Durante minha vida, o Natal parece ter passado por muitas mudanças. Quando criança, costumava acordar com presentes misteriosamente deixados aos pés da cama. Nós nos reuníamos em torno da mesa da sala de jantar para um almoço completo, ao estilo inglês, acompanhado pelo pudim de Natal cozido ao vapor. Em seguida, havia canções que falavam de neve, lareiras e passeios de trenó. Frequentemente, tudo isso acontecia em um tórrido dia de verão australiano, enquanto enxugávamos o suor do rosto. Anos mais tarde, os presentes amorosamente embrulhados e a comida deliciosa assumiram uma posição secundária, à medida que o grupo familiar sempre crescente procurava se manter em contato e passar mais tempo uns com os outros.
Hoje, as diferenças culturais alteraram a paisagem do Natal neste país. O forte sol de verão e um estilo de vida mais despojado levaram as comemorações familiares para os churrascos à beira-mar. O comercialismo invadiu todo o cenário, com lojas iniciando as vendas de produtos natalinos mais cedo a cada ano e as pessoas estourando o limite de seus cartões de crédito. Do lado doméstico, membros da família faleceram e outros se mudaram para lugares distantes. Para muitas pesoas, a época de Natal é um período solitário, até mesmo localizar amigos nessa época parece difícil.
Com todas as mudanças que podem acontecer conosco, com aqueles que conhecemos e com a comunidade em geral, é tentador ter receio da aproximação dessa época festiva ou mesmo desejar fugir dela completamente. Sei disso porque já me senti assim. A cena familiar havia mudado drasticamente. Meu marido e eu nos encontramos sozinhos pela primeira vez em nossa vida. Quando isso aconteceu em determinado ano, e também no seguinte, foi difícil aceitar. Tentamos convidar amigos, conhecidos e vizinhos, mas todos tinham seus próprios planos. Ninguém parecia precisar da nossa companhia.
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