Alguns dias antes do Natal de 2019, sofri uma repentina perda de mobilidade. Eu sentia dor a qualquer tentativa de sentar-me ou mover as pernas para sair da cama, mesmo com a amorosa e delicada ajuda de meu marido. Nossos filhos haviam nos convidado, como presente de Natal, a ir no dia seguinte a um restaurante especial em Nova York, e depois a um concerto típico da temporada, para o qual já tinham comprado entradas de camarote. A reserva havia sido feita, e os ingressos comprados, com muitos meses de antecedência.
Liguei para uma Praticista da Ciência Cristã para pedir tratamento por meio da oração. Depois de lhe falar sobre a incapacidade de me mover e meu medo de ter de cancelar esses planos maravilhosos com a família, ela disse: “Deus tem mais importância para você do que sua própria crença”. Ela estava se referindo a uma afirmação do livro-texto da Ciência Crista, de autoria de Mary Baker Eddy: “Para o homem, Deus tem mais importância do que a crença desse homem, e quanto menos admitimos a matéria e suas leis, tanto mais imortalidade possuímos” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 425).
Essa afirmação chamou minha atenção e me levou a um exame de consciência. A partir daí procurei orar mais e pensar menos na incapacidade e na dor. Na manhã seguinte, porém, relatei à praticista que não houvera melhora e que eu teria de cancelar esses planos de ir a eventos típicos da temporada de Natal. Ela pediu-me que ponderasse sobre o seguinte: “Jesus agia ousadamente, em oposição à geralmente aceita evidência dos sentidos…” (Ciência e Saúde, p. 18).
Foi então que percebi que a escolha correta era agir “em oposição à geralmente aceita evidência dos sentidos”, e me senti segura em seguir em frente e encontrar-me com nossos filhos para a nossa saída juntos. Com oração, lágrimas, muito esforço e o apoio maravilhoso de meu marido, cheguei bem cedo ao restaurante. Quando nos indicaram que nossa mesa estava pronta, nossos filhos viram que me sentei com naturalidade. Quando chegou a hora de sair dali, simplesmente expliquei que eu estava me movimentando um pouco mais devagar do que o normal, mas que já tinha feito grande progresso. Utilizamos um táxi, e assim pude ir a todos os lugares aonde precisávamos ir, pelo resto da noite, sem dor.
Outra passagem de Ciência e Saúde também foi importante durante esses momentos, e eu a lembrei com frequência. Começa assim: “A cura física pela Ciência Cristã resulta hoje, como no tempo de Jesus, da operação do Princípio divino, ante a qual o pecado e a doença deixam de ter realidade na consciência humana e desaparecem…” Mas o que realmente me tocou foi a menção, no final do parágrafo, sobre ser “oprimido”. A Sra. Eddy diz que essas palavras de cura são “o sinal de Emanuel, ou seja, ‘Deus conosco’ ”, vindo
“Para proclamar libertação aos cativos [dos sentidos]
E restauração da vista aos cegos,
Para pôr em liberdade os oprimidos” (p. xi).
Percebi a necessidade de perdoar algo errado feito por uma pessoa que eu conhecia, no início da semana. Naquela situação, minha primeira reação havia sido intencionalmente “deixar para lá” e “virar a página”. Mas a esta altura eu estava orando para que esse indivíduo fosse libertado de qualquer sofrimento. Perdoá-lo foi um importante passo à frente. No terceiro dia após essa elevação espiritual, consegui sair da cama com facilidade e sem dor, subir e descer escadas normalmente e andar sem me arrastar.
Essa experiência não apenas me livrou de me sentir magoada pela indiscrição de uma pessoa, mas me abençoou com uma humilde consagração para viver cada momento sob a direção do Cristo, a Verdade.
Linda Ross
Norwalk, Connecticut, EUA
