Graças à Ciência Cristã, há cerca de vinte anos minha saúde foi completamente restaurada. Embora a cura física não tenha sido rápida, eu não trocaria por nada o crescimento e a regeneração espirituais que vivenciei, e a harmonia em meu casamento, a qual decorreu dessa experiência.
No início, embora eu estivesse notando mudanças sutis na minha saúde física, não fui alerta o suficiente para enfrentar as sugestões agressivas vindas dos anúncios na televisão e manifestadas por amigos, a respeito de problemas de saúde frequentemente associados a mulheres da minha idade e constituição física. Uns dois anos se passaram, durante os quais eu tive o que parecia ser uma lenta deterioração física. Para aliviar o problema, decidi comprar um aparelho para exercícios físicos e tomar aulas de ginástica, pensando que poderia fortalecer os músculos em volta das articulações. No entanto, no espaço de duas semanas, fiquei completamente incapacitada e tive de desistir do meu trabalho e das atividades voluntárias que desempenhava. Com as pernas imobilizadas, fiquei confinada à cama e a uma cadeira de rodas.
Embora estivesse orando ocasionalmente por esse problema, havia vários meses, até aquele momento, eu não tinha reconhecido a necessidade de ligar para um praticista da Ciência Cristã, pedindo tratamento metafísico. Foi então que também me dei conta do que estava errado: eu estivera trabalhando com o pensamento dividido, usando exercícios físicos para a cura, e isso me impedira de depositar toda a minha fé no método de cura totalmente espiritual, no qual havia confiado com êxito durante toda a minha vida, ou seja, a Ciência Cristã. Desejo esclarecer que o exercício físico, como alegre expressão da nossa liberdade, dada por Deus, é muito bom mas, no meu caso, eu o estava usando para consertar a matéria.
Ao despertar para o fato de que eu necessitava de ajuda, liguei para um praticista da Ciência Cristã, pedindo tratamento por meio da oração. Eu sabia que a cura resulta da compreensão de que o homem criado por Deus (cada um de nós) é em realidade espiritual, tendo a substância indestrutível do Espírito divino; o homem não é um mortal com um corpo que pode adoecer ou morrer.
Vendo minha súbita incapacidade de movimentos, meu marido ficou profundamente preocupado e tomou as medidas que ele considerava necessárias para a minha saúde. Sendo ele próprio habituado a cuidados médicos, em várias ocasiões marcou consultas para mim e me levou a médicos e terapeutas que ele pensava poderem me ajudar. Os exames de sangue logo indicaram a possibilidade de uma doença crônica que se acreditava ser controlável apenas por meio de medicação.
Curiosamente, nada por fim se concluiu em nenhuma das consultas; acho que ficou claro para todos que, no meu íntimo, eu não estava interessada em seguir a fisioterapia ou o tratamento médico. Durante uma consulta com uma terapeuta, fiquei muito grata por sua resposta compreensiva, quando lhe disse que eu era Cientista Cristã, e expressei o meu desejo de continuar a tratar do meu caso somente por meios espirituais.
Entretanto, a minha escolha de confiar em Deus para a cura causou grande tensão na família e em meu casamento, pois essa opção de tratamento já havia sido fonte de outras tensões, durante muitos anos. Tentei o mais possível evitar discussões sobre minha saúde, como também limitar o contato com as pessoas que, eu sabia, poderiam não concordar com as minhas escolhas no tocante à saúde. Só mais tarde compreendi a importância de defender diariamente o meu pensamento contra a sugestão de que o homem seja mortal e vulnerável à doença e à deterioração, e como é importante compreender a razão pela qual, em realidade, essa crença não é verdadeira e não tem poder sobre mim nem sobre qualquer outra pessoa. Mary Baker Eddy escreve em um dos artigos do Manual da Igreja: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente de sugestões mentais agressivas, e estar vigilante para não esquecer nem negligenciar seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade” (p. 42).
Quando o amigo mais próximo da nossa família veio nos visitar e expressou sua preocupação por mim, minha saúde piorou ainda mais. Naquela noite, quando ficou evidente que eu não conseguia mais cuidar de forma adequada das minhas necessidades físicas, chamei uma enfermeira da Ciência Cristã. Ficou claro para mim, ao discutirmos a minha situação, que eu deveria ir para uma instituição de enfermagem da Ciência Cristã. Isso provou ser uma grande bênção para mim, pois eu não havia me dado conta de quão grande era a necessidade de me separar da tensão que havia em casa.
Com relutância, meu marido concordou em que eu ficasse na instituição de enfermagem da Ciência Cristã, mas apenas por duas semanas. No entanto, essas foram duas semanas gloriosas e se constituíram em um período decisivo.
Embora inicialmente eu desejasse me esconder da vista dos outros pacientes, um dia concordei em ser levada para fora, a fim de desfrutar do belo dia ensolarado. Outra paciente já estava lá fora, e durante nossa agradável conversa senti um grande amor jorrando de dentro de mim e envolvendo a nós duas. Eu sabia que esse amor provém de Deus, e prometi fazer com que esse amor, e a alegria que ele traz, permeassem de tal forma o meu pensamento que essa seria a única coisa que os outros poderiam ver em mim.
Durante a estada na instituição, o meu pensamento foi iluminado pelo estudo diário das Lições Bíblicas semanais que constam do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, e de todos os escritos de Mary Baker Eddy. Os vislumbres espirituais que tive foram de um valor inestimável e me proporcionaram uma maior compreensão a respeito da natureza de Deus e do meu terno e inseparável relacionamento com Ele.
No final das duas semanas, embora ainda não estivesse andando, eu já conseguia cuidar de mim mesma adequadamente, e voltei para casa com uma nova e indelével compreensão da minha identidade espiritual.
O praticista da Ciência Cristã continuou o tratamento durante os meses seguintes, e o meu crescimento espiritual foi constante. Nada podia me tirar a alegria de descobrir a paz e o domínio dados por Deus. Uma atmosfera de paz e de amor encheu a nossa casa. O meu marido comentava sobre isso frequentemente, ao voltar do trabalho.
Houve momentos em que a paz parecia ser quebrada pela insistência de outras pessoas para que eu recebesse tratamento médico, mas eu conseguia responder com mais ternura, domínio e a certeza de que Deus governava a minha vida. Embora, durante algum tempo, parecesse haver pouca melhora física, isso não me desencorajou nem me desviou do caminho em que eu estava.
Uma noite, estando deitada, ouvi as seguintes palavras do livro-texto da Ciência Cristã, tão alto e claro como se alguém estivesse falando comigo: “Cientistas Cristãos, sede uma lei para vós mesmos, a lei de que a prática mental errônea não pode vos causar dano, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 442). Decidi com firmeza que eu não voltaria a dormir até absorver todo o significado dessa afirmação, sabendo que ela era a chave para a minha cura. Orei toda a noite até compreender que os temores e as opiniões humanas, expressados por outras pessoas, se constituíam em prática mental errônea, não tinham realidade nem poder e, portanto, não podiam me prejudicar. Depois disso, adormeci e acordei de manhã dizendo: “Já não estou hipnotizada!” Naquele momento, isso me pareceu estranho, mas compreendi que eu estava realmente livre da prisão aparentemente hipnótica do pensamento mortal.
Em seguida, veio-me o pensamento: “As preocupações do meu marido serão ouvidas e tratadas”. Realmente, essa foi uma mensagem da Mente divina. Eu sabia que a nossa atmosfera mental não deveria ser ignorada, e que é o Amor divino que trata, e dissolve, todo o medo. O Amor divino preenche todo o espaço, e o meu marido não podia sentir nada a não ser esse Amor.
Logo depois, pude nomear um amigo muito próximo e Cientista Cristão praticante como meu procurador com relação aos cuidados da saúde, algo que meu marido aceitou de bom grado. Para mim, esse foi um sinal maravilhoso de progresso, pois durante anos havíamos discordado a respeito de quem deveria ser o meu procurador.
Meses mais tarde, aconteceu outro momento decisivo. Nós havíamos viajado de carro para as Montanhas Adirondack, levando nossa canoa, tal como fazíamos anualmente nos últimos dez anos. Na primeira manhã, na pequena cabana onde estávamos hospedados, eu estava usando um andador, visto que não precisava mais da cadeira de rodas. Enquanto estava garantindo ao meu marido que eu conseguiria entrar na canoa, ele tirou da mala um frasco de cápsulas, explicando que elas eram completamente naturais e que eu devia ajudar a mim mesma, tomando algumas delas. Bem, pensando que elas não podiam ajudar nem fazer mal, abri o frasco e coloquei na boca primeiro uma, depois uma segunda, depois uma terceira cápsula. Ele ficou surpreso, mas a minha surpresa foi ainda maior! A dor crônica, que parecia uma constante na minha vida, havia meses, diminuiu imediatamente! De repente, pude mover-me com mais facilidade.
Em seguida, li as indicações da bula: “Tome uma cápsula pela manhã, uma ao meio-dia e outra à noite, e dentro de quatro a seis semanas você deverá começar a ter mais movimento nas articulações”. Quatro a seis semanas? Essas cápsulas mal tinham atingido o estômago, e eu já estava sentindo resultados espantosos! Ponderei isso durante todo o dia e me lembrei do que a Sra. Eddy escreveu à página 155 de Ciência e Saúde: “Mesmo que elimines a confiança que o indivíduo tem na droga, ainda assim a fé generalizada não estará desvinculada da droga. O químico, o botânico, o farmacêutico, o médico e a enfermeira revestem, com sua fé, o medicamento e, dessa forma, as crenças que estão em maioria governam”.
Isso me alertou uma vez mais para a importância de defender diariamente o pensamento contra a crença generalizada de que exista um poder diferente de Deus que possa nos governar. As cápsulas pareciam trazer alívio temporário e, no entanto, eu sabia que elas não tinham capacidade de proporcionar uma saúde duradoura. Por isso, não tomei mais nenhuma daquelas pílulas, nem quaisquer outras. Em vez disso, comecei a rebelar-me mentalmente contra a sugestão mesmérica de que exista um outro poder, qualquer que seja a sua forma; depois disso, a melhora ocorreu mais rapidamente.
À medida que o meu progresso se tornava visível, diminuíam as tentativas por parte de outras pessoas de exercer controle sobre minha decisão. Eu estava literal e figurativamente caminhando em liberdade a caminho da cura. A cura completa da dor e da imobilidade pode ter demorado mais de um ano mas, cada passo, cada lição, foi um degrau necessário na compreensão de que Deus governa o corpo, e que Ele o governa harmoniosamente.
Vinte anos depois, ao escrever sobre a minha experiência, estou mais forte e mais ágil do que era durante os anos anteriores à doença. Viajo livremente. Quando me dizem que ando depressa demais, como faço muitas vezes, o meu coração se enche de gratidão e alegria. Agora gosto muito de fazer exercícios físicos, e vejo isso como uma forma, não de manter a saúde, mas de celebrar a saúde, expressando a força, a flexibilidade, e a liberdade de movimentos, dadas por Deus.
Não só minha saúde foi restaurada, mas também passei a ter uma liberdade de pensamento e uma paz que não havia sentido por muitos anos, e que continuam até hoje.
Cada vez mais compreendo a importância da advertência de Mary Baker Eddy aos membros de sua Igreja para que sejam sempre alertas, que fiquem atentos, para “defender-se diariamente de sugestões mentais agressivas, e estar vigilante para não esquecer nem negligenciar seu dever para com Deus, para com sua Líder, e para com a humanidade”.
Nome omitido
