amor que flui de Deus e pensando e agindo de acordo com esse amor, você o expressa. É muito gratificante.

Eva: Ās vezes, a alegria vem pelo feto de você estar onde está e fazer o que está fazendo. Penso que nutrir, confortar, cuidar, acalentar, tratar com carinho, ter em grande estima são a essência do que fazemos. Esforço-me em me ater firmemente ao relacionamento do paciente com Deus, como algo temo e inseparável. A coisa mais importante que podemos fazer é saber o que Deus sabe sobre cada um de Seus filhos.

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