Certo dia, há alguns anos, senti que um bichinho caminhava no meu ombro. Pensando que era uma formiga, bati a mão para derrubá-la. Em seguida, levei uma ferroada e vi que se tratava de uma abelha.
A dor era insuportável. Nesse momento, lembrei-me da minha infância. Meu pai encontrava mel nas árvores do pasto das terras onde morávamos. Ele tirava os favos cheios de mel e os trazia para casa. Nós, as crianças, pegávamos pedaços dos favos com o mel escorrendo e os chupávamos. As mãos e os rostos ficavam todos lambuzados. Que maravilha!
Ao me lembrar de minha infância e do sabor e gostosura do mel, pensei que a abelha, um inseto que produz algo tão delicioso, não podia causar alguma coisa ruim, como a dor proveniente de uma picada. Percebi que a doçura, sinónimo de docilidade, meiguice e suavidade, não tem nada a ver com a dor. Não poderia haver ligação alguma entre sensações tão opostas como a brandura e a aflição. Também me lembrei do que havia aprendido com a leitura do livro Ciência e Saúde: "Todas as criaturas de Deus, que se movem na harmonia da Ciência, são inofensivas, úteis, indestrutíveis" (p. 514). Fui envolvida por pensamentos de bondade e ternura. Na verdade, minha consciência ficou tão inundada do significado de doçura, que me dei conta de que a abelha não possui nada que possa penetrar em nossa pele ou invadir nossa identidade espiritual. Também não olhei o ombro para ver se estava inchado.
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