De certa forma, hoje, como no tempo de Jesus, todos procuram um consolo para seus problemas. Neste trecho em que Jesus conversa com uma mulher samaritana, o Mestre indica para todos o caminho, além de se revelar como o Messias Salvador que o povo hebreu esperava: “Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo” (João 4:25,26).
Mais adiante, no capítulo 8, temos outra revelação do Cristo, que diz: “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (v. 12). O Consolador verdadeiro não é aquele que a mulher samaritana, que conversou com Jesus no poço, aguardava, mas sim, o Consolador espiritual, como Mary Baker Eddy explica em Ciência e Saúde: “Nas palavras de S.João: 'Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.' Esse Consolador, no meu entender, é a Ciência Divina. ... Sua origem é espiritual, não material. É um enunciado divino — o Consolador que guia a toda a verdade” (pp. 55, 127).
O Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, define as palavras consolador e consolar da seguinte forma:
Consolador: aquele que consola; conforta; exorta.
Consolar: aliviar a aflição ou sofrimento; confortar.
Consolador, do grego, parakletos, tem o significado de advogado, intercessor, aquele que defende ou toma para si a defesa de uma causa; que tranqüiliza, conforta e garante a defesa.
No capítulo 14, Jesus promete o Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (v. 16-17). Sua promessa sobre outro consolador é muito clara e objetiva, isto é, alguém além dele. A palavra outro, allos, significa “alguém além de, outro da mesma espécie”. Indica semelhanças com diversidade de operação. Jesus queria expressar que, na ausência dele, o novo consolador faria o seu papel e continuaria a trazer bênçãos à humanidade.
A vinda do Espírito da verdade seria a garantia da continuidade do que Jesus fez e ensinou: “...o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (v. 26). No capítulo 16, o Mestre reforça: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (v. 13-14). Em João 14:17, as palavras de Jesus para os discípulos são: “...vós o conheceis...”, no tempo presente, e, “...estará em vós”, tempo futuro, querendo dizer que sempre se manifestará.
Jesus sabia que os apóstolos, de alguma forma, sentiam-se protegidos com sua presença humana e desejava mostrar-lhes que o Consolador não é uma pessoa, não é finito, mas sim o Espírito da verdade, infinito.
Jesus sabia que os apóstolos, de alguma forma, sentiam-se protegidos com sua presença humana e desejava mostrar-lhes que o Consolador não é uma pessoa, não é finito, mas sim o Espírito infinito da verdade. Por isso, as expressões:“ ...vou para junto do Pai” (João 14:12) e “...voltarei vós outros” (v. 18) indicam que ele vai da sua forma humana e volta com a verdade do Cristo.
No capítulo 16, Jesus deixa claro qual é a missão do Consolador: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (v. 8-11). Em outras palavras, o Consolador elimina as crenças materiais por meio da verdade espiritual e traz conforto para a humanidade.
Bibliografia:
Bíblia de Estudo Plenitude, João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada, 2005, Sociedade Bíblica do Brasil; Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, 1990, The Christian Science Publishing Society, Boston, MA, EUA; O Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 1980, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; O Novo Dicionário da Bíblia, J.D.Douglas, edição em português por Russel P. Shedd; tradução João Bentes, 3a edição, 2006, Editora Vida Nova, São Paulo, SP, Brasil.
