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REFLEXÃO

Tranque bem a porta!

Da edição de dezembro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Já comprovei que o estudo e a prática da Ciência Cristã podem ajudar a encontrar soluções para qualquer situação discordante, inclusive problemas de relacionamento entre conhecidos, amigos ou mesmo familiares.

Há pouco tempo, passei por uma experiência completamente inusitada, a qual me ajudou a curar um desentendimento que começou entre irmãos e acabou afetando meu cachorro!

Tenho uma família muito grande e, na época, discutíamos uma situação que abrangia a todos, não apenas pelos laços familiares, mas também pelo lado afetivo. Apesar de o motivo surgir de um fato que seria festivo para todos, começamos a nos desentender. Em determinado momento, senti-me hostilizada, principalmente por um dos envolvidos, quando explanei que iria buscar, por meio da oração, uma resposta fundamentada em ideias espirituais e que procuraria me inspirar com hinos ou cânticos, bem como na leitura de salmos. Certamente, a pessoa esperava de mim um raciocínio mais lógico e uma postura mais pragmática para a busca de uma solução plausível e de bom senso, pois a questão realmente envolvia muitos aspectos.

Apesar de eu ser Cientista Cristã e saber que ouviria a resposta justa e amorosa ao me volver a Deus em oração, eu não agi dessa forma. Reconheço que vacilei! De imediato me magoei pela crítica e, sem perceber, comecei a me sentir ofendida, aceitar pensamentos de autocomiseração, justificação própria, ingratidão e de indignação pelo ocorrido. Abri o pensamento para um monte de bobagens, uma porção de "pragas mentais" que, por distração, se alojaram na minha mente; pragas que acabaram se tornando tangíveis e incomodando bastante.

Logo em seguida, fiz uma viagem com meu marido para o nordeste do Brasil e passei o percurso todo reclamando do ocorrido. Estava completamente mesmerizada. Sentia-me muito criticada.

Passados dois dias, minha filha telefonou informando que nossa casa estava infestada por uma praga de carrapatos. Eles subiam pelas paredes, se espalhavam pelo chão, andavam por todos os lados. Ela disse que eles pareciam se multiplicar muito rapidamente; uma situação que estava fora do seu controle.

Logo coloquei a culpa no nosso cachorro, mas como ele é muito bem tratado e escovado diariamente, ainda que ele tivesse levado um carrapato para dentro de casa, não seria o caso de se tornar uma praga. Assustei-me, pois sei que esse inseto se reproduz muito facilmente, uma fêmea pode produzir de seis a oito mil ovos. Minha casa havia sido invadida por carrapatos!

Relacionei o que acontecia em casa com o fato anterior, ocorrido com minha família. Percebi que, ao ser tomada por sentimentos de autocomiseração, tristeza e crítica, consenti na entrada de "pragas" no pensamento, as quais se materializaram na minha casa. No estudo da Ciência Cristã, muitas vezes a palavra “casa” é usada para se referir à consciência. Constatei que havia aberto minha consciência para a entrada de muitas pragas e que a limpeza deveria começar no meu pensamento, entronizando o bem de maneira diligente em cada assunto e vendo cada pessoa com muito amor. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy escreveu: “Os mortais talvez procurem a compreensão da Ciência Cristã, mas não serão capazes de apanhar da Ciência Cristã os fatos do ser, sem empenharem-se por eles. Esse empenho consiste no esforço de abandonar o erro de qualquer espécie e de não possuir outra consciência senão a do bem" (p. 322).

Para mim, aquela situação foi um toque de despertar. Imaginei nossa filha sozinha em casa, com o cachorro, tendo de enfrentar o problema. Imediatamente lembrei-me do Salmo 91, que diz: "...praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem..." (v. 10-11), e pedi a ela que orasse comesse salmo. Ela, contudo, se indignou e me perguntou como eu poderia lhe pedir para ler a Bíblia, quando se encontrava em uma situação tão aflitiva. Procurei acalmá-la e insisti na leitura, pois a Palavra de Deus é força espiritual e nela podemos sempre confiar. Sugeri que orássemos juntas, e ela concordou.

Percebi que, ao ser tomada por sentimentos de autocomiseração, tristeza e crítica, consenti na entrada de ”pragas” no pensamento, as quais se materializaram na minha casa.

Minha filha me pediu autorização para tomar algumas providências imediatas, como tirar o cachorro de casa, levá-lo para um hotelzinho canino e chamar uma empresa dedetizadora, o que evidentemente autorizei.

Uma semana após retornarmos da viagem, trouxe o cachorro de volta para casa, mas a situação ainda não havia sido totalmente resolvida. Prossegui orando e me dei conta de que precisava entender melhor a Deus, a fim de descobrir como a Ciência Cristã me ajudaria naquela circunstância. Passei a buscar essa compreensão pelo estudo dos sinônimos de Deus: Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor (ver Ciência e Saúde, p. 465).

Comecei a ponderar sobre Amor e pensei que, se "Deus é Amor" e é onipresente, Ele preenche todo o espaço com harmonia suprema. Compreendi que o Amor divino abrangia não apenas nossa casa, mas todos os meus irmãos e toda a humanidade. Esse foi o ponto fundamental da minha oração, porque vi que eu me mantinha crítica em relação a eles, e, provavelmente, eles em relação a mim. Percebi que precisava amálos, pois somente o amor genuíno libertaria a todos daquela atmosfera de condenação e restauraria a harmonia, e a família inteira expressaria a Deus. O sinônimo Amor continua me ajudando muito.

Depois, pensei que se “Deus é Mente”, não havia muitas mentes lutando uma contra a outra, mas uma só Mente. Cada um de nós expressa qualidades dessa Mente, na qual todos vivemos. Há somente um propósito comum a todos, o de ajuda recíproca, de harmonia e busca das melhores soluções humanas, de maneira equitativa e sem dissensões. Afinal, uma casa dividida não para em pé e não progride.

Sabia que pensar dessa forma era uma oração; na Ciência Cristã, orar é afirmar a Verdade de que todos somos filhos amorosos de Deus. Quando harmonizamos o pensamento e nos alinhamos com o Amor divino, o resultado se manifesta na nossa experiência humana, em forma de paz.

Meu cachorro, o Jack, estava sofrendo e corria risco de morrer, pois acredita-se que o carrapato transmite uma doença que pode ser fatal. Por isso, refleti também sobre "Deus como Vida" e anulei a sugestão mental de que um inseto pudesse contaminar e prejudicar uma criação Deus.

O mal não tem realidade em Deus, não tem permanência na Vida. Portanto, não pode atingir o ser, nenhuma criatura, nem tirar a harmonia do lar. Sendo uma crença, é totalmente ilusório.

À medida que orava, também me aprofundava no estudo da Ciência Cristã. Lembro-me de que alguns trechos do livro Ciência e Saúde foram muito significativos e me ajudaram bastante. Esta passagem, em especial, me calou: "Há um único caminho que leva ao céu, á harmonia, e Cristo, na Ciência divina, mostra-nos esse caminho. Consiste em não conhecer nenhuma outra realidade—em não ter nenhuma outra consciência de vida—senão o bem, Deus e Seu reflexo... (p. 242).

Entendi que esse reflexo se refere ao homem genérico e espiritual, a todos os homens e mulheres e que cada pessoa envolvida na situação, assim como eu, reflete a Deus. Nós expressamos todas as qualidades divinas e estamos sempre unidos no Amor. Para mim, não possuir "nenhuma outra consciência de Vida senão o bem" indica que nada na criação divina, nenhuma criatura, pode contaminar ou fazer mal a outra. Essa compreensão é como uma blindagem espiritual que nos fortalece. Então, o mal se desfaz do pensamento e a cura ocorre.

Cada ideia de Deus tem seu lugar e pode viver sem invadir o espaço da outra, pois Deus mantém tudo em harmonia e equilíbrio.

Continuamos a nossa limpeza mental bem como a higienização da casa, e dobramos os cuidados com nosso cachorro. A purificação do pensamento foi se refletindo na purificação da casa. Meu cachorro ficou completamente livre dos carrapatos e não sofreu nenhum efeito.

Quanto à minha família, reconheci que o problema estava no meu pensamento. Aconteceu comigo! Passei a ver a todos de forma diferente. Procuro manifestar mais amor a cada um. Reconheci que o sentido de ofensa era uma forma de egotismo e que eu estava completamente envolvida no sentimento de justificação própria. Busquei também ficar menos vulnerável a determinadas provocações, porque percebi que o erro se mostra por tentações que procuram nos desestabilizar. Até esse episódio, quando havia uma provocação, eu tinha uma resposta pronta, “na ponta da língua”. Agora, decidi deter esse ímpeto, porque sei que essa não é a expressão do bem amoroso.

Minha nova postura trouxe mais harmonia para minha casa e para o meu relacionamento familiar. Sem dúvida, essa experiência me trouxe muito crescimento espiritual!

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