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Alcoolismo e solidão superados

Da edição de junho de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


O lar não era um lugar feliz para mim. Na verdade, minha vida parecia tão vazia e vulnerável, que recorria ao álcool como fuga. Com treze anos, já bebia todos os dias. Dizer que minha vida e meus pensamentos estavam fora de controle seria uma meia verdade. Cada aspecto da minha existência era um desafio.

Quando eu ainda era pequena, minha mãe começou a sofrer de algum tipo de doença mental e raramente desejava sair de casa. Em realidade, com freqüência ela permanecia no porão durante semanas a fio. Como resultado, nós não tínhamos um relacionamento normal, nunca saíamos para fazer compras ou para comer fora juntas, como faziam outras crianças, que eu conhecia, com suas mães. Eu também não podia participar de atividades extracurriculares na escola. Achava que não tinha outra escolha a não ser viver a mesma existência isolada que ela. Além disso, como meu padrasto tinha dois empregos, eu também quase nunca o via.

Desde o começo, o álcool era uma atração que me dominava completamente. Bebia pela manhã, antes de ir para e escola, e à noite, sempre que podia dar uma escapada. Acostumei-me a ficar embriagada, ou pelo menos levemente bébada, o tempo todo.

Cheguei ao fundo do poço

Logo comecei a sair à noite com amigos e a fazer coisas das quais não me orgulhava. Roubava coisas de lojas e de carros em estacionamentos e tinha relacionamentos inadequados. Entretanto, nada disso fazia com que me sentisse bem. Ao contrário, sentia-me só e infeliz. Contudo, apesar das sérias reações que tinha ao álcool, tais como mal-estar e ressacas, quando estava sob sua influência, sentia-me mais sociável e aceita pela turma de amigos. Parecia entorpecer minha solidão e senso de inadequação, ou assim pensava eu. Aos dezesseis anos, saí de casa e vivi com diferentes pessoas até encontrar o meu próprio lugar. Contudo, isso também não fez diferença. Eu não me respeitava, como também poucas pessoas o faziam. Chegara ao fundo do poço.

Então, quando fiz dezenove anos, o amor incondicional de Deus, brilhando através de pessoas que eu nem conhecia, mudou tudo.

Pedi a ela para me levar à igreja. Com gratidão, ela concordou

Uma irmã mais velha me mantinha informada sobre a família, portanto, fiquei sabendo que minha mãe decidira procurar ajuda na Ciência Cristã, que ela conhecera havia muitos anos. Finalmente, por meio da oração, minha mãe ficou curada da depressão e se filiou à igreja local da Ciência Cristã. Em desespero, telefonei para ela e, embora não estivéssemos em contato fazia tempo, pedi-lhe que me levasse à igreja. Com gratidão, ela concordou.

Quando fui à igreja naquele domingo com minha mãe, havia estado em um bar na noite anterior e cheirava a álcool e a cigarros. O que me surpreendeu foi a maneira pela qual as pessoas me acolheram, com muitos abraços e ternos sorrisos; com cordialidade, não com crítica; com amorosa aceitação, não com rejeição.

Lentamente, ali mesmo naquela igreja, recebendo somente amor e bondade, senti que minha ansiedade e autocondenação começavam a se dissolver. As palavras “Deus é Amor”, pintadas na parede em frente à congregação, se destacavam como uma mensagem para todos e compreendi que eram para mim também, que Deus me amava! De alguma maneira, senti-me envolvida pelo Seu amor.

O que me surpreendeu foi a maneira pela qual as pessoas me acolheram, com muitos abraços e ternos sorrisos; com cordialidade, não com crítica; com amorosa aceitação, não com rejeição.

Passei do egoísmo para uma perspectiva de amor e gratidão

Então, comecei realmente a ouvir a Lição Bíblica que era lida pelo Pastor da Ciência Cristã, isto é, a Bíblia e Ciência e Saúde. Compreendi algumas idéias e me apeguei a elas. Mas, sobretudo, sentia-me amada.

A nova compreensão de minha mãe a respeito de Deus como Amor havia transformado completamente seu temperamento. Ela adquirira controle sobre sentimentos de medo e de amargura e se transformou em esposa e mãe amorosa, como Deus a havia criado para ser. À medida que continuei a freqüentar a igreja com ela, minha perspectiva também mudou e passei do egoísmo para uma perspectiva de amor e gratidão.

Agora sei que a aceitação que senti por parte dos membros daquela igreja era o amor do nosso Pai-Mãe, Deus, que é o próprio Amor. “O Amor...”, escreveu Mary Baker Eddy, “... é imparcial e universal na sua dádivas. É a fonte aberta que clama: 'Ah! todos vós os que tendes sede, vinde às águas'” (Ciência e Saúde, p. 13).

É o poder do Cristo sanador que transforma todo aquele a quem ele toca

Tal amor vê além do cenário que mostra uma pessoa lutando contra decisões ruins, e faz com que ela seja acolhida na família, na congregação ou na comunidade. Isso exemplifica as superações que são possíveis, quando a resposta natural em qualquer situação é ser amável, generoso e gentil, ou seja, ser movido pelo Amor divino. O amor de Deus não reage à aparência ou posição social, ou, até mesmo, à história passada. Ele simplesmente ama e, portanto, vê com naturalidade o filho de Deus, vê o verdadeiro cenário. Desde aquela época, a Ciência Cristã tem me ensinado que esse amor é uma expressão do Cristo sanador, que Jesus exemplificou ao longo de todo o seu ministério. Jesus guiava os outros por meio de seu exemplo e suas obras estabeleceram o fundamento para as gerações futuras. Ele amava com o amor que verdadeiramente faz a diferença, que nos envolve e conforta nosso coração, nos desperta e nos liberta de todo tipo de dor, inclusive de vícios destrutivos.

O amor de Deus não reage à aparência ou posição social, ou, até mesmo, à história passada. Ele simplesmente ama e, portanto, vê com naturalidade o filho de Deus, vê o verdadeiro cenário.

Como Ciência e Saúde declara, ele amava radicalmente: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (p. 476). Esse Cristo sanador está presente hoje.

Aquele amor, que me fora manifestado naquele domingo especial, transformou-me de forma permanente. Ele rompeu a influência de um sentimento fora de controle que me fazia sentir vulnerável e pouco amada. A seguinte citação de Mary Baker Eddy me faz lembrar daquela calorosa recepção que recebi há 28 anos, e que, ao mesmo tempo, inspira minha receptividade aos outros: “Limpa toda mancha das roupas enxovalhadas desse viandante, tira o pó de seus pés e enxuga as lágrimas de seus olhos, para que possas contemplar o homem real, o concidadão dos santos e membro de uma família sagrada” (Retrospecção e Introspecção, p. 86).

Não somente consegui abandonar a bebida e vivenciar uma satisfação duradoura, como também reformulei minha maneira de acolher outros em minha vida. O amor divino e incondicional, que inspirou aquelas boas pessoas naquela manhã, pertence a cada um de nós e deve ser dado sem medida. É o poder de Deus, do Cristo sanador, que transforma todos e tudo o que ele toca, e, na verdade, capacita a cada um de nós a assumir o controle do nosso próprio pensamento e da nossa vida, de modo a trazer não somente cura a nós mesmos, mas também a outros.

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