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Minha família é universal

Da edição de dezembro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Em 2005, mudei-me para os Estados Unidos. Nunca tinha vivido fora de casa anteriormente, nem mesmo em um internato. Entretanto, aos dezenove anos, saí de casa, sabendo que só poderia voltar para casa após dois anos, para estudar na Faculdade Principia, uma faculdade em que os alunos e professores são Cientistas Cristãos.

Ao chegar à faculdade, precisei enfrentar uma drástica mudança quanto ao que estava acostumada. Cresci na cidade e, de repente, achei-me em um lugar que parecia estar no meio do nada... Uma quantidade interminável de campos de plantação de milho e nenhum barulho de trânsito das ruas movimentadas ou qualquer coisa semelhante ao ambiente de cidade com o qual estava habituada. Parecia tão estranho acordar na faculdade e não ter por perto os membros da família ou os amigos. Não conhecia ninguém em Principia e todos pareciam ser diferentes de mim. Muito embora todos eles fossem muito amáveis, não era o mesmo que estar com pessoas a quem havia conhecido durante toda a vida.

Passada a primeira semana de escola, já estava pronta para voltar para casa. Se estivesse em algum lugar na África, teria tomado um avião e deixado tudo para trás. Fiquei muito tentada a desistir e a me matricular em uma faculdade mais próxima de casa. Naquela época, não conseguia me concentrar nas minhas tarefas de classe e, algumas vezes, realmente chorava até adormecer. Continuei assim por algum tempo. No primeiro período de férias, achei ainda mais difícil por ser Natal e especialmente pelo intenso frio do inverno. Mal conseguia suportar a saudade que sentia de casa.

Em Kaduna, onde eu morava na Nigéria, era tradição acordar no Natal com minha mãe cozinhando. Mais tarde, tomávamos um imenso café da manhã e, em seguida, íamos para a igreja. Depois, nos reuníamos com toda a família e comemorávamos o dia inteiro, com muita fartura de comida. Nos Estados Unidos, eu não tinha amigos mais chegados com quem passar o Natal; felizmente meu irmão vivia no Texas e consegui visitá-lo nessa ocasião.

Quando voltei para a faculdade depois das férias de fim de ano, percebi que ainda não havia tentado resolver o problema relacionado às saudades que sentia de casa de tal maneira que não ficasse irritada, confusa e frustrada. Realmente sentia dificuldade em valorizar minha experiência ou em vê-la como uma coisa boa em minha vida, muito embora tivesse sido minha própria escolha ir para Principia. Na verdade, não havia considerado a situação como algo que precisava ser curado ou que pudesse ser melhorado por meio da oração. Simplesmente a havia aceitado como algo com o qual tinha de viver.

Meu pai ressaltou a ideia de que nunca podemos estar fora de nosso lugar correto, a despeito do que a situação possa mostrar em contrário. Lembrou-me de que Deus enche todo o espaço e é infinto e, portanto, que é impossível estar fora de Seus cuidados.

Finalmente, decidi falar com a coordenadora dos alunos internacionais da faculdade, a fim de explicar como estava me sentindo, uma vez que ela já conhecia histórias similares de outros estudantes na mesma situação. Ela foi muito gentil e me disse para assimilar a ideia de que eu não estava perdendo a oportunidade de estar com minha família pelo fato de frequentar uma faculdade tão distante. Disse-me que eu precisava abrir meus olhos para a verdade de que agora tinha a possibilidade de acrescentar novos membros à minha família. Depois disso, passei a ponderar que deveria começar a ser grata, ao invés de ficar entristecida. Podia perceber as qualidades espirituais em todas aquelas pessoas maravilhosas ao meu redor. Logo depois dessa conversa, liguei para meu pai e lhe contei o que estava acontecendo.

Ele ressaltou a ideia de que nunca podemos estar fora de nosso lugar correto, a despeito do que a situação possa mostrar em contrário. Lembrou-me de que Deus enche todo o espaço e é infinito e, portanto, que é impossível estar fora de Seus cuidados. Com essa ideia em mente, comecei a fazer mais amigos e a perceber todo o bem resultante de estudar em Principia. Foi então que notei que eu havia feito amizades que me faziam feliz e que significavam muito para mim. Afinal, compreendi que estava obtendo uma educação muito boa. Meu sonho de conhecer o mundo havia se concretizado e vir estudar nos Estados Unidos era o primeiro passo. Também havia acabado de ser aceita para continuar os estudos no exterior, na França, que estava no topo da minha lista de lugares que desejava visitar.

Percebi que ir para a faculdade longe de casa não era uma maldição ou algum tipo de punição. Uma conversa, um telefonema e alguma reflexão, em espírito de oração, bastaram para abrir meus olhos para todas as bênçãos ao meu redor. Tão logo compreendi que estava no lugar certo, comecei a ter provas disso. Os três anos e meio seguintes em Principia me trouxeram tanta felicidade e conhecimento, que todo o sentimento de saudades de casa desapareceu completamente, muito embora sempre tivesse pensamentos amorosos e boas lembranças de todos os meus familiares. Amo a todos eles e hoje compreendo melhor que pessoas maravilhosas eles são. Contudo, além de poder definitivamente dizer que em realidade ampliei minha família, também sei agora que nenhuma outra maneira teria sido melhor para minha experiência acadêmica.

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