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Original para a Internet

Deus, o Tudo-em-tudo, e a cura

Da edição de junho de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 11 de janeiro de 2021.


Aquelas pequenas mudanças sutis no pensamento são as que fazem desabrochar um conceito completo. Uma simples palavra modificada pode nos fazer sair de uma rotina familiar e, de repente, percebemos que havíamos nos agarrado a um conceito um tanto limitado. Bem, isso aconteceu comigo há pouco tempo.

Durante anos eu ouvira e aceitara esta frase simples: “Deus realiza a cura”. Eu gostava dessa frase, porque me fazia lembrar que, embora minha profissão seja a de Praticista da Ciência Cristã, não sou eu, pessoalmente, que curo as pessoas. O fato de que Deus é Tudo-em-tudo, e de que o homem é a imagem e semelhança perfeita de Deus, essa é a verdade que corrige a impressão errônea de que Deus não seja tudo e de que alguém seja um mortal que caiu da graça e esteja sujeito ao pecado, à doença e à morte. Eu realmente ainda continuo a ser grata por essa verdade.

Mas outro dia eu estava orando, quando a simples frase: ”Deus é a cura”, veio-me ao pensamento. Uma mudança tão pequena de palavras, mas, mesmo assim, a implicação foi enorme. Compreendi que cada vez que eu havia reconhecido que “Deus realiza a cura“, eu havia admitido involuntariamente um senso de que Deus transmitia a certas pessoas algumas verdades inspiradoras a respeito de uma situação difícil ― talvez a mim ou à pessoa com quem eu estivesse orando ― para que essa inspiração corrigisse o problema. E eu havia admitido que, se aplicássemos corretamente à situação a verdade de que Deus é Tudo-em-tudo, o problema desapareceria. Mas há uma falha nesse raciocínio. De certa forma, eu estava reforçando uma multiplicidade de fatores e variáveis, que envolviam a mim, a Deus, a outra pessoa e o problema, e tentando, ao mesmo tempo, saber que Deus seria a conclusão final.

Mas Deus não é apenas a conclusão final, mas o Tudo-em-tudo, o Alfa e o Ômega, o único quem, o quê, o onde, o quando, o porquê, pois Ele é a Mente divina e sua própria infinita autoabrangência. Mary Baker Eddy resume tudo isso sucintamente no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, quando declara: “Deus é ao mesmo tempo o centro e a circunferência do existir” (pp. 203–204).

Onde, então, se encaixa o homem nesse Tudo-em-tudo? Gosto da maneira como Deus falou a Moisés, quando este lhe perguntou o que dizer ao povo. Moisés estava por conduzir esse povo rumo à liberdade. A fim de lhes assegurar que ele, Moisés, era realmente o enviado de Deus, quando lhe perguntassem o nome de Deus, isto foi o que Deus declarou: “...EU SOU O QUE SOU...” (Êxodo 3:14). Nessa bela simetria do Tudo-em-tudo, gosto de pensar que o homem é o “SOU” do “EU SOU”. O homem não é Deus, mas é o efeito da causa ― o próprio autoconhecimento que Deus tem de Si mesmo.

Foi a presença de Deus, do Amor, que fez desaparecer o inchaço e o desconforto.

Assim, quando vivenciamos uma cura, estamos compreendendo, até certo ponto, que Deus é Tudo-em-tudo. “Como pode haver mais do que tudo?” a Sra. Eddy pergunta (Ciência e Saúde, p. 287). Como pode haver tudo, ou seja, a totalidade, e algo mais além dessa totalidade? Ou como pode haver um Tudo-em-tudo em que falte algo? Deus tem de ser a cura, porque nada mais está presente, exceto Deus e Seu infinito, autoconsciente universo de pensamento, que inclui cada criação espiritual.  

Recentemente, quando essas percepções me vieram à mente, fizeram com que eu me lembrasse de uma cura que tive quando estava no final da adolescência. Era verão, e meus pais estavam viajando, mas eu fiquei em casa, trabalhando no emprego que eu arranjara para o período de férias. A certa altura, fiquei muito doente, com um problema de garganta que tornava difícil engolir ou comer. Falei com meus pais, que começaram a orar por mim. Também liguei para um Praticista da Ciência Cristã conhecido da nossa família, e ele também começou a orar, e me passou esta breve passagem de Ciência e Saúde para me ajudar em minhas orações: “A compreensão como a de Cristo a respeito do existir científico e da cura divina inclui o Princípio perfeito e a ideia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração” (p. 259).

Deitada na cama, eu repetia sem parar: “Deus perfeito e homem perfeito, Deus perfeito e homem perfeito”. Devo admitir que eu usava esse trecho um pouco como se fosse um mantra. Mas de repente, essas palavras ganharam vida, como se fossem uma luz para mim, e eu as ouvi assim: “Deus perfeito significa homem perfeito”. Para mim, isso estava dizendo que a consequência inevitável de Deus perfeito é homem perfeito, a perfeita semelhança de Deus. Eu reconheci e senti essa verdade como incontestavelmente real. Não havia nenhuma separação entre mim e Deus. Meu existir, como a expressão de Deus, não podia ser nem mais, nem menos do que a semelhança de Deus.

Levantei-me da cama totalmente livre da dor e do desconforto. Desci para a cozinha e aqueci uma macarronada que meus amigos haviam me trazido. Comi e engoli sem nenhum impedimento. Lembro-me de ter pensado que eu não sabia muito bem como a cura havia acontecido, mas sabia que fora através da consciência divina, literalmente a eterna presença de Deus, a Mente. A mente humana não era a fonte desse conhecimento, mas havia, pelo menos naquele momento, cedido lugar, de modo completo, à Mente divina.

Em retrospectiva, raciocinei que talvez a própria impotência que eu senti, e o simples enfoque em uma declaração a respeito da verdade absoluta, haviam me ajudado a abandonar um senso pessoal de mim mesma, e o resultado foi um desejo de me render à totalidade de Deus. Fora a presença de Deus, do Amor, que fizera desaparecer o inchaço e o desconforto. Não podia haver mais do que tudo! Senti-me como Moisés, em solo sagrado, e eu havia compreendido, pelo menos um pouco, que Deus é a cura, porque o "EU SOU O QUE SOU" estava me envolvendo no Tudo-em-tudo.

O apóstolo Paulo explicou isso desta maneira: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (1 Coríntios 15:54). E Mary Baker Eddy assim interpreta esse tema: “Com sua prova divina, a Ciência inverte a evidência do senso material. Toda qualidade e condição da mortalidade se perdem, tragadas na imortalidade” (Ciência e Saúde, p. 215).

Não se trata apenas de ficarmos livres de um problema, mas sim de que contemplemos a verdadeira luz, o imprescindível, harmonioso, infinito Tudo-em-tudo que é Deus. Talvez tenha sido isso o que a Sra. Eddy recomendou a Calvin Hill, um dos antigos colaboradores da Ciência Cristã, que estava lutando contra o medo à tuberculose. Ela lhe escreveu: “Caro amigo, olha bem para essa nuvem que parece serem os pulmões, até enxergares a face do Pai ― o senso da vida não na matéria nem de matéria, e esse reconhecimento espiritual destruirá a nuvem para sempre, realmente a destruirá” (We Knew Mary Baker Eddy [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy], Edição Ampliada, Volume I, p. 355). Em vez de esperar que Deus fizesse desaparecer alguma coisa, ela estava ajudando esse aluno a compreender que bastava que toda existência fosse transladada de novo para o Espírito. 

Não há nada a temer, e não há nada que tenha a capacidade para temer. O Espírito está aqui, agora, declarando, como Jesus o fez: “...Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” (Mateus 14:27). E aqui, neste lugar santo e sagrado do Tudo-em-tudo autodeclarado da Mente, nada mais há de que possamos estar conscientes e não existe nenhuma outra consciência. A isso nós chamamos de cura, mas é muito mais do que isso ― é Deus.

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