Quando o calendário mostra o último mês do ano, as pessoas despertam para fatos que resultam em diversas sensações: alivio por dificuldades superadas; inquietação pelo que está por fazer; decepção por não concluir o que foi programado; preocupação com os gastos para o Natal; entusiasmo com a chegada das férias; ansiedade pelas notas das provas, planos para o ano novo, etc.
Tais emoções geram nas pessoas uma agitação mental, o que contagia toda a sociedade. Instala-se um período tenso, característico nessa época do ano. Parece que todos ficam perdidos, sem rumo, cansados.
A Biblia descreve um cenário parecido, visto por Jesus: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mat 9).
Jesus percebeu o cansaço, o sofrimento, a falta de orientação e a necessidade prementes de paz e alívio. Com sua pureza e espiritualidade, compadeceu-se daquelas pessoas e, como Pastor que ama seu rebanho, amou a todos individualmente; renovoulhes a esperança, eliminou sofrimentos e curou enfermidades.
Esse sentimento atinge diretamente o coração e cura. Mary Baker Eddy comenta sobre essa qualidade: “Se o Cientista alcançar seu paciente pelo Amor divino, a obra da cura se realizará numa só visita... Se o Cientista tem bastante afeição cristã... então ele é bastante cristão para exercer a prática científica e tratar seus pacientes com compaixão; e o resultado corresponderá à intenção espiritual (Ciência e Saúde, p. 365).
Não há idade mínima para sentir compaixão. Camila, 11 anos, disse ao avô, Rubens Alves: “Vovô, quando eu vejo uma pessoa sofrendo... o meu coração fica com o coração dela” (Sinapse, Folha de São Paulo, 27/9/05). Sentir com o outro é o primeiro passo que suscita um impulso de ternura para aliviar o coração sofredor. Isso desencadeia atitudes altruístas e modifica situações difíceis.
O exemplo de Jesus leva muitas pessoas, principalmente na época do Natal, a se dedicarem a ações sociais e humanitárias e os que fazem esses trabalhos sentem uma alegria genuína, por terem propiciado o bem ao seu semelhante.
Jab Pasollini, designer floral, após uma fase de questionamento da vida, resolveu ajudar algumas pessoas e criou em 2000 o projeto Visão pelas Flores, o primeiro curso no mundo de Arte Floral para cegos. “Resolvi atender ao chamado divino e começar a trabalhar com cegos. A experiência acabou sendo maravilhosa e nunca mais parei... Nenhum ser humano tem limites e é isso que eu quero mostrar”.
Nesse curso gratuito, os participantes conhecem de 15 a 20 tipos de flores, diferenciando cada espécie por meio do ta to e do olfato. Assim, criam a imagem das flores em suas mentes e fazem seus arranjos. Em 2003, Jab ampliou seu trabalho para portadores de síndrome de Down; em 2004 implantou o curso para deficientes auditivos e para grupos de Terceira Idade. Ele diz se sentir “a pessoa mais feliz do mundo” (Folha de São Paulo 22/9/05; www.jabpasollini.com.br).
Quando a compaixão impele as atitudes humanas, o resultado abençoa, traz alegrias a todos e renova a esperança, como aconteceu no advento de Cristo Jesus. Isso é viver o Natal!
