"Ah querida", disse minha amiga "realmente não consigo me lembrar do nome da mulher. É tão irritante quando perdemos a memória". Ela não é a única que se aflige com tais lapsos de memória. Muitas pessoas se preocupam com a opinião geralmente aceita de que a capacidade de nos lembrarmos de certas informações diminui à medida que se envelhece, de que a memória possa se perder inteiramente por causa de doenças, ou de que algumas pessoas já nascem com a memória fraca.
Se uma pessoa acredita que a capacidade de lembrar nomes ou detalhes possa ser ameaçada por qualquer uma dessas perspectivas ou por todas elas, então o medo de se perder a memória talvez pareça compreensível. Entretanto, isso realmente não é algo que alguém tenha de aceitar. Ninguém tem de perder sua capacidade de pensar, ou qualquer outra capacidade, por nada. Ao adquirirmos uma compreensão espiritual a respeito da memória, é possível superarmos o medo de não termos uma lembrança instantânea ou, até mesmo, melhorar nossa capacidade mental.
Sob um ponto de vista fisiológico, a memória é usualmente considerada como residente no cérebro. Contudo, quando começamos a pensar sobre nós mesmos sob o ponto de vista espiritual, então, nem a idade ou a velhice se constituem em ameaças à nossa memória ou à nossa saúde. Paramos de pensar sobre nós mesmos como seres mortais e materiais e descobrimos que somos realmente espirituais, eternos e sempre intactos. Compreendemos que somos totalmente isentos das previsões das teorias médicas que predizem o inevitável declínio do corpo e a subseqüente perda da capacidade mental. Percebemos que cada um de nós é verdadeiramente a imagem muito amada da todo-sábia Mente divina, Deus.
Deus nos conhece e jamais esquece quem somos
Considerando que somos criados à Sua semelhança e que Ele nunca esquece, segue-se que também temos a capacidade de reter toda a memória ou conhecimento que necessitamos. Também, tendo em vista que Deus é infinito, nunca podemos estar fora de Seu cuidado. Deus nos conhece e jamais esquece quem somos.
Uma vez que "esquecer" não é algo que a Mente infinita possa fazer ou faça, conclui-se que o fato de nos alinharmos com Deus nos capacita a reter nossa capacidade de memória, intuição e sabedoria instantâneas. Pensar sobre nós mesmos e nossa memória nesses termos, é compreender que nossas faculdades são permanentes. A memória não está aqui hoje e amanhã não está mais. Isso se deve ao fato de a Mente divina ser a mesma ontem, hoje e sempre. Portanto, como filhos e filhas de Deus, nossa capacidade de lambrar é constante e permanente.
Afirmar esses fatos espirituais em oração dissipa o medo de que o pensamento esteja restrito à matéria, ou seja, a um cérebro carnal que talvez possa ou não ser saudável. A matéria não é a fonte nem a administradora da inteligência. Ela não pensa; ela não consegue lembrar.
Em resposta à pergunta: "Pensa o cérebro, sentem os nervos, e há inteligência na matéria"? Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde: "Como pode a inteligência residir na matéria, se a matéria é não-inteligente e os lóbulos do cérebro não podem pensar? A matéria não pode desempenhar as funções da Mente" (p.478).
A memória é espiritual e imortal
É verdade. A faculdade mental de raciocinar e lembrar não está associada a um cérebro material. A Bíblia declara que Deus é Espírito e que vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, ou seja, nossa capacidade de pensar, no Espírito (ver João 4:24 e Atos 17:28). Portanto, a memória, a faculdade de se lembrar de informações e de ter compreensão espiritual, é espiritual e não pode ser perdida.
Pode-se pôr à prova esses fatos espirituais sobre a memória. Eu fiz isso. Há alguns anos, fui contratada para falar em vários locais públicos, inclusive rádio e televisão. Precisava me lembrar de inúmeros dados e informações para essas apresentações. Fiquei ansiosa e preocupada em esquecer o que tinha de dizer.
Achei muito útil esta declaração de Jesus: "E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer" (Mateus 10:19, 20).
Consegui falar livremente e lembrar-me das idéias prontamente
Isso me confirmou que não poderia esquecer e que não esqueceria. Deus estava comigo. As idéias, juntamente com a capacidade de pensar e ter a lembrança instantânea, estavam constantemente presentes. Consegui falar livremente e me lembrar prontamente das idéias e informações.
Não se deve temer, por exemplo, que, caso não nos lembremos onde colocamos as chaves do carro, isso possa indicar a presença de uma doença. Deus criou a mim e a todos à Sua semelhança inteligente. Portanto, assim como Deus é sábio, nós também somos sábios. Assim como Deus tem memória imortal, nós também a temos.
Contudo, se estivermos preocupados por estarmos passando por uma perda de memória, seja de curta ou longa duração, podemos seguir esta orientação de Mary Baker Eddy: "Se a ilusão disser: 'Perdi a memória', contradize-a. Nenhuma faculdade da Mente se perde. Na Ciência, todo ser é eterno, espiritual, perfeito, harmonioso em toda ação. Esteja presente em teus pensamentos o modelo perfeito, e não seu oposto desmoralizado. Essa espiritualização do pensamento deixa entrar a luz e introduz na tua consciência a Mente divina, a Vida, não a morte" (Ciência e Saúde, p. 407).
Agora mesmo podemos deixar de ter medo. Deus nos ama. Ele não somente criou cada um de nós para ser inteligente, para raciocinar, pensar e lembrar, mas Ele também se certificou de que somos completos, com cada capacidade intacta para sempre. Quando afirmamos esse fato, o aceitamos, nele cremos, nele nos regozijamos e esperamos sempre ter excelente memória, trazemos essa verdade para a nossa experiência aqui mesmo e agora mesmo. Por que não tentar? Realmente funciona!
