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O Evangelho Segundo João

Estudantes de Christian Science da Grande São Paulo aprofundaram seu conhecimento do Evangelho de João, fizeram reuniões inspirativas e partilharam o que haviam descoberto. Também nos próximos meses apresentaremos excertos do que foi exposto nessas reuniões. No mês de fevereiro, os comentários foram até o versículo 31 do primeiro capítulo. Continuamos agora com os versiculos 32 a 51.

O Evangelho Segundo João

parte V

Da edição de junho de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


1. Versículos 32 e 33: “E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus”. O batismo de Jesus já havia acontecido. Quando João Batista declarou: “Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele”, parece que ele teve um vislumbre da missão do Filho de Deus na terra. A Pomba pode ser o símbolo da mansidão de caráter e também da descida do Espírito Santo.

Mary Baker Eddy define pomba como “um símbolo da Ciência divina; pureza e paz; esperança e fé” (Ciência e Saúde, p. 584). Há um contraste entre batizar com água e batizar com o Espírito Santo. O Evangelho de João é rico em símbolos e aqui há dois deles: a pomba e o batismo. Encarado metafisicamente, o batismo com água é somente o símbolo da purificação, não a purificação em si mesma. No glossário de Ciência e Saúde, a definição é: “Batismo-Purificação pelo Espírito; submersão no Espírito” (p. 581). Conclui-se que nenhuma cerimônia ou ritual é necessário quando estamos submersos na espiritualidade, que advém do Pai-Mãe Deus.

2. Versículo 34. “Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o filho de Deus”. Ao declarar que Jesus era o Filho de Deus, João Batista mostrou que discernia a Ciência divina, pois reconheceu a eternidade da criação de Deus na figura de Jesus, o mais elevado representante humano do Cristo. Nos versículos 15 e 30 percebeu a pré-existência e a superioridade do Cristo. Ao confessar que ele não era o Cristo, mas apenas seu precursor, João mostrou obediência a Deus e a consciência da sua missão. João, autor deste Evangelho, distinguiu-se pela sua espiritualidade marcante, foi um discípulo fiel e cuidadoso ao escrever sobre os fatos da vida de Jesus, mostrando um conceito espiritual profundo da natureza do Cristo verdadeiro e eterno. O Evangelho de João difere dos outros três, os chamados sinóticos, pela percepção que o autor teve da natureza espiritual do Filho de Deus.

3. Os versículos 35 a 40 relatam o início da missão de Jesus, quando André e outro discípulo se encontram com ele e o seguem voluntariamente. Supõe-se que o outro discípulo mencionado no versículo 37 seja o próprio autor deste evangelho e, portanto, tenha visto com seus próprios olhos o que narra. Nos demais evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), os primeiros discípulos abandonaram o trabalho de pescador para seguir Jesus. Mas, neste evangelho, abandonaram o compromisso anterior de seguidores de João.

Os versículos 35 a 37 provavelmente refletem a realidade histórica de que os discípulos de João estiveram entre os primeiros a seguir Jesus. No versículo 38, os discípulos chamam Jesus de “Rabi”. Essa transliteração do termo hebreu ocorre raramente no Novo Testamento, apenas oito vezes em João, quatro vezes em Mateus e em Marcos, mas nenhuma vez em Lucas. João traduz o termo para a forma grega (Mestre), pois era mais conhecida aos leitores que falavam grego e não hebraico ou aramaico.

4. Versículo 41. “Ele achou primeiro o sue próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo)...” Messias era o termo usado pelos judeus, enquanto que os gregos se referiam a Cristo.

5. Versículo 42. Ao ver Simão, Jesus lhe disse: “Tu és Simão, o filho de João; tu serãs chamado Cefas (que quer dizer Pedro). Cefas é a palavra grega para pedra. Neste evangelho, Jesus dá outro nome a Simão logo no início da narração, ainda no primeiro capítulo. O objetivo aqui é realçar a revelação de Jesus, seu conhecimento sobre o papel de Pedro no futuro da igreja. A onisciência de Jesus é destacada em várias partes deste quarto evangelho. Em Mateus (16:16-18), o enfoque está em Pedro: “...tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” Podemos associar esse versículo, especificamente, à propagação do Cristianismo, à igreja cristã, cuja sólida estrutura, segundo Mary Baker Eddy, é a “da Verdade e do Amor” (Ciência e Saúde, p. 581).

6. Nos versículos 43 a 51 há o encontro de Jesus com Filipe que, chamado pelo Mestre, logo o seguiu e, ao encontrar Natanael, lhe disse: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José”.

Moisés se referiu a um futuro profeta em Deuteronômio 18:17 e 18 “...o Senhor me disse: ...Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos... e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar”. Natanael deu uma resposta depreciativa: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” Sua resistência mostra certa tensão causada pelo fato de Filipe ter visto Jesus primeiro. Entretanto, Filipe não desistiu de seu intento, pela certeza de estar diante do enviado de Deus, o Filho do Altíssimo, e disse a Natanael: “Vem e vê”.

O desprezo de Natanael logo desapareceu, diante da afirmação de Jesus ao vê-lo: “És um verdadeiro israelita” e prosseguiu: “antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira”. Aqui Jesus mostrou novamente refletir a onisciência divina, da qual Natanael muito se admirou e reconheceu ser ele o Filho de Deus, o Rei de Israel. Jesus continuou: “...Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores cousas do que estas verás”. A figueira é uma árvore frondosa, que produz sombra abundante. Para os judeus, essa sombra era símbolo de paz e segurança. Jesus não estã criticando a Natanael, mas apenas lhe afirma que ele ainda verá “cousas maiores” para que possa aprofundar sua fé e desenvolver sua percepção espiritual.

7. Versículo 51: “...vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”. Esse versículo lembra a escada de Jacó (ver Gênesis 28:12) e simboliza o fato de que o céu está aberto para a comunicação contínua com os homens, por intermédio do Cristo, representado humanamente por Jesus. A Christian Science torna essa comunicação mais clara e evidente para todos os que se aprofundam no estudo delineado por Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde.

Bibliografia:

O Novo Dicionãrio da Biblia, organizado por J.D.Douglas, Edições Vida Nova, 3ª edição em portugues. Conciso Dicionário Biblico, 6ª edição, 1976. Imprensa Biblica Brasileira. O Arauto da Christian Science, 02/1998, p. 7. Biblia de Estudo Almeida, Sociedade Biblica do Brasil, 2003. Biblia de Estudo de Genebra, Scoiedade Biblica do Brasil, 2004. Ciéncia e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, impresso em 1990. The Christian Science Publishing Society, Boston, USA. Novo Comentario Biblico Contemporâneo, João, J. Ramsey Michaelis, Editora Vida, 1994. A Biblia Viva, 5ª edição, Editora Mundo Cristão. Comentario Exegetico y Explicativo de la Biblia, Jamieson, Fausset, Brown, Casa Bautista de Publicaciones, 8ª edição. Nuevo Comentario Biblico, Editores de la edición en espanol Tito Fafasuli, Federico Mariotti, Abdias Mora, José T. Poe, Casa Bautista de Publicaciones. La Santa Biblia, anotada por Scofield, Editorial Publicaciones Espanolas, 16ª edicion. Estudo Perspicaz das Escrituras, Sociedade Torre de Vigia, 1991. The New Interpreters's Bible, Volume IX, Abingdon Press, Nashville, 1995.

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