É difícil imaginar a vida sem a Internet, pois é uma fonte extraordinária de informação, entretenimento e de socialização, e que conecta pessoas e recursos em todo o mundo, 24 horas por dia.
Entretanto, em meio a tudo de bom que ela me traz pelo computador, também recebo um dilúvio de anúncios pop-ups e e-mails com propaganda sobre assuntos nos quais não estou nem um pouco interessada. Algumas vezes, esses anúncios apenas irritam um pouco, outras vezes não, tais como a pornografia que aparece como e-mails ou quando clico em links aparentemente inofensivos.
No início, as mensagens pornográficas eram mais um aborrecimento do que qualquer outra coisa. Ficava imaginando quem poderia ser realmente atraído para essas coisas, e tentava não deixar que isso me aborrecesse. À medida que se tornava cada vez mais presente, comecei a pensar de uma maneira mais profunda a respeito daquela imagem distorcida da sociedade, a qual estava sendo apresentada.
A pornografia, com seu ponto de vista pervertido sobre homens e mulheres, estava sendo disseminada e eu simplesmente não conseguia ver nada de bom nesse fato. Um artigo da revista Forbes, publicado em 5 de fevereiro de 2007, apresentou estatísticas informando que 4 em cada 10 crianças são expostas, on-line, a conteúdo destinado a adultos. Minha própria experiência mostrava como isso podia facilmente acontecer, mesmo se a pessoa não estivesse nessa busca.
Como filhos de Deus, somos naturalmente atraídos somente para o bem
Decidi fazer algo sobre essa situação e, para mim, a melhor maneira de ajudar a resolver o problema era mediante a oração. Quando oro, gosto de começar com a premissa de que existe apenas um único poder, Deus, e que Ele é totalmente bom. Como filhos de Deus, cada um de nós é feito à Sua semelhança e reflete Sua natureza. Portanto, somos naturalmente atraídos somente para o bem, muito embora nossa experiência humana nem sempre pareça estar de acordo com essa visão.
Enquanto ponderava sobre esse assunto, decidi orar especificamente sobre a crença de que algo tão positivo como a Internet pudesse conter uma influência pervertida. Como a expressão do Princípio divino, o Amor, nossa tendência natural é pela virtude e inocência, e realmente não existe nada que possa nos afastar delas. Nossa identidade espiritual está sempre intacta, por isso, não pode ser corrompida nem mesmo tentada por algo que não seja bom.
Ao pesquisar como eu poderia orar de uma forma mais eficaz sobre esse assunto, encontrei esta orientação de Mary Baker Eddy: "...conservai vossa mente tão cheia de Verdade e Amor, que o pecado, a doença e a morte nela não possam entrar. É claro que nada se pode acrescentar à mente que já está cheia. Não há porta pela qual o mal possa entrar, nem espaço que o mal possa ocupar na mente repleta de bondade. Os bons pensamentos são uma armadura impenetrável; assim revestidos, estais completamente resguardados contra os ataques do erro de qualquer espécie. E não só vós estais protegidos, mas também todos aqueles sobre os quais repousam vossos pensamentos, são dessa forma beneficiados" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 210). Falando sobre o conceito de homem no sentido genérico, o qual inclui tanto homens como mulheres, Mary Baker Eddy explanou mais adiante no mesmo livro: "...o homem é a imagem, a idéia, ou semelhança, da perfeição, ideal esse que não pode decair de sua união inata com o Amor divino, de sua imaculada pureza e perfeição original" (Ibidem, p. 262).
Comecei a orar diligentemente a cada vez que aquelas imagens apareciam em meu computador
Portanto, mudar meu pensamento poderia ter um efeito positivo, não apenas para mim, mas para os outros também. Com isso em mente, ao invés de ficar desanimada ou oprimida por aquelas imagens, comecei a orar diligentemente a cada vez que elas apareciam em meu computador. Isso era algo prático que eu podia fazer, a fim de evitar a sensação de me sentir sob ataque on-line, como também para me defender e não ficar envolvida em sentimentos negativos, quando me deparava com essas imagens. Pela oração, obtive um senso mais claro em relação à minha própria inocência como filha de Deus, e também sobre a identidade de todas as demais pessoas.
À medida que alinhava meu pensamento com uma compreensão mais divina de nossa verdadeira natureza, também alcançava um senso mais profundo de proteção, tanto para mim como para todas as demais pessoas on-line. Não me sentia mais vulnerável à repugnância da pornografia. Ao reconhecer a virtude e a pureza, inerentes à humanidade, constatei uma evidência maior dessas qualidades em meus relacionamentos e em minhas interações com as pessoas.
Evidentemente, ainda há muito trabalho a fazer. Mas a oração não é uma coisa passiva. Oração é ação. Ela tem um impacto e um efeito que são palpáveis e demonstráveis em nossa vida. O fato espiritual é que, a cada vez que reconhecemos a verdadeira natureza da humanidade como filhos de Deus, em vez de seres materiais, nossas orações ajudam a elevar o mundo a uma perspectiva mais saudável, e servem como uma proteção para todos, especialmente para aqueles jovens que passam cada vez mais tempo na Internet.
 
    
