Quando meu marido recebeu uma oferta de trabalho em outra cidade, consegui ver vantagens para toda a família, mas fiquei relutante em deixar a igreja da qual eu era membro havia já 15 anos e onde me sentia útil e necessária. Ir para outra cidade e unir-me a outra igreja parecia ter de começar tudo de novo.
Orei a respeito, apoiando o fato de que essa mudança parecia algo bom, e estudando referências da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy para encontrar um maior senso de paz sobre o assunto. Então veio a doce resposta: “Você levará o seu conceito de Igreja com você”. Quanto mais eu pensava nisso, mais valioso e reconfortante se tornava.
Eu sabia que a Igreja era, acima de tudo, uma ideia divina e, portanto, eu não podia perder nada de bom ao seguir em frente. O que eu havia aprendido e demonstrado sobre Igreja durante esses anos me acompanharia onde quer que eu fosse e em qualquer igreja filial onde eu me tornasse membro. E foi exatamente o que aconteceu. Em vez de começar tudo de novo, encontrei a alegria do Amor divino, inspiração espiritual e até mesmo vi que à minha espera havia um senso mais elevado de realização.
Essa mensagem mostra como é vital nosso conceito de Igreja. Que pensamentos estamos levando conosco para a Igreja, sobre a Igreja, à medida que esta avança nos dias de hoje? Por exemplo, será que é espiritual nosso conceito de Igreja, ou a consideramos apenas uma estrutura física onde se realizam atividades humanas? Vemos ali possibilidades infinitas? ou barreiras com limites?
A Igreja é um conceito espiritual, uma ideia divina. Mary Baker Eddy, a Fundadora de nossa Igreja, identifica esse conceito espiritual no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras como “a estrutura da Verdade e do Amor” (p. 583). Uma ideia divina nunca é estática, mas sempre vibrante e ativa, cumprindo o propósito para o qual o Amor a criou. Esse conceito divino está sempre conosco, é parte de quem nós somos como filhos de Deus, do Amor.
A Igreja, tanto quanto a Ciência Cristã, foi uma revelação para a Sra. Eddy. A descoberta que ela fez está no âmago de sua Igreja, de nossa Igreja — tanto a ideia como sua expressão humana. Foi o resultado da oração desapegada de ego, e o resultado daquilo que o Espírito lhe estava revelando.
Como está escrito: “…nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2:9, 10).
Somente quando reconhecemos a Igreja como uma ideia divina é que a instituição humana começa a expressar o propósito e o poder do Espírito. A Sra. Eddy, definindo mais claramente a importância da Igreja para a experiência humana, explica que “…é aquela instituição que dá provas de sua utilidade e eleva o gênero humano, despertando a compreensão que está adormecida nas crenças materiais, levando-a ao reconhecimento das ideias espirituais e à demonstração da Ciência divina, expulsando dessa forma os demônios, ou seja, o erro, e curando os doentes” (Ciência e Saúde, p. 583).
Ao assistir aos cultos da Ciência Cristã, algumas pessoas talvez digam que são muito básicos. Não há sermão dado por uma pessoa, não há rituais nem símbolos. O foco de cada culto está em Deus, o Espírito, Sua criação espiritual, e a verdade do existir divino. Mas é justamente devido a essa simplicidade, essa estrutura da Verdade e do Amor, que existe um espírito de paz que abre o caminho para a cura, uma porta aberta para a Verdade. “Nossa oração em pedra” foi uma das maneiras com que nossa Líder se referiu ao Edifício Original dA Igreja Mãe (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 320). As únicas distrações são aquelas que inadvertidamente levamos à Igreja.
Jesus disse aos seus seguidores: “…quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6).
Falando do quarto como “o santuário do Espírito”, a Sra. Eddy escreve que sua porta “se fecha ao senso pecaminoso, mas deixa entrar a Verdade, a Vida e o Amor. Fechada ao erro, está aberta à Verdade e vice-versa … Para entrar no coração da prece, é preciso que a porta dos sentidos errôneos esteja fechada. Os lábios têm de estar mudos e o materialismo calado, para que o homem possa ter audiência com o Espírito, o Princípio divino, o Amor, que destrói todo o erro” (Ciência e Saúde, p. 15).
Durante esse ano que passou, quando houve mais cultos on-line, ou mistos, do que apenas presenciais, houve momentos em que talvez tenhamos sentido que, verdadeiramente, estávamos naquele santuário do Espírito, reaprendendo o valor do que sabemos ser fundamental para a igreja, o elemento espiritual. Como muitos de nós, talvez você tenha percebido uma vez mais como isso é realmente sanador.
O tema da Assembleia Anual deste ano, “Graça para seguir em frente”, nos fará lembrar que não estamos indo para trás ao voltar à igreja, mas estamos seguindo em frente na igreja; e não podemos perder nada por avançar. Com a graça para seguir em frente, obtemos, em maior grau, o Espírito que cura, e abandonamos as distrações desnecessárias. O mesmo Espírito que revelou a Igreja à sua Fundadora está inspirando, fortalecendo e continuamente renovando nosso conceito e experiência de Igreja, a cada dia.
Que precioso presente é a Igreja!
Barbara Fife
Membro da Diretoria da Ciência Cristã
