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Original para a Internet

O senso de humor e a cura

Da edição de junho de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 11 de fevereiro de 2021.


Eu: “Cantar? Você disse cantar? Como você pode dizer isso em um momento destes? Como consegue ser tão indiferente aos meus sentimentos?” 

Mamãe: “Ah, querida, você sabe que o diabo odeia a música. Cante um hino comigo! Que tal seu hino favorito? Vamos lá!”

Eu (para mim mesma): “Então ela quer que eu cante, certo? Vou lhe dar uma canção. Vamos ver o que ela acha desta antiga canção de bêbados em um bar…” — e comecei a cantar. 

Mas eu deveria ter me lembrado de que minha mãe tinha um senso de humor incrível. Ela desatou a rir. Aliás, ela precisou parar o carro, até conseguir enxergar de novo entre as lágrimas, de tanto que ria! Sua risada foi tão contagiante, que acabou me fazendo rir também. E continuamos a rir, até que um senso de paz, repleto de felicidade, tomou conta de nós duas. 

Aí, a mamãe me veio com o clássico: “Eu não lhe disse?”, o que nos levou a outro ataque de riso. “OK, OK”, disse eu, “já entendi!” Então, cantamos um hino do Hinário da Ciência Cristã, o qual começa assim: “Quem no Amor habita” (Anna L. Waring, 148, trad. © CSBD). Com isso, eu aprendi (estava no último ano do ensino médio) muito mais do que poderia imaginar.  

Essa experiência foi como uma oração. Ela mudou tão completamente meus pensamentos e perspectivas sobre minha situação, que consegui sentir a presença da harmonia. Naquele dia, saí daquele senso muito forte de desespero, e meu pensamento foi elevado a ponto de conseguir ver com clareza o caminho para vencer aquela depressão recorrente. O senso de humor havia quebrado o fascínio da tristeza, e cantar o hino elevou meu pensamento a um estado de oração, no qual fiquei receptiva à presença do Amor divino. Reconheci a onipresença da harmonia espiritual, exatamente ali onde o desespero ameaçava dominar. 

Sim, era verdade o que minha mãe continuava a dizer sobre a alegria inabalável que Deus está sempre proporcionando. É de Deus que vem a alegria e, a partir daí, eu soube que poderia dar meu consentimento — e expressá-la.

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, diz isso desta forma: “Esta é a doutrina da Ciência Cristã: que o Amor divino não pode ser privado de sua manifestação, ou objeto; que a alegria não pode ser convertida em tristeza, porque a tristeza não tem domínio sobre a alegria; que o bem jamais pode produzir o mal; que a matéria jamais pode produzir a mente, nem a vida resultar na morte. O homem perfeito — governado por Deus, seu Princípio perfeito — é isento de pecado e é eterno” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 304).

Gosto muito dessa ideia de que a tristeza não tem domínio sobre a alegria! Fiquei me perguntando quão reais podiam ter sido aqueles pensamentos sombrios, visto que sumiram no ar daquele jeito. Fiquei impressionada pela maneira como eles desapareceram e como encontrei em seu lugar uma profunda sensação de paz — que, fiquei sabendo, está sempre presente. Dali em diante, eu não me deixava enganar tão facilmente pelo derrotismo. Não digo que não tive mais nenhum ataque de negatividade, desde aquela época. No entanto, lembrar-me de como tinha sido fácil quebrar o encantamento daqueles pensamentos sombrios me impediu de escorregar e cair na apatia, na indiferença, melancolia, cinismo, desespero, desânimo e pessimismo. Tanto naquela época, como hoje, não cedi mais a pensamentos deprimentes como vinha fazendo.

Meu pensamento foi elevado a ponto de conseguir ver com clareza o caminho para vencer aquela depressão recorrente.

A alegria, e o senso de humor que a acompanha, podem desempenhar um papel vital na cura, não importa quão acentuada pareça a escuridão. Um improviso senso de leveza pode romper a escuridão mental e iluminar a atmosfera do pensamento, de modo que possamos ver e sentir o bem já presente.

Quando bem pequena, minha filha queimou a mão. Imediatamente elevei o pensamento em oração, enquanto ela saiu correndo e chorando. Corri atrás dela para confortá-la e me certificar de que estava bem e, ao mesmo tempo, me esforçava para vê-la espiritualmente, portanto imune a feridas e sofrimentos de qualquer tipo. 

No entanto, fiquei preocupada e senti dificuldade de orar. Tentei voltar todos os meus pensamentos a Deus e deixar que a harmonia dEle, e não a minha, reinasse em nós. Fui até ela, em seu quarto, para tranquilizá-la de que Deus era uma ajuda muito presente e não permitiria que ela sofresse. A menina se virou e me lançou um olhar sério de reprovação, dizendo enfaticamente: “Eu sei disso!” Ela não estava rejeitando o que eu havia dito, mas estava simplesmente sendo firme comigo. 

Ela já havia vivenciado outras curas e havia sentido a força do amor de Deus, mesmo com tão pouca idade. Recentemente, havia sido curada de verrugas dolorosas na sola dos pés e, em pouco tempo, fora curada de febre por confiar no amor de Deus por ela. Nesses casos, ela havia começado a entender mais claramente as Bem-aventuranças que Jesus nos ensinou e que ela havia estudado na Escola Dominical. Nesse dia especificamente, senti que ela estava exigindo que eu também mostrasse minha confiança em Deus. Ela sabia o que estava dizendo, e eu pude ver que, como ideia espiritual de Deus, ela naturalmente conhecia o Amor divino — ela mesma era a expressão desse Amor!

Ao me dar aquela resposta firme, seu rosto parecia sério demais para uma criança de três anos! Não consegui me segurar e comecei a rir da intensidade de sua expressão facial. Ela logo se aninhou pertinho de mim, deu risada também e, em pouco tempo, me lançou um olhar tranquilo e adormeceu. Tive a certeza de que ela não sentia mais dor.

Fiquei maravilhada por ver como aquele momento engraçado mudou rapidamente minha perspectiva e colocou um ponto final no que parecia ser uma preocupação mesmerizante. Isso me permitiu sentir profundamente o conforto da mensagem de Cristo: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Também me possibilitou considerar e afirmar, em espírito de oração, que o amor de Deus nos cerca plenamente, que Ele nos fez perfeitos à Sua própria imagem e que somos perfeitamente espirituais aos Seus olhos. Continuei a orar, com ela em meus braços, até me sentir completamente em paz. Na manhã seguinte, ela desceu para o café da manhã com as mãos limpas — ela não sentia dor, e as bolhas que estavam em uma das mãos na noite anterior haviam sumido, sem deixar nenhum ponto dolorido.

A alegria é um atributo de Deus e faz parte natural e permanente de Sua criação. Não é fabricada por nós em alguma parte do corpo ou em nossos genes. Ela sempre esteve presente para que todos pudessem dela desfrutar — e está presente aqui e agora. Precisamos apenas permitir que ela se expresse em nós. Dessa forma, ela pode desempenhar um papel vital na cura, mesmo em tempos difíceis. A alegria traz consigo qualidades que confortam e guiam, como paciência, mansidão, compaixão e boa vontade. Pode ajudar a infundir um senso profundo e seguro de que pertencemos a Deus e não temos nada a temer, mas sim, temos todos os motivos para viver e nos regozijar. É algo que vem da compreensão, que temos por reflexo, a respeito da Vida divina e sua abundância.

Gostei muito de como a alegria, que o senso de humor representou, foi uma parte notável daquela oração transformadora em minha experiência, quando jovem. Minha mãe poderia facilmente ter cedido à frustração e decepção com minha atitude. Afinal, ela se esforçara tanto para me mostrar um caminho melhor! Mas, felizmente, seu gosto pelo humor era uma qualidade divina que ela cultivava e que expressava por reflexo, não era meramente um traço de personalidade. Ela o nutria e regava fielmente todos os dias. O senso de humor nascia do amor a Deus e sempre foi uma fonte de alegria e perspectivas sanadoras em nosso lar, e continua a desempenhar um papel vital em minha vida.

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