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O verdadeiro modelo

Da edição de março de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Enquanto crescia, observei inúmeros modelos de mulheres, cujo exemplo admirava. eram inteligentes, belas, atléticas, fortes, independentes e, para mim, representavam mulheres ideais. Eram elas: minha mãe, as monitoras do acampamento de férias, professoras e, até mesmo, minhas próprias amigas. Elas tinham tudo. Aos meus olhos, não havia nada que elas não pudessem fazer; e parecia que não precisavam pedir permissão para ninguém. Por mais clichê que isso possa parecer, elas eram minhas heroínas!

Como Cientista Cristã, desde pequena havia aprendido que todos nós (homens e mulheres) somos filhos do Pai-Mãe Deus, espirituais e perfeitos, à imagem e semelhança de Deus, ensinamento esse fundamentado no relato bíblico que consta do primeiro capítulo do Gênesis (Ver Gênesis 1:27). Mas, por alguma razão, achava que eu não era tão "perfeita" como as mulheres que admirava. Talvez pudesse me esforçar para ser "razoável", mas ser "perfeita" me parecia fora de cogitação. talvez eu achasse que minha linhagem era diferente das dessas outras mulheres, a quem eu via tão claramente como filhas de Deus.

O fato é que não havia nem mesmo me dado conta do quão sufocante e limitador era meu modo de pensar, até que, há alguns anos, essa percepção equivocada sobre mim mesma veio à tona. Certa noite, jantava em meu apartamento, quando notei, sobre a mesa, um exemplar de uma popular revista feminina que pertencia à minha companheira de quarto. Ao ler a capa, lembro-me de ter pensado que as manchetes pretendiam ter todas as respostas para as questões que preocupavam as mulheres, como também para problemas de relacionamento. Entretanto, tudo começava a partir de uma premissa errada, limitada e sensual. Então, pensei: "Isso nunca vai nos levar a lugar algum".

Compreendi que essa falsa premissa era exatamente a versão moderna do modelo da criação de Adão e Eva, que se encontra no segundo capítulo do Gênesis, na Bíblia. Nesse relato, tanto o homem quanto a mulher são apresentados como decaídos da graça. Mas, naquele mesmo momento, perguntei-me: "Será que tenho uma visão muito mais elevada sobre mim mesma"? Para ser honesta, tive de responder "não".

Algo tinha de mudar e eu desejava isso urgentemente

Naquela época, parecia que as coisas na minha vida estavam desmoronando ao meu redor. Além de uma série de crises pessoais, eu me sentia só e desejava ter um relacionamento. Mas estava sem esperanças, devido a inúmeras razões. Ao mesmo tempo, meus hábitos alimentares eram extremamente questionáveis, para dizer o mínimo. Havia perdido muito peso, em parte simplesmente porque meu estilo de vida de estudante havia mudado e, em parte, porque estava muito atarefada. Por isso, continuava a perder ainda mais peso. Agradava-me ouvir os elogios das pessoas; tornou-se quase um jogo ver até que ponto eu diminuiria o tamanho das minhas roupas.

Aquele momento, na mesa de jantar, foi um despertar significativo para mim. Esta frase, de Ciência e Saúde estava em perfeita sincronia com meus pensamentos: "Nem a simpatia, nem a sociedade, deveriam jamais tentar-nos a cultivar o erro sob forma alguma, e certamente que não deveríamos ser o advogado do erro" (pp. 153-154). Compreendi que eu havia, sem saber, agido como a advogada do erro. Nesse caso, o "erro" seria uma falsa visão de mim mesma, formada por pensamentos persistentes, que sugeriam que eu aceitasse a ideia de que as mulheres são mortais imperfeitos, fadados a lutar durante toda a vida. Caíra, por ignorância, na armadilha de aceitar uma visão de mim mesma, fundamentada na matéria, essencialmente física e particularmente no que se referia à minha identidade.

Toda vez que me olhava no espelho e ficava insatisfeita com minha aparência, toda vez que aceitava que eu era algo menos do que a perfeita imagem e semelhança de Deus, toda vez que media minha autoestima pela minha aparência, eu estava "cultivando o erro" de várias formas. Algo tinha de mudar e eu desejava isso urgentemente!

Daí em diante, empenhei-me em ficar mentalmente alerta para impedir que fosse atraída para pensamentos que delineavam a mulher a partir de um modelo imperfeito e mortal. Quer fosse na mídia ou nas conversas com amigos, comecei a rejeitar esse modelo e a substituí-lo por um senso mais espiritual a respeito da condição da mulher.

Começava a perceber que a independência não era definida pelo fato de alguém conseguir trocar um pneu ou construir prateleiras

Durante os meses seguintes, à medida que orava sobre isso, aprendia inúmeras lições espirituais sobre o que significa ser a amada filha de Deus. Quatro ideias se destacaram:

1. Para o Deus único não existem filhos inferiores. Todas as ideias de Deus são criadas à Sua imagem e semelhança. Não existem os que têm. e os que têm. Isso significava que eu podia gostar e apreciar as belas qualidades que via nos meus exemplos de modelo. Também compreendi que a excelência delas não excluía a minha própria. A perfeição é o padrão divino e todos nós já a incluímos.

2. Como filhas de Deus, refletimos constantemente a oniação de Deus. Em outras palavras, refletimos tudo o que Deus é e faz. Inúmeras vezes ficara frustrada com as estatísticas e as histórias que ouvia sobre as oportunidades limitadas de carreira para as mulheres, e os sacrifícios que elas tinham de fazer porque tinham filhos para criar. embora essa fosse uma realidade distante para mim naquele momento, cada vez mais sentia-me impelida a seguir diferentes direções e, em algum momento, teria de me defrontar com obstáculos. Entretanto, quanto mais orava, mais aprendia que meu propósito pertencia a Deus e somente a Ele, e que não poderia haver tarefas que competiam entre si. Podia confiar em Deus para determinar meu caminho e esperar que o Criador amasse igualmente Seus filhos e Suas filhas. Não poderia haver nenhuma espécie de efeitos colaterais, desonestos ou injustos, provenientes desse amor.

Semelhantemente, homens e mulheres não são opostos como "Marte e Vênus", como se costuma dizer. Todos nós realmente somos oriundos da mesma fonte das qualidades espirituais do Amor divino.

3. A verdadeira independência é a total dependência de Deus. Sempre admirei o quão independentes eram aqueles exemplos de modelos de mulheres: solteiras, casadas ou namorando. Elas eram seus próprios modelos de mulheres. Mas compreendi que, muitas vezes, ao admirar minhas mentoras, eu não estava exatamente admirando a independência espiritual. Estava começando a perceber que a independência não era definida pelo fato de alguém conseguir trocar um pneu ou construir prateleiras (muito embora achasse que essas eram habilidades maravilhosas para se ter!). Ao contrário, as mulheres que eu conhecia, todas refletiam a totalidade de Deus, por meio da expressão de qualidades tanto masculinas quanto femininas, inclusive força, gentileza, sabedoria, beleza e competência. Essas qualidades não eram propriedade exclusiva delas, mas faziam parte da natureza espiritual de todos.

4. Semelhantemente, homens e mulheres não são opostos como "Marte e Vênus", como se costuma dizer. Todos nós realmente somos oriundos da mesma fonte das qualidades espirituais do Amor divino. Portanto, é impossível para o homem e a mulher estarem fundamentalmente em desacordo um com o outro. Do mesmo modo, também é impossível que homens e mulheres sejam dependentes uns dos outros para se sentirem satisfeitos, completos e felizes.

Ponderar a respeito do valor da mulher tem me ajudado a progredir espiritualmente com rapidez

O que é interessante, embora talvez não surpreendente, é que conforme me empenhava em colocar em prática essas ideias, como também em reivindicá-las em minhas orações para todos, ocorriam mudanças notáveis em minha experiência pessoal. Apesar de ter colocado o quesito relacionamentos em segundo plano, enquanto reorganizava minha vida, encontrei alguém da maneira mais inesperada. A convivência com essa pessoa tem sido agradável e natural, e continua a progredir. Meus hábitos alimentares se normalizaram e meu peso ficou estável. Hoje, cada dia me proporciona novas oportunidades de vivenciar essas lições. Encontrei um senso mais elevado de autoconfiança e uma satisfação mais duradoura, mesmo em meio aos desafios que surgem. Ponderar a respeito do valor da mulher tem me ajudado a progredir espiritualmente com rapidez.

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