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SALMO 23

Salmo 23, uma mensagem atemporal

Da edição de fevereiro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Todo o mundo anseia por consolo e clara orientação. O Salmo 23 oferece ambos.

Ao longo desses 3.000 anos, desde que foi entoado pela primeira vez, a mensagem deste querido Salmo, que atravessou o tempo e as ideologias, tem impulsionado, consolado e curado. Soldados, governadores, atletas, mães, pais e filhos sentiram seu encanto e a calma que ele propicia.

Não existe nenhum registro autêntico, mas o Salmo 23 é geralmente atribuído a Davi, que cuidou de ovelhas, tocou sua lira para acalmar o rei Saul e guiou com sucesso a nação hebraica. Entre as Escrituras judaico-cristãs mais aceitas, o Salmo 23 é contado a partir da perspectiva de um pastor que cuida ternamente de suas ovelhas. Elas nunca sentirão falta de amor, sustento, orientação ou saúde.

O Salmo 23 ilustra o pastoreio igualmente confiável da parte de Deus para com Seus filhos. Que mensagem atemporal!

A humanidade, sujeita à ascensão e queda de reis e impérios, anseia por orientação sábia. A Bíblia registra a história da libertação da escravidão humana, culminando, séculos depois da época de Davi, com o ministério de Jesus, que identificou as pessoas a quem ele ensinava e curava como ovelhas que precisavam de um pastor. Talvez o que tenha tornado esse salmo tão amado é o senso de segurança que vem com o reconhecimento de Deus como Pastor, provedor, protetor.

Um contexto comum para esse salmo, nas igrejas cristãs de hoje, está relacionado à morte e a funerais. No entanto, a manutenção e a sustentação da vida constituem sua essência. Mensagens da provisão e da proteção de Deus aparecem em toda a Bíblia, mas por que será que se recorre a esse salmo, de forma mais consistente, em tempos de angústia? Por um lado, as imagens exuberantes são insuperáveis: pastos verdejantes, águas de descanso, o ato de ser servido e ungido com amor "transbordante" e contínuo.

As palavras líricas das cenas retratadas pelo salmista transmitem um senso intrínseco de paz, com sua mensagem universal simples e inspiradora. Muitos livros foram escritos sobre esse salmo. Um deles, intitulado "Psalm Twenty-Three" (O Salmo Vinte e Três) é ilustrado por Tim Ladwig e tem como cenário as ruas da cidade, ao invés de prados e córregos. Duas crianças são retratadas indo para a escola em segurança, vigiadas e cuidadas. Essa imagem revela que não é necessário estar familiarizado com ovelhas e pastagens para sentir a segurança e a paz que as palavras retratam (African American Family Press [Editora da Família Afro-Americana], 1993). A mensagem permanece constante.

Há muitas coisas que poderiam ser ditas sobre esse salmo, mas aqui estão apenas alguns pontos de vista a serem considerados. Gosto de pensar no salmo em duas partes: os versículos de um a quatro retratam Deus como Pastor, liderando e guiando, e nos versículos cinco e seis Ele é nosso amável anfitrião.

Deus como pastor

"O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam" (v. 1—4).

A prioridade para um pastor é encontrar pastagens seguras que forneçam alimento. Aqui, ele compele as ovelhas a comer e a descansar, nunca deixando que vagueiem por conta própria. É significativo que as ovelhas não questionam o pastor. Elas simplesmente confiam. Para mim, a própria imagem de estar cercada por grama nova e exuberante, banhada pelo sol do amor maternal de Deus, dissolve o estresse, e eu sigo em frente.

A ideia de encontrar "águas de descanso" é mais do que uma imagem que acalma. Como as fontes ficavam muito distantes e os córregos frequentemente secavam, ter água para as ovelhas era a principal preocupação. Além disso, as águas tinham de ser tranquilas, pois águas agitadas assustam as ovelhas e elas não a bebem. O pastor faz o rebanho se deitar, enquanto tira água de um poço e a coloca em uma calha, ou represa um córrego para formar um reservatório tranquilo.

A menção feita no Salmo de ser guiado "pelas veredas da justiça" se refere principalmente à eficiência e à amabilidade do pastor. Um bom pastor conhecerá o melhor caminho, talvez não o mais curto ou o mais fácil, mas o mais seguro. Eis como a New Living Translation (A Nova Tradução Viva) da Bíblia coloca: "Ele me guia por caminhos certos, os quais trazem honra ao seu nome". Ao guiar consistentemente suas ovelhas no caminho certo, o pastor estabelece uma reputação de confiabilidade. Tal como outro salmo fala de Deus: "Mas ele os salvou por amor do seu nome [Deus], para lhes fazer notório o seu poder" (106:8).

O vale ao qual o Salmo se refere realmente existe e é chamado de Sombra da Morte. Os povos bíblicos tinham conhecimento dele como um caminho escuro e perigoso. Predadores, ladrões e assassionos se escondiam em suas áreas escuras. Entretanto, o Salmo garante que não somente é seguro caminhar por esse vale, mas também que o viajante pode fazê-lo com tranquilidade e sem medo, porque Deus está exatamente ali.

O bom pastor guia porque é isso o que o pastor faz. Da mesma forma, Deus guia porque é isso o que Ele faz. Esse Salmo traz a certeza de que Deus nos proporciona aquilo que nos conduzirá ao nosso sustento, em uma atmosfera onde podemos confiantemente descansar. Parece que Davi adotou essa abordagem, provendo uma liderança consistente, à medida que sentia que Deus o protegia.

Sentir-se consolado a partir da imagem do "bordão" e do "cajado" pode parecer inverossímil. No entanto, cada uma dessas ferramentas consola e protege de forma única. O cajado, curto e com a ponta arredondada, afasta os agressores e também serve para contar as ovelhas e examinar se a lã delas tem parasitas. O bordão é longo e mais delgado, frequentemente com uma ponta curva, é usado para guiar e impedir que uma ovelha caia, ou para levantar alguma que tenha caído. A disciplina do bordão oferece consolo, o controle do amor de Deus.

Reconhecer, figurativamente falando, que o bordão pertence ao Pastor, a Deus, alivia-nos de um senso de responsabilidade pessoal ou da dependência de uma organização humana, impedindo que nos desviemos do caminho estreito. É algo tangível sobre o qual nos apoiar.

Deus como amável anfitrião

"Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, ungesme a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre" (v. 5,6).

Esses versículos nos lembram que, na presença de Deus, estamos protegidos e consolados, a salvo de nossos adversários, como e onde quer que apareçam. Além disso, é peculiar ter uma mesa preparada "na presença" dos nossos adversários. De acordo com a New Interpreter's Bible (A Nova Bíblia do Intérprete), nos tempos antigos, um homem podia encontrar segurança simplesmente tocando a tenda de um aliado; seus inimigos poderiam observar, mas não chegar perto. Então, ali mesmo em completa segurança, seria providenciada uma festa. O anfitrião reverenciava seu convidado ungindo-o com uma mistura de azeite e mirra; além do seu efeito calmante, após uma difícil e sufocante viagem, essa poção impregnava o lugar com deliciosa fragrância. A taça que continha a poção permanecia cheia e transbordante.

Reconhecer, figurativamente falando, que o bordão pertence ao Pastor, a Deus, alivia-nos de um senso de responsabilidade pessoal ou da dependência de uma organização humana, impedindo que nos desviemos do caminho estreito. É algo tangível sobre o qual nos apoiar.

A palavra original em hebraico que é traduzida no versículo final como seguirão tem como sua raiz primitiva "correr atrás". The New Interpreter's Bible (A Nova Bíblia do Intérprete) diz que "o verbo hebraico (radap) tem o sentido mais ativo de 'perseguir'". Deus está em ativa perseguição ao salmista! Aqui os adversários estão presentes, mas se tornaram inofensivos, enquanto Deus está em ativa perseguição" (Vol. 4, p. 768). Uma série de traduções bíblicas, incluindo o Tanakh e a New Living Translation (Nova Tradução Viva), usam a palavra perseguir, em vez de seguir. Ao contrário de estar sendo perseguido por um inimigo, a promessa é que o bem perseguirá o Salmista (e cada um de nós), provendo tudo que for necessário.

Na conclusão do Salmo, permanecemos na casa de Deus. Mary Baker Eddy descreveu essa "casa" em Ciência e Saúde como "[a consciência] do [AMOR]" (p. 578). Permaneceremos eternamente nessa consciência, como convidados de Deus!

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