Há cerca de dez anos eram maciças no Rio de Janeiro as campanhas publicitárias que promoviam seguro de automóveis. Como o medo de roubos na cidade era algo muito presente, muitas pessoas punham seus carros no seguro a fim de preservá-los.
Diante dos preços exorbitantes oferecidos pelas seguradoras, achei mais justo orar para eliminar o medo do pensamento e resolvi não fazer o seguro do meu automóvel.
Comecei a orar para reconhecer que meu carro estava seguro em Deus, a segurança verdadeira e onipresente. Assim, senti-me livre da pressão e em paz.
Em 2001, adquiri um veículo de valor de mercado relativamente elevado, mas ainda assim continuei a não ceder à ideia geral de fazer o seguro e comentei com um bom amigo a maneira como havia procedido.
Quatro anos depois, em uma manhã, esse mesmo amigo me pediu o carro emprestado para levar sua mãe ao médico e acabou passando o dia com o automóvel.
À noite, ele foi à faculdade e, após o término das aulas, no estacionamento, foi rendido por dois jovens que levaram o veículo e todos os documentos. Ele ficou desesperado, recorreu imediatamente a uma patrulha que estava rondando o local, mas não conseguiram localizar o automóvel. Então, ele se dirigiu à delegacia, de onde ligou para mim, após fazer o boletim de ocorrência.
Como não recebo telefonemas muito tarde durante a noite, antes de atender, preparei-me mentalmente e afirmei que Deus é a única Verdade que cuida de mim e de todos os meus assuntos.
Ao telefone, muito aflito, meu amigo pedia desculpas a todo o momento pelo ocorrido, pois sabia que o carro não tinha seguro. Disse-me que não sabia mais o que fazer para recuperar o automóvel.
Mantive a calma e procurei tranquilizá-lo. Disse-lhe que registrar o ocorrido era a única coisa que poderia ser feita naquele momento, até porque os documentos dele e os do carro foram roubados juntos. Portanto, ele deveria ir para casa e procurar dormir.
Ao desligar o telefone, uma série de ideias de pesar, lamentação, medo e condenação a meu amigo e aos assaltantes tentaram se apoderar de mim. Percebi que precisava aprofundar mais a minha oração, conforme o que estudo e aprendo na Ciência Cristã, porque a lógica daqueles pensamentos de culpa não me levaria a resultados muito satisfatórios.
Procurei me lembrar dos trechos da Lição Bíblica daquela semana. Lembrei-me do reino de Deus como uma ideia espiritual e harmoniosa, em que todas as coisas estão sob os Seus cuidados e Suas leis. Pensar dessa forma me acalmou e adormeci.
No dia seguinte, os sentimentos de medo, conflito e condenação retornaram. Então, resolvi me dedicar mais ao estudo e à oração, e a examinar trechos da Bíblia e do livro Ciência e Saúde. Este, em particular, acalmou-me profundamente: "É impossível que o homem perca qualquer coisa de real, quando Deus é tudo e está eternamente com o homem" (Ciência e Saúde, p. 302). Essa passagem me fez pensar mais profundamente sobre a presença e o cuidado constantes de Deus.
Comecei a reconhecer que todas as pessoas e eu refletimos Deus, e que posso apenas expressar as ideias da Mente divina e me correlacionar com elas.
A situação demorou vários meses para se resolver, mas a cada momento eu adquiria uma confiança mais profunda. Sempre que via um carro ou ouvia alguém falar sobre seguro ou mesmo quando um pensamento sobre o episódio me vinha à mente, orava e afirmava as verdades conforme a lógica metafísica cristã, que parte sempre de Deus para a Sua criação.
Às vezes, meu amigo tentava me dizer que eu não tivesse esperanças, porque seus colegas policiais achavam que eu jamais recuperaria o carro. Eu procurava não discutir nessa base e mantinha o pensamento muito firme nas leis de Deus, na Ciência divina. Não foi fácil, mas procurava raciocinar sempre sobre esse ponto de vista, mesmo com o passar do tempo.
Certo dia, seis meses após o incidente, recebi um telefonema desse amigo para informar que a polícia civil havia encontrado meu carro durante uma blitz policial, pois o número do chassi nos vidros tinha sido raspado e não coincidia com o sistema de identificação do DETRAN (Departamento Nacional de Tránsito). O carro foi levado para a garagem da Polícia Civil, onde constataram que existia o registro da queixa. Então, contactaram meu amigo para informá-lo desse fato.
Fiquei muito grato por essa demonstração do cuidado de Deus. Meu amigo ficou muito grato por ter recuperado o carro e impressionado com a recompensa que trouxe minha confiança inabalável em Deus.
Mantive o carro, fiz revisões normais e o vendi quase um ano depois. Também não fiquei com medo de o carro estar visado por ter ficado em posse alheia por tanto tempo.
Essa experiência me trouxe muita firmeza e mais uma vez comprovou que as leis de Deus, reveladas pela Ciência Cristã, estão em constante e plena atuação. São leis práticas que podem ser compreendidas e evidenciadas por meio da oração. Confirmei que compreender a Deus e confiar nEle, mesmo em situações conturbadas ou adversas, traz-me tanta paz e harmonia, que consigo também confortar as pessoas ao meu redor. A certeza da proteção divina me dá firmeza, pois aprendi que estamos sempre seguros em Deus.
É muito bom ver que, ao estudar e aplicar a Ciência Cristã diariamente, todos podem receber bênçãos infinitas.
