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Original para a Internet

A verdade a respeito do bem vence a tentação

Da edição de maio de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 20 de fevereiro de 2023.


“Consigo resistir a tudo, menos à tentação.” Esta espirituosa frase da peça de Oscar Wilde, O leque de Lady Windermere, chama a atenção para o problema da tentação. Tentação é a sugestão de que obteremos prazer, dinheiro, poder etc., se fizermos aquilo que sabemos ser errado. No entanto, a Ciência Cristã ensina, não apenas que Deus é a fonte de todo o bem, mas que nenhum bem existe para ser conseguido fora de Deus e daquilo que Ele criou. Logo, a tentação é sempre uma cilada. 

Encontramos um exemplo perfeito disso na primeira tentação registrada na Bíblia. Uma serpente falante convenceu Eva de que Deus havia mentido, quando dissera a Adão que comer o fruto de uma determinada árvore resultaria em morte. Segundo a serpente, o fruto daquela árvore os tornaria sábios e faria com que Adão e Eva fossem como deuses. Em outras palavras, a serpente enganou Eva, levando-a a acreditar que, embora Deus realmente tivesse criado todo o bem, Ele estaria sonegando de Sua criação uma parte desse bem.

Se a tentação é sempre um engano, nós a vencemos, começando por manter em mente o que é verdadeiro, real ou certo. A partir desse ponto de vista, discernimos que a tentação é uma mentira apresentada como se fosse verdade; assim, podemos rejeitá-la e nos recusar a acreditar nela. Dessa forma, só a verdade permanece soberana em nosso pensamento. 

Cristo Jesus nos mostrou como vencer a tentação por identificar a mentira que ela é.

Para discernir que uma mentira é mentira, precisamos primeiro saber o que é verdade. A Bíblia relata que, desde muito jovem, Cristo Jesus sabia que Deus era seu Pai. Ele disse a Maria e José, quando tinha doze anos: “…Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lucas 2:49). Já adulto, Jesus foi batizado por João Batista, antes de iniciar seu ministério público. As Escrituras descrevem o que aconteceu, quando Jesus saiu da água: “E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17).

 Essa foi uma inequívoca e extraordinária confirmação pública daquilo que Cristo Jesus já sabia: que era o Filho de Deus. Sabendo disso, ele deve ter compreendido que sua saúde, sua vida, sua própria existência eram totalmente espirituais, mantidas e sustentadas pelo Amor divino. Como Filho amado de Deus, ele deve ter compreendido que Deus é o único poder. Não poderia haver, portanto, outra fonte de poder a não ser o Espírito onipotente, onipresente e onisciente. O Mestre deve ter compreendido que o Espírito, tendo todo o poder, estando sempre presente e sabendo tudo, cuida ternamente de Seu Filho amado em todos os momentos e em todas as circunstâncias.

 Após o batismo, Jesus foi para o deserto, onde permaneceu por quarenta dias, orando e jejuando. A Bíblia relata que, a certa altura, um fictício poder oposto a Deus, chamado diabo, tentou Jesus por três vezes. Ele refutou as três tentações, certamente por ter reconhecido que cada uma delas era uma cilada. O que sabia Jesus que o capacitou, primeiro, a vê-las como ciladas e depois, a refutá-las? 

A primeira tentação foi a de procurar comida, transformando uma pedra em pão. Por que isso seria uma fraude? Jesus não se opunha a comer. Portanto, a tentação a ser vencida não poderia ter sido a de ter fome. Em vez disso, ele estava sendo tentado a acreditar que somente a matéria poderia sustentá-lo. A resposta de Jesus ao diabo foi: “…Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4).

Jesus sabia que não precisava transformar pedras em pão. Ele vivia de cada palavra que saía da boca do Pai, e essas palavras — a verdade espiritual — satisfaziam todas as suas necessidades, inclusive a necessidade de comida.

Tempos depois, essa vitória provou ser útil no ministério de Jesus. Diante de uma multidão faminta e tendo apenas alguns pães e peixes, ele demonstrou que, com o Espírito, Deus, sempre há mais do que o suficiente para todos. Assim como o Pai, Deus, satisfizera sua necessidade no deserto, o mesmo Pai amoroso também atendeu à necessidade da multidão.

Segundo o Evangelho de Lucas, na segunda tentação, o diabo tentou persuadir Jesus a acreditar em um poder diferente de Deus — a adorar o diabo, que lhe prometeu poder sobre todos os reinos do mundo. Neste caso a cilada foi dupla. Primeiro, o tentador sugeriu que os reinos do mundo tinham um poder a oferecer que Deus talvez não tivesse ou não estivesse dando a Seu filho. No entanto, o domínio dado ao homem já fora estabelecido no primeiro capítulo do Gênesis. A segunda sugestão falsa era a de que um homem poderia exercer domínio sobre outros homens. Mas o domínio concedido por Deus a cada ideia individual do Amor não poderia ser o domínio sobre outras ideias individuais do Amor, pois cada ideia tem seu próprio domínio outorgado por Deus. Em realidade, o domínio que cada um de nós recebe de Deus diz respeito a nossos próprios pensamentos e ações, o que nos capacita a ajudar e a curar os outros.

A vitória de Jesus sobre essa tentação também foi posta em prática mais tarde. Depois de alimentar cinco mil pessoas, ele percebeu que a multidão desejava “…vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei…” (João 6:15). A missão de Jesus, no entanto, não era a de ser um governante terreno. Humildemente, ele disse a seus discípulos: “…no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lucas 22:27). 

Naquela que foi a terceira tentação, de acordo com Lucas, o diabo “…o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Lucas 4:9–11).

Na tentação anterior, Satanás afirmara possuir todo o poder de todos os reinos do mundo. Se isso fosse verdade, se o mal realmente tivesse todo o poder, então somente o mal poderia salvar Jesus. Poderíamos parafrasear desta forma as palavras do diabo nesse caso: “Tudo bem, Jesus, você afirma que eu não tenho poder e que existe apenas um poder, chamado Deus. Então prove. Salte e vejamos se esse outro poder salva você”. Jesus sabia que poderia vencer as leis materiais. Então, por que não saltar? 

O Mestre se recusou a seguir as ordens do tentador. Ele não precisava provar nada para o erro. Nem nós precisamos. O erro não é uma mente com poder de nos julgar, ajudar ou prejudicar. O erro não é nada, e nós não precisamos argumentar com o nada. Devemos reconhecer o erro como nada e repudiá-lo como Jesus fez. Ele simplesmente afirmou: “…Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Lucas 4:12). 

Novamente, Jesus conseguiu resistir à tentação por reconhecer que ela é sempre uma farsa que nos afastaria da realidade do bem. Quando percebemos a mentira que está por trás da tentação, nós também conseguimos resistir. Deus cria tudo o que é bom, e esse bem é eterno e indestrutível. É dessa forma que podemos distinguir o que é verdadeiramente bom, daquilo que apenas nos tenta a pensar que seja bom.

Um jovem que conheço tinha o problema de alcoolismo. Ele bebera em reuniões sociais por vários anos, mas chegou a um ponto em que o hábito começou a se transformar em vício. Ele havia frequentado a Escola Dominical da Ciência Cristã quando criança e sabia que seu hábito não estava de acordo com o que aprendera — sabia que, para sentir a paz e a felicidade, que são espirituais e provêm somente de Deus, não precisava depender de substâncias materiais.

No entanto, parecia que não conseguia vencer o vício. Depois de muita luta mental e de uma situação particularmente embaraçosa, causada pela bebida, ele finalmente parou de beber. Contudo, a tentação de beber continuou. Ele temia estar perdendo coisas boas, como conhecer e se relacionar com outros jovens. Também sentia falta da sensação que a bebida lhe dava.

Uns dois anos se passaram e ele se manteve sóbrio a contragosto. Certo dia, ao voltar para casa, pensando e orando sobre sua vida, a tentação de beber veio muito forte. Ele descartou esse desejo e continuou a orar, até que teve um vislumbre da verdade: ele de fato nunca havia sido um alcoólatra. Nunca houvera um momento em que tivesse sido viciado em alguma substância material. Ele fora enganado, levado a acreditar em uma mentira sobre si mesmo, a de que era material, preso ao vício em uma substância material nociva. Naquele dia, enquanto orava, compreendeu que nunca realmente houvera um momento em que ele não tivesse sido o perfeito e amado filho de Deus, totalmente livre de vícios.

A verdade dessa percepção acabou completamente com o desejo de beber, que nunca mais voltou. Com gratidão o jovem atribui sua cura à compreensão que adquiriu na Escola Dominical. Além disso, ele viu o benéfico impacto dessa cura manifestar-se em muitos aspectos de sua vida: no casamento, em amizades sólidas construídas sobre valores em comum e em seu retorno à igreja que ensina essa Ciência que cura.

O que Cristo Jesus compreendia sobre sua verdadeira identidade como o Filho amado de Deus o habilitava a identificar a tentação como mentira e, assim, vencê-la. Da mesma maneira, quando o jovem reconheceu sua verdadeira identidade como filho amado do Amor, ele percebeu a natureza enganosa da mentira que o tentava, e a tentação não mais teve poder sobre ele.

Que alegria aprender com o exemplo de Jesus que, se reconhecermos a tentação como uma cilada, e deixarmos de acreditar em sua falsa alegação, e se reconhecermos que o bem é a verdade, nós encontraremos a liberdade e a cura!

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