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Original para a Internet

A alegria de vencer o pecado

Da edição de junho de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 15 de fevereiro de 2021.


Casei-me com meu amado assim que terminei o segundo grau. Minha mãe me aconselhou: “Não permita que coisa alguma se intrometa no seu casamento”. Meus pais tinham um casamento harmonioso, e por isso achei importantes as palavras de minha mãe, e não as esqueci. 

Meu marido e eu sempre recebíamos amigos e parentes para jogar baralho em nossa casa. Meu marido tinha um amigo de infância, que sempre comparecia. Os dois trabalhavam no ramo da construção e gostavam de consertar carros juntos. Eu amava preparar refeições e sobremesas para eles, depois que chegavam do trabalho. 

Mas um dia uma amiga minha da igreja, a qual minha filha pequena e eu visitávamos com frequência, inesperadamente chamou minha atenção para aquela amizade nossa com o rapaz. Eu havia explicado por que minha filha e eu necessitávamos ir embora, pois nosso amigo iria jantar lá em casa. Ela respondeu, enfaticamente: “Sabe, ele não vai lá visitar seu marido, ele vai lá para ver você!” 

Fiquei pasma com essa sugestão, já que nem ele nem meu marido jamais haviam ultrapassado os limites do respeito pelas leis morais. Apesar de ela haver expressado apenas uma opinião pessoal, levo a sério as observações dos amigos, pois sei que são valiosas. Comecei a relembrar as conversas e interações com esse amigo, mas não percebi nada com que me preocupar. 

Continuei a orar e a prestar atenção à orientação divina, e me questionei se eu não tinha um excesso de zelo e de admiração por ele. Arrependida, e sentindo-me desconfortável com a situação, vi-me obrigada, necessariamente, a admitir que sim, havia uma atração escondida. Fiquei surpresa por não havê-la notado antes. Meu amor pelo meu marido era inquestionável. Mas a atração é sutil; esconde-se, disfarça-se como se fosse nosso próprio sentimento, e imperceptivelmente se interpõe, se não estivermos vigilantes. Mas eu sabia que nossa família, que ia aumentando, meu casamento, e aquela amizade estavam resguardados, graças aos amorosos ensinamentos morais que encontramos na Bíblia, os quais realmente nos guiam a vencer o pecado, o que é muito mais do que simplesmente evitá-lo.      

Jesus, no Sermão do Monte, instruiu seus discípulos: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; … E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno” (Mateus, 5:29, 30). Mary Baker Eddy explica, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que os preceitos de Jesus “…exigem que o discípulo corte fora a mão direita e arranque o olho direito — isto é, que ponha de lado até mesmo as crenças e hábitos mais arraigados, que deixe tudo por Cristo” (p. 141).   

Esse simbolismo se refere ao nosso dever, e à capacidade que temos para renunciar a qualquer coisa que falsamente alegue ser parte de nossa consciência, tal como a sensualidade, a luxúria e outras atrações não autênticas.

Os desejos despertados pela atração física podem parecer irresistíveis, e podemos nos enganar, achando que nos levam na direção certa, mas o que eles realmente fazem é nos desviar da mentalidade voltada ao que é espiritual. Os sentimentos que não têm uma base pura e não são despojados de ego não são verdadeiros guias. Apenas a Mente divina, Deus, de fato guia nossos pensamentos, sentimentos e ações, pois é nessa Mente que eles se originam. Se os desejos e sentimentos são imorais, sensuais ou pecaminosos, não podem vir de Deus e, portanto, têm de ser eliminados do pensamento.   

Desse modo, comecei a pôr para fora o pecado, no meu pensamento. E raciocinei nestes termos: “A atração errada é traição, e traição é o mal. Eu não sou adúltera”. Sendo Deus o meu verdadeiro Pai-Mãe divino, então minha verdadeira existência apenas pode sentir, personificar, representar e manter pensamentos que glorificam a Deus, que é a Verdade, o Amor e o Princípio. A sabedoria divina desmascara pensamentos mal-dirigidos, assim como desmascara os sentimentos e emoções que nos são impostos. Na realidade, não existe uma mente oposta a Deus, nem, portanto, uma mente com o poder de impor pensamentos errôneos aos filhos e filhas de Deus. Não há desejos materialistas embutidos que constituam nossa individualidade, nem predeterminadas inclinações à sensualidade. 

Deus não é sensual, consequentemente, o homem e a mulher também não o são. Cada um de nós é feito à imagem e semelhança da Mente divina; desse modo, só podemos expressar as qualidades dessa Mente, tais como, a sabedoria, a inteligência e o discernimento. Empenhei-me em usar esse discernimento e rejeitei os pensamentos sensuais, declarando que eu não estava nem atraída nem iludida por “vontades” sensuais, paixões lisonjeiras, ou sentimentos enganadores.   

Os sentimentos que não têm uma base pura e não são despojados de ego não são verdadeiros guias.

Também ponderei e encontrei inspiração na fortaleza moral de Jesus e no empenho inabalável de Mary Baker Eddy em seguir o exemplo dele. Ambos viveram de modo a exemplificar o que significa viver de acordo com o padrão do Cristo e demonstrar a verdadeira liberdade e bondade. 

Esse sério apelo mental à minha maneira de pensar levou à humildade e deu lugar a que a reforma moral pudesse se estabelecer. Como diz de modo tão belo o Salmo 139: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (versículos 23 e 24). Eliminei também a autojustificação e pensamentos que alegariam: “faz parte da natureza humana”; ou: “não é incomum isso acontecer”; “não se preocupe”; “não há problema, você efetivamente não fez nada”. Uma defesa mental com base na oração eliminou esses sentimentos enganosos. E o mais interessante é que, em uma semana, nosso amigo começou a namorar e ficamos genuinamente felizes por ele, apesar de já não o vermos com tanta frequência.  

Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Devido ao pecado, o qual obscurece o senso espiritual da Verdade, não conseguimos ver a semelhança de Deus; e só percebemos a realidade dessa semelhança quando subjugamos o pecado e damos provas da herança do homem, a liberdade dos filhos de Deus” (p. 315). Na realidade, que é inteiramente espiritual, e não material, cada um de nós é verdadeiramente a expressão de nosso Pai-Mãe Deus, agora mesmo, e apenas essa verdade nos identifica e governa. A compreensão de que não nos podemos separar do Princípio divino conduz ao verdadeiro autogoverno, protegendo nosso pensamento contra tudo o que nos afastaria de Deus.

É saudável superar a sensualidade, espiritualizando o pensamento e fortalecendo a coragem moral. A satisfação simples, inocente e duradoura é alcançada de maneira natural e de modo abundante, ao mesmo tempo em que honestamente obedecemos a Deus, que é a origem de todo o bem. 

A necessidade de fechar a porta ao pecado é óbvia. É tarde demais para superar o pecado? Não. É cedo demais? Nunca. À medida que progredimos em nossa fortaleza moral, eliminemos o pecado e o removamos de nosso pensamento. Assim fazendo, recebemos bênçãos além do âmbito de nossa própria vida, ao mesmo tempo em que cada pecado superado beneficia a humanidade inteira, tanto moral quanto fisicamente. 

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