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ESPIRITUALIDADE E CURA

Todos merecem a cura

Parte 1

Da edição de julho de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante os dez anos em que Keith Wommack tocou em sua banda de rock "The Wommack Brothers Band", ele nunca viajou sem levar sua Bíblia e os escritos de Mary Baker Eddy. Sua banda dividiu o palco com outros artistas famosos, tais como: Steve Ray Vaughan, Elvis Costello e Journey. Keith adorava música e ainda gosta muito. Contudo, aos poucos ele começou a trocar horas dedicadas à prática de guitarra e composição de canções, por horas de leitura, estudo e ponderação sobre idéias espirituais. Ele começou a curar outras pessoas com o que estava aprendendo. Quando deixou a banda em 1982, entrou imediatamente para o ministério de cura da Ciência Cristã. "Descobri que canções podem aliviar ou elevar o pensamento por algum tempo", diz Keith, "mas somente a compreensão espiritual pode verdadeiramente curar".

Keith se casou dez anos mais tarde e se tornou o padrasto dos dois filhos de sua esposa, Jarrod e Jordan. Foi treinador da Pequena Liga de Beisebol, assistente do chefe de escoteiros e ensinou xadrez; durante 15 anos Keith participou ativamente da vida de seus dois filhos, até ingressarem na universidade. Keith está na Prática Pública da Ciência Cristã há 25 anos, se tornou Professor de Ciência Cristã há 14 e Conferencista da Ciência Cristã há sete anos. Ele e sua esposa, Joanne vivem em Corpus Christi, no Texas, Estados Unidos.

Recentemente, Keith e , Redator Sênior do The Christian Science Journal, conversaram por e-mail. Publicamos nesta edição do Arauto a primeira parte da conversa.

Jeffrey Hildner: Keith, como você sabe, quando olhamos para as capas dos periódicos da Ciência Cristã, inclusive a do Arauto, vemos o emblema da Ciência Cristã incorporado ao nome da revista. Em torno do emblema da Cruz e da Coroa, vemos a ordem de Jesus a todos aqueles que procuram segui-lo: "Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios..." (Mateus 10:8). Gostaria de destacar por um momento a frase "purificai leprosos", o que me parece ser hoje em dia uma tarefa estranha, uma vez que a lepra não existe mais como o flagelo da civilização, como no tempo de Jesus. Como você entende a relevância desse mandamento?

Keith Wommack: Vejo esse mandamento como muito relevante, uma vez que o considero uma metáfora para os tipos de enfermidades que continuam a ameaçar as pessoas hoje, e que sem dúvida as ameaçarão para sempre, enquanto se considerarem seres meramente materiais.

Estou descobrindo em minha prática, que purificar o leproso significa não só curar problemas físicos, mas também libertar as pessoas da crença de que sejam párias, não amadas ou miseráveis pecadoras, sem nenhuma esperança de cura.

Na Bíblia, o Evangelho de Marcos conta a história de Jesus curando um leproso. O leproso lhe diz: "Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disselhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo" (Marcos 1: 40-42).

Hoje, como nos tempos antigos, muitos dos problemas como a lepra, ainda são vistos por certas pessoas como um sinal do desagrado de Deus e como castigo pelo pecado. Estou descobrindo em minha prática, que purificar o leproso significa não só curar problemas físicos, mas também libertar as pessoas da crença de que sejam párias, não amadas ou miseráveis pecadoras, sem nenhuma esperança de cura. A Ciência Cristã revela que não somos mortais, preparando-se para um futuro encontro com Deus. Ela nos ensina a purificar a nós mesmos da falsa crença de que o homem, e aqui uso o termo genérico que inclui homens e mulheres, possa alguma vez ser impuro. Essa regeneração nos desperta para compreendermos que sempre estivemos nos braços eternos de Deus. Sempre somos um com Deus.

Aprendi que existem duas maneiras pelas quais devo conhecer a mim mesmo e aos outros. Primeiro, preciso conhecer a todos como a idéia espiritual, perfeita de Deus. Segundo, preciso identificar as fraquezas e pecados que aceitei como parte de mim mesmo e dos outros. Então, uso a primeira idéia para me livrar da segunda.

Em Levítico, a lepra é descrita como a mais grave de todas as formas de impureza, que obrigava a pessoa a viver fora do arraial, e a ser expulsa de toda a congregação de Israel. Os leprosos não podiam se aproximar das pessoas nem tocá-las. Exigia-se que eles dessem um sinal de aviso de sua presença, gritando: "Impuro! Impuro"! Com isso, as outras pessoas saberiam que tinham de se afastar. Não sabemos exatamente qual o diagnóstico que um médico atualmente daria à doença da lepra mencionada em Marcos, mas, se for semelhante à lepra de hoje em dia, conhecida como o "mal de Hansen", a vítima desse diagnóstico aceitaria a sugestão de que estivesse perdendo todo o sentido do tato.

Qualquer mal ou crença maligna, se não for controlada no pensamento, parece aumentar e piorar. A crença na lepra não é diferente. Aqueles que aceitam a crença de que a lepra acaba com o sentido do tato, acabam finalmente danificando os dedos das mãos, os artelhos dos pés e os próprios pés. Eles podem machucá-los, cortá-los, infeccioná-los e não notar. Além disso, considerando-se que uma crença maligna começa uma descida vertiginosa para aqueles que não se defendem contra ela, muitos leprosos ficam cegos, por perderem a sensibilidade nos olhos e se esquecerem de piscar. Essas são as pessoas mais solitárias. Como muitas outras, ficam cegas, mas, diferentemente da maioria dos cegos, os leprosos não conseguem usar as mãos para sentir as coisas e ter a interação com o mundo que seus olhos lhes negam.

A lepra pode ser considerada como um símbolo de perdição, e, para o senso material, apresenta um quadro vívido de pecado destruindo lentamente quem somos, destruindo todos os nossos relacionamentos e, finalmente, nos deixando sozinhos, desprezados, rejeitados e desesperados. Portanto, não admira que Jesus tenha incluído o "purificai leprosos" em seus mandamentos aos discípulos. Acho que podemos perceber como esse mandamento continua a ser relevante. Que mentira sobre a criação de Deus! Teria o Amor divino criado Seus filhos capazes de tamanho sofrimento e perdição? Teria a Mente divina deixado de cuidar do corpo humano? Poderia a Alma imortal fazer com que parássemos de sentir?

Não. Portanto, quando oro, minha oração mais profunda é para que eu tenha a capacidade de seguir o exemplo de Jesus, ou seja, de purificar o homem de quem o pecado tirou tudo e purificar a mulher que não consegue sentir ou perceber seu verdadeiro valor. Despertar as pessoas para perceberem seu relacionamento imutável com Deus e tocá-las com o amor restaurador e sanador que flui de Deus.

JH: Sabe Keith, acho que muitas pessoas sentem que, devido às várias coisas que fizeram na vida, elas não são dignas da cura nem a merecem. Sua percepção a respeito do que a lepra simboliza pode ajudar as pessoas a se livrarem dessa noção absurda. Todos merecem ser curados, não é?

KW: Certamente! Todos merecem despertar para sentir o Cristo eterno neles, despertar para sentir a Verdade neles, para se verem como Deus os vê, isto é, sem pecado, sãos e livres. Merecendo a cura agora mesmo.

JH: Há algumas semanas, assistia a um conhecido programa de televisão e o apresentador conversou com o Arcebispo Desmond Tutu, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984, por seu papel como líder unificador na campanha para desmantelar o "apartheid" na África do Sul. Ele perguntou ao Reverendo Tutu: 'O que o senhor realmente faz quando perdoa alguém"? E Tutu respondeu: "Basicamente você está dizendo: 'estou abandonando meu direito de vingança, de revidar... O fato de você ter se aproveitado de mim, me ferido ou seja lá o que tiver feito, deu-me um segundo direito sobre você, o qual me dá o direito de não perdoá-lo. Eu poderia dizer que tenho o direito de revidar'. Quando eu perdôo, digo: 'Eu abandono esse direito e dou uma oportunidade para você ter um novo começo'. É isso que faço quando perdôo alguém".

Trago isso à baila porque parece que o que talvez se exija, pelo menos até certo ponto, para que alguém se sinta digno e merecedor de cura é o perdão, perdoar a si mesmo. Aprender a tirar não somente os outros de uma dificuldade, mas também a nós mesmos, a fim de "abrir a porta para a oportunidade" e "ter um novo começo".

KW: Acho que o perdão é um GRANDE fator na cura. Desmond Tutu deixou isso muito claro. Perdoar, quer a si mesmo ou aos outros, significa recomeçar com amor, apagando as marcas do passado.

Se critico os outros ou fico apontando seus erros, não os estou vendo como Deus os criou, como os ama e como os guia. Se desejo ser um sanador consistente, preciso me empenhar em ver a todos, da melhor forma possível, como espirituais e perfeitos. Não se trata do que alguém está fazendo ou fez, mas o quanto expresso do amor de Deus, o que torna minhas orações eficazes.

Aprendi que, às vezes, talvez tenha de superar o sofrimento e a raiva para perdoar, mas sei que posso fazê-lo. O espírito do Cristo nos impulsiona e nos fortalece para agirmos assim. Jesus, durante sua crucificação, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). É o Cristo, a influência de Deus na consciência humana, que apaga as marcas do passado. O Cristo é o redentor divino, o poder sanador e salvador de Deus que Jesus demonstrou. Jesus foi o homem e Cristo foi sua maneira de pensar. É o Cristo que nos impele a amar o que Deus vê no outro. Quanto mais compreendermos e respeitarmos essa natureza do Cristo, bem como apreciarmos o grande amor e sacrifício de Jesus, mais seremos capazes de amar, curar e perdoar.

O perdão é um GRANDE fator na cura. Perdoar, quer a si mesmo ou aos outros, significa recomeçar com amor, apagando as marcas do passado.

JH: O que mais, além do perdão, pode ajudar as pessoas a vivenciar mais desse poder sanador tangível do Cristo em sua vida?

KW: Bem, aqui está uma coisa que descobri que ajuda: "Deixar de interromper a história de Deus".

Certa tarde, há alguns anos, minha esposa Joanne e eu tínhamos um valor equivalente a uns 4.000 dólares em caixas de massa para biscoitos, embaladas em gelo seco, empilhadas e armazenadas na varanda do quintal. Isso era para o fundo de caixa dos Escoteiros. Em uma hora, carregamos todas as caixas para dentro de casa e separamos os sabores. Então, fizemos pilhas de caixas para cada um dos meninos da unidade de escoteiros.

Durante toda a tarde, os garotos chegavam e eu os ajudava a carregar suas caixas até o carro. Depois de carregar uma das últimas pilhas de caixas, senti uma terrível dor no ombro. Não importava se me movesse ou não, se ficasse em pé ou deitado, a dor era terrível. Quando acordei, na manhã seguinte, não me sentia melhor. Algumas horas mais tarde, compreendi que precisava parar: Precisava parar de interromper a história de Deus. Deus tem uma história maravilhosa para contar sobre a graça, a glória e o ser. Como Deus diz: "Não terás outros deuses, somente eu" (Êxodo 20:3, The Message [A Mensagem]). Precisava parar de interromper a história de Deus, com a fábula de sofrimento e dor.

Ponderei que tudo o que Joanne e eu havíamos feito, fora para o bem dos outros. Não poderíamos ser prejudicados por ajudar. Exatamente ali onde parecia que dois mortais estavam ajudando outros mortais, ali mesmo a Mente divina estava ativamente amando sua alegre e vibrante expressão de amabilidade. Essa era a história de Deus. Tão logo parei de interromper a história de Deus com minha lamúria de dor, esta simplesmente desapareceu, foi embora. Imediatamente fiquei livre dela.

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