Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

ESPIRITUALIDADE E CURA

O que dizer de um sinal?

Da edição de março de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


No final do inverno na Nova Inglaterra, quando o vento cortante de março é substituído por uma corrente de ar mais calma e suave, percebemos o indício de que logo a primavera ganhará terreno e o inverno perderá sua força. Esse é um sinal, e sinais como esses são animadores. Cada vez mais esperamos por eles.

Quando as pessoas oram a Deus com sinceridade em busca de cura, surge, às vezes, a questão de ser ou não correto ficar atento ao aparecimento de sinais. No entanto, a Bíblia está cheia de exemplos de pessoas, em circunstâncias semelhantes à nossa própria, que se volveram a Deus e receberam sinais. A missão de Moisés de conduzir os filhos de Israel à Terra Prometida inclui um arbusto em chamas, um mar dividido, água brotando de uma rocha e muitos outros indícios notáveis do poder e da presença solícita de Deus. Jacó, antes de Moisés, como também Elias e Eliseu depois dele, tiveram sua vida salpicada de sinais da orientação, da provisão, da proteção e do livramento de Deus. Podemos concluir que o amor deles por Deus os capacitou a perceber os indícios práticos e óbvios de Deus na vida deles. Eles passaram a aguardá-los como certos. Esses são sinais encorajadores de que Deus está agindo, cuidando de Sua criação com uma ternura inequívoca. De fato, poderíamos dizer que as Escrituras constituem um registro de sinais de Emanuel, que significa "Deus conosco".

Portanto, não é de surpreender, nem fora do comum, descobrir que nós também, em oração, podemos ficar atentos aos sinais. Talvez a questão a ser esclarecida seja nos perguntar onde estamos procurando pelos sinais que comprovam a presença de Deus em nossa vida.

Não havia me ocorrido fazer isso, mas nesse caso parecia como se fosse a orientação e provisão de Deus

Quando oramos, estamos recorrendo a Deus, por isso, não é recomendável focar em nada que não seja Deus, a fim de confirmarmos o poder e a presença nos quais estamos confiando. Podemos presumir que as orações dos personagens bíblicos, acima mencionados, eram inteiramente focadas em Deus e em Seu reino espiritual. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy confirmou isso ao escrever: "Deus, o Espírito, age espiritual, não materialmente" (p. 259).

Por conseguinte, se a necessidade humana parecer carência, e nós estivermos orando para eliminar essa crença, seria contraditório ficar de olho na conta bancária, na segurança do emprego, ou em qualquer outra instituição humana. Ao contrário, nosso pensamento deve ser conduzido à natureza maravilhosa e infinita do amor de Deus e lá permanecer. Se o desafio vier como saúde muito debilitada ou um ferimento físico, temos esta clara instrução em Ciência e Saúde: "Desvia o olhar do corpo...", mas isso não significa que não exista outro lugar para se olhar, pois Mary Baker Eddy completou a frase assim: "...para a Verdade e o Amor..." (p. 261). Ela está nos indicando para onde olhar, a fim de ver sinais, e esses sinais se encontram em um sentido mais amplo da realidade de Deus, uma vez que Ele, sendo são, completo e perfeito, faz com que a saúde seja a condição de Sua criação, tendose em vista que ela é a condição de Deus. Os sinais que vemos muitas vezes consistem de inspirações espirituais, de uma profunda percepção da Verdade, Deus. Desafios de todo tipo são desafios à solidez da Verdade, e são resolvidos mediante uma compreensão mais clara de algum aspecto do ser de Deus. Os crescentes sinais de harmonia resultam em harmonia.

Há vários anos, um jovem que estava muito doente, ligou pedindo que eu orasse por ele. Durante alguns dias, dei a ele tratamento pela Ciência Cristã. Certa noite, por volta da meia-noite, ele ligou e parecia que não podia mais falar, pois não conseguia emitir nenhum som, embora eu soubesse que era ele. Aparentemente sua garganta se fechara, e ele estava com muito medo. Enquanto falava com ele, propus-me a pegar um avião pela manhã para visitá-lo. Antes do chamado naquela noite, não havia me ocorrido fazer isso, mas nesse caso parecia como se fosse a orientação e provisão de Deus. Isso foi confirmado pela resposta do paciente (um murmúrio de agradecimento) indicando que ele considerava ser essa uma boa ideia.

Deus sempre está com Seus filhos e jamais os abandona

Bem cedo na manhã seguinte, estava a bordo de um pequeno avião, para um voo de apenas uma hora. Orava diligentemente, como já vinha fazendo, afirmando que esse paciente era inteiramente espiritual, e refletia individualmente, agora mesmo, o homem à imagem de Deus, que "nunca nasceu e jamais morre", como descrito por Mary Baker Eddy em sua explanação completa sobre o homem no capítulo "A Criação" (p. 258). Além disso, em um capítulo subsequente em resposta à pergunta "O que é o homem?", ela começou explicando: "O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais" (Ciência e Saúde, p. 475). Ao identificar o rapaz, para quem eu estava orando, como a manifestação desse homem, pude vê-lo como isento de sofrimento, de doença ou de qualquer outra forma de separação de Deus, o bem. O Cristo, o homem ideal de constituía sua substância espiritual e sua natureza essencial. Essa é a real identidade de cada um de nós como reflexo de Deus. Em Ciência e Saúde, lemos: "Quando se fala do homem como criado à imagem de Deus, não é ao homem mortal, pecador e doentio que se faz referência, mas ao homem ideal, que reflete a semelhança de Deus" (p. 346).

Assim que o avião começou a descer através de um céu tempestuoso, pedi a Deus que me desse apenas um sinal de esperança. Incerta se esse era um pedido correto, com muita humildade e sinceridade, meu pedido partiu do fundo do coração. Ao abrir os olhos, quando já estávamos quase pousando na pista, vi a luz prateada de um raio de sol matinal aparecendo na extremidade de uma nuvem escura, muito carregada. Em seguida, um belo arco-íris apareceu. Imediatamente me veio à mente uma frase de um poema de Mary Baker Eddy: "O Amor promessa inscreveu em arco-íris sobre o céu (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1896, p. 388), como também um verso do Hino 30, do Hinário da Ciência Cristã). Desde menina havia cantado esse hino, mas nunca antes havia ponderado sobre seu significado. Compreendi que o "arco-íris da promessa" no poema era uma referência à aliança que Deus ofereceu a Noé, em Gênesis 9:12, 13: "E disse Deus: Este é o sinal da aliança que faço entre Mim e ti, e com cada criatura viva que está contigo, por gerações perpétuas: Coloco meu arco na nuvem; este será por sinal da aliança entre Mim e a terra" (Nova Versão King James). Ele era um símbolo do céu e da terra como uma coisa só, unidos, pertencentes a Deus. Era a promessa de Deus de sempre estar com Seus filhos, jamais os abandonando. Reconheci ali mesmo que esse era de fato o sinal que eu havia pedido, e senti que todo o trabalho daquela semana, em espírito de oração, havia culminado nesse precioso momento de compreensão.

Nunca estamos separados do Amor, nem estão ocultos de nós os sinais da presença, do poder e do amor de Deus

Compreendi que o paciente estava envolvido e protegido pela aliança que Deus estabelecera e que essa aliança era um elo contínuo e permanente, um estado do ser. Logo que pude, liguei para ele para informá-lo de que já havia aterrissado na pista agora iluminada pelo sol, e que estaria em sua casa em questão de minutos. Ele atendeu ao telefone com sua voz normal e disse se desculpando: "Sinto muito que você tenha percorrido todo esse caminho para me encontrar curado. Estou ótimo"! Cheia de alegria, porém não surpresa, fui até sua casa, onde juntos lemos a Lição Bíblica daquela semana. Como ele não havia ingerido nenhum alimento sólido durante alguns dias, preparei para ele um pequeno almoço e voltei de avião para casa algumas horas mais tarde.

Naquela manhã, Deus havia me dado o que eu precisava, um senso mais pleno de Seu cuidado sempre presente, e uma compreensão prática da eterna aliança que Ele estabeleceu. Era exatamente uma visão iluminada sobre Ele que eu necessitava.

Anos depois, ao conversar com esse paciente, ele me explicou que, durante um determinado período antes de me ligar pedindo ajuda, muito embora ele realmente tivesse ficado ao ar livre, muito mal agasalhado e exposto ao mau tempo, achava que o verdadeiro desafio foi ter sido submetido naquela época a um exame pessoal minucioso e à crítica desdenhosa. Ele ficara, de certa forma, perplexo devido à frieza e indiferença de alguns entes queridos e, consequentemente, sentiu-se excluído e desorientado. Na manhã do meu voo, esse senso de desorientação e falta de amor abandonou seu pensamento e a cura foi instantânea e completa.

Ouvir sua versão a respeito da cura elevou minha apreciação pelo arco-íris da promessa que vira naquela manhã. Essa experiência aprofundou minha compreensão da aliança bíblica como o Cristo de Deus, Sua mensagem de amor e cuidado contínuos, da nossa unidade e inseparabilidade dEle. Nenhum de nós jamais está excluído, solitário, desorientado ou doente. Nunca estamos separados do Amor, nem estão os sinais da presença, do poder e do amor de Deus ocultos de nós. Eles estão em toda parte. Preste atenção a eles e eles se tornarão seus sinais.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 2011

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.