Curas instantâneas. Curas que "demoram um pouco mais". Seja qual for nossa experiência, podemos sempre valorizar a elevação espiritual que provém de uma compreensão major a respeito do cuidado constante de Deus. Contudo, algumas vezes, a despeito dos nossos mais nobres esforços enquanto lutamos contra uma dificuldade física, perguntas e dúvidas sobre a eficácia da cura pela Ciência Cristã penetram sorrateiramente no pensamento. Mesmo quando compreendemos que a eliminação dessas dúvidas se constitui na parte mais poderosa do processo de cura, o medo pode assumir o controle. Ele talvez nos faça pensar que seria melhor saber especificamente o que a teoria médica diz sobre o problema.
Em última análise, o que realmente precisa ser expurgado não é um problema material, mas o medo subjacente de que, seja o que for que esteja nos ameaçando, seja real. Descobri que alguns dos seguintes pensamentos assustadores podem minar a cura:
"O que está errado"?
Uma pessoa talvez seja tentada a raciocinar: "Bem, se eu soubesse qual é a crença, então poderia vencêla". Nesse caso, é instrutivo recorrer ao mestre sanador, Cristo Jesus. Ele e seus seguidores nunca necessitaram de diagnósticos, mas realizavam curas rápidas e completas. Por exemplo, o livro de Atos relata um incidente em que Pedro e João encontram um mendigo coxo de nascença. Pedro conseguiu atrair a atenção do homem e o curou com estas palavras: "...em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda"! (3:6). A mudança foi assombrosa quando o homem, que nunca havia sequer ficado em pé sobre suas próprias pernas, não somente se pôs em pé, mas "passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus" (3:8). Pedro e João não desperdiçaram tempo examinando as pernas do homem, perguntando sobre seu histórico médico ou sobre o diagnóstico anterior. Em vez disso, Pedro explicou aos assombrados espectadores: "foi a fé em Cristo que deu a este homem saúde perfeita e força à vista de todos vocês" (3:18, a Bíblia conforme a versão J. B. Philips). Esse era o padrão do cristianismo primitivo: nenhum diagnóstico, nenhum rótulo, apenas a cura instantânea e completa.
Essa rapidez e perfeição constituem também os padrões da cura pela Ciência Cristã hoje. Isso significa que a tentação de perguntar: "O que está errado"? precisa ser detida logo no início. A cura pelo Cristo que está explanada em Ciência e Saúde nunca parte da pergunta: "O que está errado"? Ao contrário, Mary Baker Eddy aconselhou: "A compreensão crística acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma idéia perfeita—Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração" (p. 259). O padrão de perfeição nos informa o que está certo, não o que está errado. Esse estado de perfeição é o único lugar seguro de se estar, o que significa que nunca temos de ser tentados a abandoná-lo.
"Acho que sei o que tenho"
A tentação de ligar sintomas a uma doença ou a um diagnóstico é um costume amplamente disseminado em nossa cultura. Isso pode nos levar a pensar: Sei que fulano de tal tem um problema semelhante diagnosticado, e meus sintomas são iguais aos dele..., portanto, aposto que tenho a mesma coisa. Essa ruminação tende a cimentar o medo no pensamento, ao invés de removê-lo. Somente por intermédio de uma confiança irrestrita na Mente divina, Deus, podemos encontrar o remédio para toda cura verdadeira.
Não é necessário procurar a causa da nossa situação, porque diagnosticar uma doença nos mantém focados na dificuldade, na ideia de que precisamos nos livrar de algo. Ao contrário, é imperativo combinar nosso pensamento com a plenitude e a inteireza do Divino e descobrir que não estamos mais aterrorizados pelo medo. Dessa maneira, não perdemos o interesse em examinar a anatomia física em busca de sintomas, mas, em vez disso, comprovamos que nossa anatomia real, nossa anatomia mental, está de acordo com a lei de Deus. Como Mary Baker Eddy escreveu: "Por compreender a anatomia mental, o Cientista Cristão discerne e combate a verdadeira causa da moléstia" (Ciência e Saúde, pp. 462-463). Essa verdade atemporal é extremamente prática hoje, porque nos mostra que não temos de aceitar as explicações médicas que constantemente nos cercam pela mídia. Examinar o erro nunca pode nos capacitar a perceber seu nada! Ao contrário, curamos a partir da base do verdadeiro padrão espiritual: "Deus perfeito e homem perfeito" (Ibidem, p. 259).
Somente por intermédio de uma confiança irrestrita na Mente divina, Deus, podemos encontrar o remédio para toda cura verdadeira.
"Talvez eu devesse obter um diagnóstico real"
É útil compreender que a clareza sobre a situação real de cada um já está estabelecida e se encontra no primeiro capítulo da Bíblia, na descrição científica da criação como um acontecimento inteiramente espiritual. Depois que Deus criou tudo em seis dias metafóricos, a Bíblia nos diz que "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31). Em nossa cultura, "muito bom" normalmente significa "bastante bom", mas, no original hebraico, a tradução de "muito bom" é vigorosamente enfática, o que para mim indica a avaliação de Deus a nosso respeito como "absolutamente perfeita". Nada pode abalar o conhecimento que Deus tem sobre Sua criação, que nos inclui como Sua imagem e semelhança. O diagnóstico de perfeição é a única descrição verdadeira sobre quem somos. Esse fato sobre nossa identidade não pode se deteriorar ou mudar. Uma vez que temos o diagnóstico da Mente, não precisamos de uma segunda opinião!
O diagnóstico de perfeição é a única descrição verdadeira sobre quem somos. Esse fato sobre nossa identidade não pode se deteriorar ou mudar.
Talvez devido às exigências do emprego ou pressões familiares ou apenas o impulso de "precisar saber", alguém obtenha um diagnóstico médico. Contudo, esse diagnóstico nunca poderá impedir o progresso espiritual. A confiança que um paciente coloca em um diagnóstico médico assenta na proposição de que o alívio. virá de uma mente humana instruída. Essa fé parte da premissa de que existe uma pessoa material defeituosa, cuja matéria necessita ser ajustada. Entretanto, nenhuma opinião médica, por mais bem intencionada que seja, está incluída no fundamento cristãmente científico da nossa identidade, que é pura e está intacta.
"Para onde vou a partir deste ponto?"
Não importa quais tipos de pensamentos arraigados alguém possa ter sobre um assim-chamado problema material, o Cristo, a compreensão transformadora da nossa união com Deus, está presente agora, elevando o pensamento acima da imperfeição do raciocínio humano. A mensagem do Cristo, de que sempre somos perfeitos, volve nosso pensamento na direção da Mente divina e nos permite despertar do sonho sobre nós mesmos como mortais vulneráveis. Nesse estado desperto, abandonamos todas as opiniões preconcebidas ou fixações sobre um corpo físico, como também a condenação sombria de um diagnóstico. Então compreendemos a perfeição da ordem espiritual do universo de Deus como a única e verdadeira declaração a respeito do ser.
Essa perspectiva nos proporciona a confiança para abandonar quaisquer temores de que algo esteja errado e de que precisamos descobrir o que é. Nunca decaímos da avaliação que Deus fez sobre nós como "muito bom", portanto, nunca houve em realidade qualquer problema de idade, acidente, hereditariedade ou doença que desalojasse nosso ser original da condição de "muito bom". Tendo em vista nossa identidade inteiramente espiritual, na verdade nós nunca fomos regulados pela matéria ou encurralados nela.
Qualquer argumento que pretenda dizer que somos menos do que perfeitos pode ser descartado pela Ciência do Cristo. O pensamento receptivo é elevado para assimilar a natureza profundamente amorosa de Deus que atua em nossa experiência humana aqui e agora. Então, nós também podemos ser curados, e entraremos no templo "saltando e louvando a Deus."
