Quando meu marido e eu descobrimos que eu esperava nosso terceiro filho, chorei, mas não foram lágrimas de alegria.
Havia planejado meu futuro e me sentia pronta para deixar para trás os anos exaustivos cuidando de crianças pequenas em casa. Amo muito meus filhos e realmente gostei de cuidar deles durante os primeiros anos, mas a perspectiva de ter de adiar meus planos por mais cinco anos para passar por tudo novamente parecia um fardo pesado demais.
Logo após essa descoberta, viajamos para a África do Sul, para visitar a família. Sentimentos de decepção e tristeza me assolavam, mas tentava colocá-los de lado. Desejava aproveitar a viagem e não queria frustrar a alegria de minha família a respeito do novo bebê.
Durante a minha estada, comecei a ter sintomas de aborto, o que aumentou ainda mais o meu conflito. Como me sentia incapaz de orar de forma eficaz para mim mesma, liguei para um Praticista da Ciência Cristã e lhe pedi ajuda por meio de oração; mas não tive coragem de lhe dizer que, na verdade, não desejava outro filho.
Os sintomas passaram e tudo parecia bem. Entretanto, algumas semanas mais tarde, após nosso retorno aos Estados Unidos, eles voltaram, embora em menor grau. Meu marido e eu decidimos que eu deveria conversar com a parteira que havia feito o parto de nosso segundo filho.
Os exames médicos foram inconclusivos
Quando expliquei os sintomas que havia vivenciado, ela disse que era provável que eu tivesse tido um aborto espontâneo. Ela pediu que eu me submetesse a um exame para verificar melhor. O exame foi realizado, mas os resultados foram inconclusivos. Fiz outro exame e, depois, outro. Cada vez os resultados mostravam que o aborto era provável, mas que não eram absolutamente conclusivos.
Havia tantas idas e vindas que me sentia frustrada e confusa. Finalmente, em desespero e com seriedade, volvi-me a Deus. Nessa altura, desejava apenas saber o que Ele queria. Não me importava mais o que eu queria. Ansiava me sentir perto de Deus, sentir Seu amor e cuidado, compreender Sua verdade.
No começo, minhas orações eram petições simples e humildes a Deus, para que Ele me mostrasse o que eu precisava compreender. Em seguida, fiquei silenciosamente atenta à resposta.
Ela veio rápida e de forma clara. Foi o que Mary Baker Eddy descreveu em Ciência e Saúde como um pensamento "angelical". Ela escreveu: "Meus anjos são pensamentos sublimes..." e então continuou, "...apontam para cima, para uma confiança nova e glorificada, para ideais mais elevados da vida e de suas alegrias" (p. 299). O anjo que veio à minha consciência para me orientar e me guiar disse: "Uma ideia espiritual não pode ser destruída. Uma ideia espiritual não pode morrer".
O homem é uma ideia espiritual, criada por Deus
Percebi, então, que precisava reconhecer e aceitar o fato de que o homem, e esse é um termo genérico para cada homem, mulher e criança, não é um ser físico, mas sim uma ideia espiritual criada por Deus, que é Espírito infinito. O Espírito só pode criar aquilo que é a imagem de Si mesmo, conforme a Bíblia declara no livro do Gênesis.
Havia aprendido isso em meu estudo e prática diários da Ciência Cristã. Já vivenciara tantas curas, por meio da confiança total na verdade dessa declaração, que estava convencida de sua veracidade.
Minha oração se tornou uma grata afirmação dessa verdade. Comecei a compreender que o que realmente estava acontecendo não era o nascimento de outro filho "material", mas, em vez disso, Deus revelando para mim Seu glorioso homem espiritual, cheio de graça, liberdade e beleza.
Percebi que essa criança nunca estaria fora da onipotência e da onipresença de Deus, pois o Espírito, Deus, era seu verdadeiro Pai e Mãe e ela estaria sempre una a Ele.
Pude sentir a tangível presença de Deus
Foi então que compreendi quão impossível seria para essa ideia ser destruída. Uma vez que ela era a imagem do Espírito, estaria para sempre intocada pela matéria ou pela destruição. Podia sentir a presença e o poder da Vida, não significando vida material, mas a própria presença de Deus, a Vida real do homem e do universo, imorredoura e eterna, exatamente ali comigo.
Senti-me tão feliz, tão livre! Um enorme peso fora tirado dos meus ombros. Senti muito amor por essa ideia de Deus, e uma enorme gratidão a Ele por me revelar e me lembrar com tanto carinho quem é o único Criador do homem, e que o homem está sempre seguro sob Seus cuidados.
Sabia, com certeza, que desejava abraçar uma nova criança e eu não precisava de mais testes para confirmar minha gravidez. Sentime repleta de luz e admirada com o poder de Deus.
Essa maravilhosa sensação de gratidão e humildade permaneceu comigo durante meses. A gestação evoluiu harmoniosamente. O nascimento do bebê foi rápido e indolor, e sem uso de remédios.
Essa criança é agora um garoto feliz, que está no jardim de infância, e nos traz muita alegria. Não posso imaginar nossa vida sem essa bênção. Esforço-me constantemente para ver, tanto a ele quanto a seus irmãos, em sua verdadeira identidade espiritual, isto é, vê-los como Deus os vê.
Naturalmente, isso exige um esforço concentrado, momento a momento. Significa abandonar, de forma constante, a sugestão de que somos seres materiais produzindo outros seres materiais e, em vez disso, ceder ao que Deus está revelando a cada dia sobre Sua criação. É gratificante saber que, quando lutamos para abandonar nossas próprias concepções equivocadas, Deus está sempre presente, sustentando-nos carinhosamente e guiando-nos gentilmente ao reconhecimento do verdadeiro ser espiritual.
 
    
