Está chegando a nova sensação da tecnologia da computação. Trata-se de acoplar um computador a uma câmera que não somente vê, mas raciocina sobre o que vê. O que esse novo aparato está mais interessado em ver e em "ler" é o comportamento humano. Essa tecnologia poderá, por exemplo, ler a reação de uma pessoa a um determinado produto, examinando atentamente seus músculos faciais. Em seguida, esse dispositivo poderá comparar essa resposta às respostas de outras pessoas (ver "Computadores que vêm você e mantêm vigilância sobre você", The New York Times, 1 de janeiro de 2011).
Esses dispositivos parecem ter futuro garantido no comércio varejista, na aplicação da lei, na segurança nacional e em muitas outras áreas. As aplicações, de caráter mais pessoal, talvez possam abranger as áreas relacionadas aos tratamentos de saúde. Os computadores com visão inteligente poderão monitorar um paciente através da visão digital, examinando sinais vitais e lendo o ritmo cardíaco na face da pessoa. Esse serviço inevitavelmente traz consigo preocupações com relação à privacidade, pois, como sempre, quantidades cada vez maiores de dados pessoais acabam fluindo e vazando para o espaço cibernético.
Deus é também o Amor divino que cuida
Não poderia tal preocupação levar os observadores atentos a se interessarem a conhecer melhor a Deus, que tudo vê? A Bíblia revela Sua natureza, e diz que Deus é um Pastor sempre vigilante, que cuida da segurança de todas as ovelhas em Seu rebanho. Também, que Ele é o Pai que tudo sabe e que inteligentemente atende às necessidades e acalma os temores de cada filho querido. O Grande Médico que trata das feridas e restaura a saúde.
A Ciência Cristã explica que Deus não é só a Mente divina que sabe, mas que é também o Amor divino que cuida. Ele vê cada um de Seus amados descendentes em infinitos detalhes, ou seja, até mesmo os cabelos de nossas cabeças estão todos contados (ver Mateus 10:30). Podemos dizer que Deus lê cada face, ou seja, compreende cada pessoa, com perfeita exatidão.
À medida que as pessoas despertam para sua verdadeira semelhança com Deus, descobrem que a capacidade da perspicácia de Deus é, por reflexo, também a capacidade delas de serem perspicazes. Elas se tornam observadoras mais atentas, mais capazes de resolver problemas. A vigilância de Deus é expressa na vigilância delas.
O Samaritano não apenas observa e cuida de seu próximo em necessidade, mas também providencia e supre o remédio espiritual que atende à necessidade
Consideremos uma das mais queridas parábolas de Cristo Jesus, conhecida como a "Parábola do Bom Samaritano" (ver Lucas 10:30-37), que conta a história de um viajante que é assaltado por ladrões, roubado, espancado e deixado semimorto. Um sacerdote passa por ele, aparentemente não vê nada a não ser uma responsabilidade que ele pode evitar, e opta por não se envolver. Um levita se depara com o homem, olha para ele e também não faz nada para ajudá-lo. Então, um samaritano surge em cena, é movido pela compaixão por esse homem, cuida dele, e providencia um lugar para ele se recuperar.
O sacerdote, o levita e o samaritano talvez possam ser considerados como representantes de diferentes tipos de observação. O sacerdote fica indiferente e avalia a situação do viajante ferido como uma máquina. O levita examina a vítima um pouco mais de perto, mas essencialmente imita a indiferença do sacerdote. Podemos dizer que eles observaram por um ponto de vista totalmente material.
Em contraste, temos a avaliação cuidadosa do samaritano, que aplica o que poderia ser chamado de senso espiritual. Ele não apenas observa e cuida do seu próximo em necessidade, mas também providencia e supre o remédio espiritual que atende à necessidade. Suas ações são expressivas do Deus sempre vigilante, que não apenas vê, mas também cuida. Que não somente cuida, mas também age. Que não apenas age, mas também cura.
Os resultados divinamente inspirados continuarão a se multiplicar
A Mente, que é Amor, tanto conhece quanto cuida, sem limitação. Deus nos vê em maiores detalhes e nos lê com a exatidão mais segura, ou seja, contempla nossa natureza espiritual de forma mais verdadeira, do que um computador jamais o faria. Embora um computador possa ser equipado com uma inteligência de longo alcance, ela é, todavia, uma inteligência virtual. Ela jamais pode ser uma mentalidade espiritual ou inspirada pela compaixão do Cristo. Um computador não percebe nem avalia fatores espirituais, tais como a confiança que o samaritano exerceu sobre si mesmo e sobre o viajante ferido. No entanto, para aqueles espiritualmente intuitivos, esses fatores são reais.
Em uma carta a uma filial de sua Igreja, Mary Baker Eddy falou sobre a vigilância do Amor divino zelando pelo mundo todo: "A prosperidade de Sião é muito preciosa aos olhos do Amor divino, que vela incansavelmente sobre o mundo" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos] p. 184). Deus nunca pestaneja. Ele vê tudo, ouve tudo, sabe tudo, compreende o significado de tudo em toda Sua criação inteiramente espiritual. Portanto, Ele cuida de tudo.
A revolução na computação, inclusive a tecnologia do computador com visão inteligente, continuará e deverá continuar a progredir velozmente. Ela desenvolverá e deverá desenvolver cada vez mais aplicações. Mas, ela não substituirá o sempre-vigilante Deus. Ela não tornará obsoleto o senso espiritual com o qual Ele nos dotou. À medida que nossa vigilância expressar cada vez mais Sua própria vigilância, os resultados divinamente inspirados continuarão a se multiplicar.
 
    
