No Livro de João, na Bíblia, lemos sobre um nobre que abordou Cristo Jesus, pedindo-lhe que fosse à sua casa e curasse seu filho, que estava à morte (ver João 4:46). É provável que esse nobre, um oficial do rei, já tivesse percorrido muitos quilômetros, possivelmente desde Cafarnaum, para encontrar Jesus. Dos dois, o nobre tinha o status mais elevado, mas se submeteu a Jesus, mostrando humildade e fé.
Jesus disse ao homem que continuasse na jornada, e que não iria com ele, mas que seu filho viveria. O homem acreditou. Que exemplo de fé! E a caminho de casa, seus servos vieram ao seu encontro para dizer que, de fato, o menino estava bem.
Muitas pessoas, ao longo de toda a narrativa da Bíblia, comprovaram que a fé em Deus nunca é em vão. A fé que Jesus buscava é maravilhosamente descrita no livro de Hebreus: “…fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem… Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (11:1, 3).
O autor estava descrevendo que tinha fé somente na Palavra de Deus, apesar do que os sentidos materiais apresentavam. Jesus constantemente incentivava os discípulos a ter mais fé em Deus, o que significa ver espiritualmente, e a não se deixar levar pelo que viam por meio dos sentidos materiais. Certa vez, Jesus e seus discípulos estavam em um barco no mar da Galileia, quando uma forte tempestade se formou e encheu o barco de água (ver Marcos 4:36–41). Em completo desespero e pavor, os discípulos acordaram Jesus, que estava dormindo na parte de trás da embarcação, e perguntaram-lhe: “…Mestre, não te importa que pereçamos?” Jesus imediatamente respondeu ao pedido de ajuda. A Bíblia diz: “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”. Jesus, então, repreendeu os discípulos, fazendo-lhes uma importante pergunta: “…Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?”
Jesus parecia lhes estar perguntando: “Vocês esqueceram o que ensinei?” Teria sido mais produtivo se, em vez de imaginar todas as coisas ruins que poderiam acontecer a eles durante aquela tempestade, eles tivessem se voltado para a eterna presença e a onipotência de Deus, como Jesus lhes havia ensinado e comprovado. Não olhar para as aparências materiais, mas sim voltar-se para os fatos espirituais, acalma todos os nossos temores.
Jesus era um com seu Pai celeste. Ele queria conhecer apenas o que Deus conhecia. Queria ver apenas o que Deus via. E queria ouvir apenas o que Deus estava comunicando. Nós também podemos vivenciar a cura ou a salvação, quando esse é o nosso desejo.
A tentação que enfrentamos é colocar mais fé na matéria do que no Espírito, ou não ter plena confiança no Espírito. Mas não podemos esperar um bom efeito sem uma boa causa. Quando enfrentamos problemas, e nos voltamos para Deus, o Espírito, reconhecendo Sua onipotência e onipresença, nosso pensamento se ilumina e conseguimos dar testemunho da graça e da verdade de Deus em nossa vida, onde quer que estejamos. A graça e a verdade sempre estiveram presentes. E persistir nesse raciocínio espiritual leva ao ajuste adequado de qualquer circunstância que estejamos enfrentando.
Ao realizar seu trabalho de cura, Jesus nunca parecia raciocinar a partir da premissa de que os problemas físicos fossem reais ou estivessem enraizados. Ele abordava cada desafio com fé em Deus e o senso espiritual do que é verdadeiro. A fé profunda e a compreensão espiritual trouxeram de volta à vida o garoto que estava à beira da morte, assim como fizeram cessar a tempestade. Em vez de transformar situações ruins em situações boas, Jesus deu provas de que só o bem é real, fazendo com que fosse visto por todos. A luz cintilante da Verdade brilhou mais além da mentira da imperfeição material para a realidade presente da perfeição espiritual.
Jesus constantemente incentivava os discípulos a ter mais fé em Deus.
A vida de Jesus era uma demonstração de fé atrás da outra, com base em sua clara compreensão de Deus, e ele pediu a mesma demonstração a seus seguidores. Não estamos nós, hoje, também incluídos? “A fidelidade a seus preceitos e à sua prática é o único passaporte para chegar ao seu poder”, escreveu Mary Baker Eddy, A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, em um artigo em sua obra Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 270).
Há vários anos, tive um problema na perna. Estava inchada, com urticária e infeccionada. Percebi que a situação também envolvia uma sugestão de hereditariedade. Lembrando da importância da obediência e da fé, decidi que seguir as exigências de Jesus era o caminho a tomar.
Comecei a raciocinar que nenhuma evidência física tinha peso, importância ou realidade no reino de Deus, do Espírito, o único reino que existe, o reino em que todos vivemos, eternamente. Nossa Líder, Mary Baker Eddy, define o Reino dos Céus em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como: “O reino da harmonia na Ciência divina; o âmbito da Mente onipotente, infalível e eterna; a atmosfera do Espírito, onde a Alma é suprema” (p. 590).
A partir dessa definição, comecei a raciocinar desta maneira: Se a Mente me conhece e é o único bem, como posso manifestar algo que não seja o bem, a saúde e a pureza? Vivemos na atmosfera do Espírito divino, onde não existe matéria, não existem condições materiais, causa material, nem efeito material. A Alma, Deus, é a verdadeira substância, o bem, e reina suprema em nossa vida.
Um dos pontos mais cruciais nessa cura foi declarar o que era verdadeiro, mesmo quando eu não conseguia ver isso — principalmente quando eu não conseguia vê-lo. Não aceitei a matéria como parte da equação, porque a Ciência Cristã explica de maneira lógica como a matéria (nesse caso, na forma de doença) parece existir, mas não existe.
Não podemos declarar a verdade, reivindicá-la, e então, ao enfrentar uma situação em que a matéria ou a doença pareçam ser reais e intimidantes, jogar essa verdade pela janela, por assim dizer, e acreditar que, para nós, naquele momento, a matéria seja real. A matéria não tem substância real para ninguém, em momento algum.
Depois de algumas semanas, eu inadvertidamente olhei para a minha perna. Não havia melhorado, havia piorado. Veio-me ao pensamento esta acusação e previsão: “Você não está levando isso a sério. Você pode morrer”. Como eu reconhecia a grande diferença entre as gloriosas verdades de Deus e Seu Cristo e essas mentiras oriundas de uma falsa alegação de haver vida na matéria, consegui responder com rapidez e confiança: “Sim, estou levando a sério. Levei o assunto à autoridade mais elevada que existe: Deus, Todo-poderoso! Agora, ‘Arreda, Satanás!’ ”
Deixando o corpo material completamente fora do pensamento, como aprendemos a fazer na Ciência Cristã, continuei alegremente com minha verdadeira vida como filha de Deus, indo trabalhar e me regozijando. Pouco tempo depois, em um domingo, eu estava me vestindo, e percebi que todos os indícios da doença haviam desaparecido. Mas eu já sabia de antemão que estava bem. Eu não precisava de nenhuma confirmação física para me dizer quem sou, como filha de Deus. Somente Deus e Seu Cristo podem nos dizer a verdade e nos libertar.
Ao seguir fielmente nosso Mestre Jesus, “…o Autor e Consumador da fé…” (Hebreus 12:2), encontraremos uma compreensão ainda mais clara da realidade espiritual e nos sentiremos cada vez mais seguros em saber que todo o poder é de Deus. Deus envolve toda a criação e, visto que Deus é todo-poderoso e todo o bem, nenhum mal pode chegar a nós.
