Jesus disse certa vez aos seus discípulos: “O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Marcos 13:37). Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência que Cristo Jesus ensinou, salientava com frequência a necessidade de sermos vigilantes. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreve: “A oração audível jamais poderá fazer as obras da compreensão espiritual, que regenera; mas a oração silenciosa, a vigilância e a obediência devota nos habilitam a seguir o exemplo de Jesus” (p. 4).
Li recentemente um artigo no Christian Science Sentinel sobre vigilância, que explicava que vigiar é permanecer firme na Verdade, Deus. O autor do artigo, John Lathtrop, foi aluno da Sra. Eddy e, em suas reminiscências, relata uma história contada por ela, a qual ilustrava a necessidade de vigiar.
Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, um soldado do Exército dos Estados Confederados estava prestes a atirar em um soldado do Exército da União, quando ouviu o homem cantando um hino, enquanto marchava de um lado para o outro das fortificações. O franco-atirador baixou o rifle e ficou ouvindo. Ao final do hino, ele e seus companheiros recuaram e foram embora sem atirar.
Anos mais tarde, em um evento em que hinos estavam sendo entoados, o ex-soldado confederado ouviu uma voz que lhe soou familiar. Foi conversar com o cantor e descobriu que era o mesmo soldado da União no qual estivera prestes a atirar antes de ouvi-lo cantar. O ex-soldado da União explicou que se sentira impelido a cantar um hino porque havia sentido a presença de um perigo que ele não conseguia ver. Quando terminou de cantar, sentiu que o perigo havia passado.
A Sra. Eddy concluiu: “Ora, aquele homem estava vigiando, ... Ele não tinha medo, mas tinha consciência do perigo. Os Cientistas Cristãos leem sua literatura, vão à igreja, às reuniões da igreja, e ainda assim podem ser derrubados; isso não é vigiar, eles estão apenas marchando de um lado a outro nas fortificações.”” (We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol 1 [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição Ampliada, Vol. 1], p. 262).
Eu me senti inspirada pela vigilância daquele soldado e pela sua capacidade de pressentir o perigo. Estar vigilante e cantar aquele hino — essencialmente, orar — o haviam mantido a salvo do perigo. Em realidade, ele estava ouvindo os pensamentos angelicais de Deus, isto é, as intuições espirituais que nos mantêm em segurança.
Há muitos anos, passei por uma experiência em que ouvir os pensamentos de Deus me manteve em segurança em uma situação potencialmente perigosa. Ao voltar para casa certa manhã, depois de deixar meus filhos na escola, abri a porta da frente da casa e entrei no vestíbulo. Ao fazer isso, ouvi um barulho vindo da sala de jantar. Meu marido estava no trabalho, então, instintivamente, eu percebi que algo estava errado.
Naquele momento, busquei a Deus em oração. Uma mensagem angelical me orientou para que eu entrasse sem medo na sala de jantar. Ao entrar, vi um homem entrando na casa por uma das janelas. Quando me viu, ele pulou da janela para o jardim e saiu correndo em direção à rua.
Em estado de choque, telefonei para meu marido, que voltou imediatamente para casa e, então, chamei a polícia. Quando eles chegaram com um cão policial e o equipamento para coletar impressões digitais, telefonei para um praticista da Ciência Cristã, o qual amorosamente concordou em orar por mim até que eu recuperasse o senso de paz.
Enquanto ponderava sobre a presença e o poder da Mente divina, Deus, eu reconheci que somente a ação da Mente estava se manifestando, e que o fato de eu estar no lugar correto no momento adequado, conforme estabelecido pela Mente, havia me mantido longe do perigo.
Em pouco tempo, já me sentia mais tranquila, e foi então que percebi a dimensão da proteção que havia vivenciado naquela manhã. Se eu tivesse chegado em casa alguns minutos depois, o homem já estaria dentro da casa e não entrando pela janela, e eu teria me confrontado com ele ao entrar na sala de jantar. Em vez disso, ele rapidamente desapareceu ao me ver.
Expresso minha profunda gratidão ao meu Pai-Mãe Deus, por essa proteção. Nos dias que se seguiram, as palavras do Salmo 91 estiveram sempre em meu pensamento: “Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa … Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (versículos 2, 3, 11).
Quando confiamos na ação da Mente divina em nossa vida, colocando-nos no lugar correto no momento adequado, temos a garantia de que nossa segurança está sob os cuidados de Deus.
