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Matéria de capa

Virei a página da minha vida

Da edição de janeiro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Sem que eu me desse conta, uma nova trilha para minha vida estava sendo cuidadosamente traçada pelo Amor divino.

Após 25 anos de carreira como professora de inglês, perdi um emprego estável por não ter um diploma que me qualificasse para lecionar em escolas de ensino fundamental e médio. Assim, decidi abraçar uma rara oportunidade de progresso profissional e estudar nos Estados Unidos. Com o consentimento e apoio da família, mudei-me para a cidade de Juneau, no Alasca, para fazer um curso de um ano, de Redação Criativa.

Na época, não imaginava que estava dando uma virada importante nas páginas da minha vida. Sentia-me compelida a atender a um forte chamado, que mais tarde entendi como uma oportunidade de crescimento espiritual.

Apesar de meu esposo ter me dado consentimento para que fosse para o exterior e aconselhado que não voltasse antes de terminar o curso, em menos de um ano ele pediu o divórcio. Não foi fácil lidar, à distância, com o fim de um casamento de 25 anos. Em um momento em que me sentia bastante triste, contei a situação para minha orientadora acadêmica. As palavras que ela me disse: "A honestidade é poder espiritual" (Ciência e Saúde, p. 453) me deram força para enfrentar a situação e completar o curso.

Diante da minha nova realidade no Brasil, decidi estender o programa de estudo e tirar o diploma universitário em Inglês e Artes, no Alasca, onde permaneci mais cinco anos.

Com o visto de estudante, podia apenas trabalhar no campus da universidade por determinadas horas. Não foi fácil, pois o salário não era alto, mas conseguia me sustentar.

Também tive vários desafios ligados à adaptação e compreensão da cultura americana. Em um momento de muita tristeza e solidão, minha orientadora me convidou para "participar de uma leitura". Eu não sabia exatamente aonde estava indo, pois ela me disse apenas que iríamos ler coisas sobre Deus.

A chegada à igreja da Ciência Cristã, e os minutos de silêncio à espera do início do culto foram momentos inesquecíveis para mim. Eu pude ler e ponderar sobre as palavras escritas nas paredes da igreja: "...conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32) e "O Amor Divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana" (Ciência e Saúde, p. 494). Compreendi que eu era livre para expressar quem eu realmente sou, uma idéia divina, com direito a viver em paz. Naquele momento, senti profundamente que Deus proveria, de alguma forma, tudo o que eu precisasse. Brotou em minha alma uma confiança, como uma vinha que cresce quase a olhos vistos, e vira suas folhas em direção ao sol. Invadiu-me uma alegria almejada havia muito tempo.

O que minha orientadora fez por mim superou os conselhos acadêmicos. Ela era Primeira Leitora daquela igreja na ocasião. Todos os domingos, ela e a Segunda Leitora me buscavam para irmos aos cultos dominicais. Por meio dos hinos e da leitura, eu obtinha o alimento espiritual que procurava.

Entreguei todas as minhas preocupações a Deus. Esse estado mental permitiu que a lei divina de ajustamento passasse a agir. Substituí a tristeza e o lamento por uma postura receptiva e passei a perceber os bens que estavam à minha disposição. Ao sentir gratidão por saber que era filha de Deus e por estar viva, estabeleci uma barreira mental impenetrável contra qualquer sugestão de tristeza ou de mal que tentasse tomar conta de mim.

Tive uma sequência de surpresas e respostas positivas, decorrentes da confiança na ação de Deus em minha vida. Vi-me cercada de ternura, suavidade e bondade humana em uma hora em que estava arriada por ter sido intimada pela imigração americana a sair do país para regularizar meu visto, devido a um erro que a universidade havia cometido ao me registrar no site da Homeland Security (orgão federal americano, responsável, entre outras coisas, pela emissão de vistos). Por mais que desconfiassem de mim, eu sentia o poder espiritual da minha honestidade.

Senti profundamente que Deus proveria, de alguma forma, tudo o que eu precisasse. Brotou em minha alma uma confiança, como uma vinha que cresce, quase a olhos vistos, e vira as suas folhas em direção ao sol. Invadiu-me uma alegria almejada havia muito tempo.

O reitor tomou minha defesa e disse ao agente da imigração que eu havia feito tudo o que tinha sido exigido de mim e que não era justo ser punida para corrigir um erro que eu não havia cometido. Mesmo assim, tive de voltar para o Brasil para regularizar o visto, porém com os custos financiados pela universidade.

Durante os quinze dias em que permaneci em São Paulo, orei com este trecho do Salmo 23: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará". Percebi a ação divina conduzindo a mim e a todos os funcionãrios do Consulado. Meu visto foi regularizado sem problemas. Ainda tive a oportunidade de apoiar minha filha no início da sua gravidez.

De volta ao Alasca, comecei a pensar na necessidade de um carro e um lugar para morar assim que eu terminasse meu bacharelado e começasse a trabalhar. Apesar de ainda não ter os recursos para a compra de um carro, decidi confiar essa questão aos cuidados da Mente divina. Também peguei uma folha de papel e descrevi precisamente como o carro precisava ser: pequeno, de quatro portas, em bom estado, com pneus para neve, e que me levasse com segurança de um canto a outro da cidade de Juneau durante o inverno.

Após um mês, fiquei muito feliz com a proposta de receber um carro como doação. Havia um professor de matemática que tinha recursos para comprar um veículo novo, mas não queria ter trabalho nem despesa para consertar seu carro antes de vendê-lo e decidiu doá-lo. Então, foi à universidade e perguntou para a diretora se ela sabia de alguém que precisasse de um carro e que o aceitasse no estado em que estava.

Além dos custos de conserto, paguei apenas pela despesa de uma nova peça de injeção eletrônica, e gastei bem menos do que teria pago pela compra de um Golf com quatro portas. O carro veio com dois jogos de cinco pneus, um para o verão e um com os pinos antiderrapantes para neve. Para mim, foi uma demonstração completa da provisão de Deus.

Naquela época, por amizade, às vezes cuidava da casa e dos gatos de um casal de Cientistas Cristãos. Na casa deles, tive a oportunidade de ouvir fitas com textos da Ciência Cristã, os quais me ajudaram muito a manter o pensamento alinhado a Deus e a superar estados de angústia, solidão e dúvidas.

Logo depois, também encontrei nova moradia. Fui morar com uma família que precisava muito de mim, pois eu ajudava a cuidar de um rapaz que tinha necessidades especiais. Sei que ouvir trechos inspirativos da Bíblia e de Ciência e Saúde me tornaram receptiva à bênção de ser aceita naquela família, que será para sempre a minha família de Juneau. Morei com eles por um ano, até a hora em que decidi voltar para o Brasil.

O tempo é a medida de Deus. Nos seis anos de vida no Alasca, fui assistida pelo Amor divino para desenvolver meus talentos e progredir profissional e espiritualmente. Essa experiência foi muito benéfica. Hoje, dou aula, em inglês, em uma pré-escola bilíngue de São Paulo.

Vivenciei e comprovei a veracidade das palavras de Jesus: "...Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais" (Mateus 6:8). Avante fui levada e sinto muita alegria por saber que sou a filha preciosa de Deus, e que Ele cuida de mim em todas as ocasiões. Também me tornei uma pessoa mais serena e capaz de transmitir amor incondicional a todos.

Seguramente virei a página da minha vida. Minha maior dádiva foi encontrar a Ciência Cristã e descobrir que Deus é Amor infinito, Pai e Mãe de todos, que derrama bênçãos sem medida para toda a humanidade.

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