Frequentei a Escola Dominical desde bebê e já tive muitas oportunidades de me apoiar nos ensinamentos da Ciência Cristã e de colocá-los em prática. Durante esses anos, aprendi a importância de vigiar e orar, ou seja, focar o pensamento no que é direito e nos atributos do Princípio divino.
No ano de 2008, eu me aprofundei em estudos políticos sobre o comportamento das pessoas e sobre a responsabilidade que todos devem ter com o meio ambiente e com a sociedade. No decorrer dessa pesquisa, tive contato com algumas situações pouco éticas, o que me trouxe grande decepção, por não concordar com algumas posturas diante de certas circunstâncias. Decidi aprofundar meus conhecimentos para poder compreender melhor a razão da falta de consciência social e também das empresas, principalmente com relação à preservação do meio ambiente.
Mas quanto mais me aprofundava nesse estudo, mais eu me focava em preceitos materiais e pouco éticos da sociedade e do mundo corporativo. Em pouco tempo, comecei a vivenciar um problema de saúde. Percebi, então, que não havia vigiado meu pensamento como deveria.
No período do réveillon fui com minha família para um Hotel Fazenda. Lá comecei a sentir fortes dores na virilha, o que me impediu de acompanhar meus familiares a passeios e me levou a uma introspecção que preocupou minha família.
Comecei a orar sozinho e busquei na Ciência Cristã resposta e cura para o que vivenciava. Apoei-me principalmente na leitura da Lição Bíblica Semanal, apresentada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Entretanto, como não estava melhorando, minha mãe me aconselhou a pedir ajuda a uma Praticista da Ciência Cristã para que ela orasse comigo.
Conversando com a praticista, comentei sobre o estudo social que havia feito e o quanto havia mexido comigo. Então, ela me perguntou se o fato de aquela pesquisa ter me levado a questionar o comportamento das pessoas pelas suas falhas humanas não teria afetado o meu amor ao próximo.
Percebi esse alerta como um despertar, pois a partir do momento em que comecei a aceitar o mal nas pessoas, passei a acreditar que poderiam causar o mal umas às outras, e, dessa forma, deixei de amar o próximo de forma genuína. Isso ocasionou grande mal a mim mesmo.
O conceito de amor ao próximo que aprendemos na Ciência Cristã é ver a todos como filhos perfeitos de Deus, reflexos do Amor infinito, e incapazes de expressar características que não sejam provenientes do Amor divino e que possam ser manifestadas em atitudes pouco éticas.
Lembrei-me também de que o Amor divino engloba a todos. Vi que, pelo fato de eu não estar expressando amor verdadeiro aos outros, eu também não sentia amor a mim mesmo. O fato de me colocar em segundo plano, e deixar que a baixa estima pelos demais tomasse conta de mim, levou-me a ver o mundo somente pela lente do erro.
Após a conversa com a praticista, ponderei um pouco e compreendi que o amor se reflete em todos os aspectos de nossa vida. Eu precisava realinhar meu pensamento com Deus e focar no que é real e verdadeiro. Tinha de parar de apontar os erros humanos e de me sentir impotente diante das dificuldades sociais. Compreendi também que a ligação de todos com o Amor é inquebrantável, e que manter o Amor divino como premissa traz apenas frutos de bondade e que abençoam a humanidade. Como Deus é infinito, não existe espaço para nada que seja dessemelhante dEle.
O conceito de amor ao próximo que aprendemos na Ciência Cristã é ver a todos como filhos perfeitos de Deus, reflexos do Amor infinito, e incapazes de expressar características que não sejam provenientes do Amor divino.
Decidi parar de me concentrar na razão pela qual questões pouco éticas ocorrem, o que fazia me sentir impotente diante de injustiças sociais. Procurei focar na realidade divina e englobar a todos, inclusive a mim mesmo, no Amor. Percebi que a oração individual tem mais poder para melhorar o mundo do que ações motivadas pela força de vontade e pelo ressentimento.
Durante três dias mantive contato com a praticista por telefone e troquei algumas ideias com ela sobre o que vinha pensando. No quarto dia já não sentia mais dores na virilha e obtive a cura total e permanente. A cura veio quando vi onde estava "pisando" e mudei meus pensamentos de uma base focada no erro para um alicerce espiritual e sólido. A sensação de impotência desapareceu e voltei a me sentir capaz de ajudar as pessoas, a partir da premissa de que toda a ação verdadeira e potente provém de Deus, não de humanos. Para mim, essa experiência confirma estas palavras de Mary Baker Eddy: "Quando a compreensão mudar os pontos de vista acerca da vida e da inteligência, de uma base material para uma base espiritual, alcançaremos a realidade da Vida, o domínio da Alma sobre o sentido, e perceberemos o cristianismo, ou seja, a Verdade, em seu Princípio divino. Esse é o ponto culminante a alcançar, antes de se chegar ao estado de homem harmonioso e imortal e de serem reveladas suas capacidades" (Ciência e Saúde, p. 322).
Após compreender essa verdade espiritual e sentir que expresso o amor de Deus, pude usufruir da companhia da minha família de forma prazerosa durante o restante do feriado de fim de ano. Aquelas dores nunca mais retornaram.
 
    
