1. Versículo 3: Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
“Por intermédio dele” significa por meio do Cristo, um agente de Deus, ou como explicado por Mary Baker Eddy, a manifestação de Deus. Os gregos acreditavam que havia uma lógica inerente à criação. Aqui João identifica que a fonte daquela lógica é Deus, a Mente divina e perfeita. A inteligência e a lógica, significado da palavra Logos (o Cristo), eram as qualidades mais cultuadas entre os gregos, não havia, portanto, um tributo mais elevado que João pudesse lhes prestar, a partir da perspectiva deles.
2. Versículo 4: A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
Alguns estudiosos apontam que João ensina, ao longo de seu evangelho e de outros escritos, que o Cristo era o canal por meio do qual a vida divina entrava no mundo, razão para existir uma forte conexão entre o Logos e a criação divina. Cristo Jesus chamava a si mesmo a “luz do mundo” e isso complementa a conexão entre a vida e a luz tão freqüente no Velho e no Novo Testamento. Esse é um dos maiores temas do Evangelho de João. A palavra vida aparece 36 vezes no Evangelho de João, duas vezes mais do que em qualquer outro. O Logos ou Verbo não é somente o agente do Criador do mundo, mas é também sua Vida, ou seja, Ele sustenta a existência da criação, supre a Vida a todos os organismos viventes e guia todas as operações da natureza. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreveu: “O Cristo, a Verdade, dá aos mortais alimento e roupa temporários, até que o material, transformado pelo ideal, desapareça e o homem seja vestido e alimentado espiritualmente” (p. 442). Para o homem, o Cristo é também sua própria Luz ou Instrutor. Ele o era mesmo antes de Sua Encarnação, instruindo-os pela razão, consciência e profecia.
3. Versículo 5: A luz resplandece trevas e as trevas não prevaleceram contra ela.
A versão King James traduz esse versículo da seguinte forma: A luz brilhou nas trevas mas as trevas não a perceberam. Nossa interpretação poderia ser a de que as pessoas cujas mentes estão obscurecidas pelo pecado e pelo materialismo, não compreendem as instruções do Verbo.
4. Versículos 6 ao 8: Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era luz, mas veio para que testificasse da luz...
Aqui temos um parêntese dentro do prefácio de João, que menciona a missão do antecessor do Cristo, João Batista. Talvez essa observação fosse dirigida àqueles seguidores de João Batista, que insistiam em dizer que João Batista era o Messias. Por essa razão, o evangelista deixa claro que: João Batista recebera uma a missão de Deus como anunciador do Cristo e que ele não era a Luz. Sua missão era dar testemunho da luz e não ser o canal para a luz.
5. Versículo 9: ...a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
A luz verdadeira, o Cristo ou o Logos, existia mesmo antes de Sua Encarnação e iluminava a todos os homens, tanto judeus como gentios. Esse texto ensina que a luz da revelação brilha para todas as reças e que existe alguma verdade, embora ás vezes distorcida, em todas as religiões. Outra possível tradução é: A verdadeira Luz já existia, e iluminava a cada homem, à medida que entrava no mundo.
6. Versículos 10 e 11: O Verbo estava no mundo, o mundo o foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o queera seu, e os seus não o receberam.
O Cristo estava no mundo antes de sua Encarnação, veio na Encarnação aos seus (ao lar, à Terra Santa) e os seus, os judeus, não acreditaram nele.
7. Versículos 12 e 13: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Aqui é usada a palavra “poder” ao invés de simplesmente ‘direito’ ou ‘privilégio’. Isso quer dizer que, além do privilégio de sermos os filhos de Deus, temos também o poder para curar. Aqueles que o receberam, que acreditaram na sua natureza de Salvador do mundo, descobriram também que possuíam o privilégio de serem semelhantes a Jesus como filhos de Deus. Essa filiação conferida aos homens não depende da descendência humana, do sangue de Abraão, nem da união dos pais (a vontade da carne), nem do esforço humano (a vontade do homem). É um dom de Deus, livre e natural, interior e espiritual, mantido apenas pela nossa união com o Cristo.
