Estava impedido de me mover e enroscado em um emaranhado de espinhos. Há menos de uma hora, saíra para uma caminhada pelas montanhas de New Hampshire, nos Estados Unidos. Era agosto, verão no hemisfério norte, e as árvores e os arbustos estavam em pleno desenvolvimento. A uma pequena distância montanha acima, o caminho estava obstruído por ramos de amora-preta. Contudo, não me preocupei e segui em frente a passos largos.
Quase que instantaneamente minha caminhada foi detida pelo som e a sensação de centenas de espinhos dos ramos dilacerando minhas roupas e ferindo minha pele. Não podia mover-me sem rasgar as roupas ou me arranhar dolorosamente. A única coisa que poderia fazer seria desenganchar cada espinho com muito cuidado e seguir em frente.
Foi isso que fiz. Comecei com um ramo que estava profundamente enganchado no tecido de minha camisa, removendo cuidadosamente os espinhos do tecido, até libertá-lo completamente, deixando-o balançando-se atrás de mim. Fiz isso com vários ramos, até que finalmente fiquei livre para dar o próximo passo. Foi aí que comecei a achar que esse processo de me desvencilhar dos espinhos tinha uma semelhança espiritual profunda com minha própria vida.
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