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Este é o quito de nove artigos sobre as bem-aventuranças e sua relevância para o mundo do século XXI.

Fome de espiritualidade

Da edição de dezembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


As pregações de Jesus enfocavam atitudes. Não atitude do tipo que se caracteriza como obstinação ou hostilidade. Mas, atitude como um estado mental ou disposição. Embora possa parecer banal para alguns, essa é a maneira como sempre pensei a respeito das declarações de bem-aventuranças no Sermão do Monte. A palavra em inglês: “beatitude”, quando separada em “be-atitude” significa seja-atitude, e se refere a instruções sobre como pensar e viver de maneira que, inevitavelmente, traga bênçãos.

Vista sob esse aspecto, esta quarta bem-aventurança: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5), parece particularmente promissora. Quem em algum ponto na vida, não se sentiu faminto e sedento de uma ou outra coisa? Talvez seja a necessidade de saúde, de companheirismo. Dinheiro para pagar as contas. Até mesmo a necessidade de fé em Deus. Considerando-se as constantes exigências da vida, não consigo pensar em uma garantia melhor do que a de que existe um anseio que será satisfeito. Além disso, como tenho percebido em minha própria vida, esse anseio realmente traz bênçãos muito além de nossas expectativas iniciais. A solução é deixar claro quais são realmente nossas necessidades.

Houve uma época em que eu necessitava desesperadamente de dinheiro para pagar as contas e sentia um medo tremendo de não conseguir colocar comida na mesa para minha esposa e filhos, nem manter um teto sobre nossas cabeças. Havia tomado todas as medidas imagináveis para melhorar a situação. Como é meu costume, orava muito e com afinco, mas aparentemente sem sucesso. A situação parecia bastante desesperadora.

Ao ponderar sobre a bem-aventurança “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” compreendi que estivera, de fato, faminto e sedento durante muitos anos. O problema estava no fato de eu achar que necessitava de dinheiro para pagar as contas. Dinheiro, ao invés de justiça (conforme nos aconselha a bem-aventurança), era o que eu estivera buscando. O resultado havia sido, nas palavras de Tiago: “...pedis e não recebeis, porque pedis mal...” (Tiago 4). Mary Baker Eddy reproduziu essa idéia, ao escrever: “A experiência nos ensina que nem sempre recebemos as bênçãos que pedimos na prece. Há certa incompreensão quanto à fonte e aos meios de toda bondade e toda bem-aventurança, do contrário receberíamos certamente o que pedimos” (Ciência e Saúde, p. 10).

Embora essas duas passagens possam não soar particularmente encorajadoras, senti-me realmente muito reconfortado com a idéia que elas comunicam, ou seja, apesar de pensarmos que sabemos o que precisamos ou desejamos — o dinheiro, o relacionamento certo, um novo emprego — Deus sabe o que nós realmente necessitamos. Conseqüentemente, à medida que nosso enfoque seja procurar ser justo, ser bom e fazer o bem, da maneira como fomos criados por Deus a ser e a fazer, então seremos abençoados de uma forma mais completa e substancial, do que jamais poderíamos imaginar.

Foi isso o que aconteceu comigo, naquela época de crise. Certo dia, exatamente quando as coisas pareciam mais desoladoras, veio, de algum lugar muito longínquo, do fundo do meu coração, uma voz que disse todas estas palavras: “Use seus talentos! Reconheça as qualidades espirituais que Deus lhe deu e pratique-as de todas as formas concebíveis para abenço-ar todos ao seu redor. Faça isso diligentemente, com fidelidade e consistência, e tudo sairá bem”.

Comecei a perceber que não era de dinheiro que eu precisava, mas sim de uma percepção mais clara do meu próprio valor para Deus, para mim mesmo e para meus amigos. Isso talvez soe irracional, considerando-se que eu estava muito necessitado de fundos para pagar minhas contas. Mas, o que me ocorreu quando pensei sobre isso foi que o dinheiro é meramente um símbolo de valor, não a fonte dele. Deus é a fonte real. Encontrar meu valor significava penetrar nessa fonte, Deus, expressando-O em amor, bondade, sabedoria, discernimento, coragem, força, humildade e assim por diante. À medida que fizesse isso, sentiria minha união com Ele, ou seja, com a “fonte aberta” (Ibidem, p. 2) de toda bondade e bem-aventurança. O que também comecei a perceber foi que, na fome e na sede de reconhecer e expressar essas qualidades, é que meu propósito real seria concretizado, a saber, ser reto, viver reta e corretamente, de acordo com o propósito de Deus para mim e para todos.

Fui obediente áquela mensagem e, em tudo o que fazia, procurava identificar, reconhecer e valorizar as qualidades espirituais que eu podia ver manifestas em todas as minhas atividades, desde nas pequenas tarefas domésticas, no amor pela minha esposa e filhos e até na ajuda ao meu próximo. Era um esforço consciente para ver a bondade de Deus refletida em cada faceta de minha vida. Mas, o que aconteceu como resultado vem trazendo bênçãos para minha família e para mim, desde aquela época.

À medida que o tempo passa, percebo, cada vez mais, que a verdade espiritual por trás dessa bem-aventurança é uma lei de reflexo espiritual, não de consumo material. Em outras palavras, fome e sede de justiça passaram a significar para mim o reconhecimento da absoluta necessidade de demonstrar e utilizar o que Deus já nos deu de Sua bondade e amor, sabedoria e coragem, infinitamente abundantes. Ser Seu reflexo, é o que todos já somos. Isso, por sua vez, nos capacita a expressar a verdadeira justiça, ou seja, viver com retidão e agir corretamente.

Essa bem-aventurança também traz uma promessa: a promessa de que seremos fartos, o que não significa apenas conseguir pagar as contas e sustentar a família, embora isso faça parte dela, como no meu caso. Minha família jamais ficou sem um teto, sem comida na mesa, sem dinheiro para pagar as contas. Mas, além disso, conforme tenho percebido cada vez mais, a promessa nunca é uma questão de sermos fartos com aquilo de que necessitamos, mas sim de compreender o quão completa e inteiramente somos sempre fartos com a capacidade de refletir a bondade e o amor de Deus. É sobre isso que se assenta nosso valor, nossa real riqueza. Quando percebemos isso, as pessoas ao nosso redor também o percebem e o valorizam.

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