Quase todas as páginas do livro-texto da Ciência Cristã estão entremeadas de gratidão a Deus pela abundância de bênçãos que emanam da providência infinita do Amor. Logo na segunda página desse livro, Ciência e Saúde, a Sr.a Eddy escreve: “Deus é Amor. Podemos pedir-Lhe que seja mais?” E adiante, continua: “Devemos implorar junto à fonte aberta, da qual jorra mais do que aceitamos, para que nos dê mais?” De fato, a Ciência Cristã define Deus como Alma, e Alma como substância, e raciocina que um Deus infinito, o bem, só pode expressar suprimento infinito e ilimitado para Sua criação amada, o homem.
A Ciência Cristã demonstra o poder da Verdade para curar não só o pecado e a doença, mas também a limitação. A cura pelo Cristo, tal como o cristianismo ortodoxo a encara, é geralmente limitada à cura do pecado, ao passo que a Ciência Cristã não só estende o poder da Verdade para curar todas as fases do pecado, mas também para curar os mortais de todas as espécies de carência, e ela o faz com base na bondade infinita de Deus — na Sua perfeição absoluta e na perfeição do homem que Ele criou à Sua semelhança.
É de importância vital, portanto, sustentar o conceito de que Deus, o Princípio divino, é o bem infinito, e que o homem reflete Sua bondade infinita. Podemos perguntar-nos: Estaremos acreditando que Deus às vezes dá apenas parcimoniosamente? Estaremos nos forjando leis de que o homem é limitado por um conceito de insuficiente afluência do bem? Na verdade, a lei de Deus que provê abundância, se aplica a toda a humanidade, em todos os tempos e sob todas as circunstâncias, ainda que a abundância possa, temporariamente, parecer encoberta por crenças de insuficiência e de falta de recursos que se instituíram a si mesmas.
Uma das magníficas afirmações da Sr.a Eddy é esta: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana.”Ciência e Saúde, p. 494; Há com freqüência quem acredite incorretamente que essa afirmação significa que o Amor divino e a necessidade humana são coincidentes — que Deus, o Espírito imortal, penetra no reino mortal e atende a uma necessidade por meio de recursos humanos. Mas, na verdade, não são a mesma coisa, assim como a luz e a escuridão também não o são. Assim como a escuridão é apenas a ausência da luz, a evidência da necessidade humana é simplesmente uma crença de que existe um universo imperfeito além do reino infinito e espiritual de Deus. E tal como a escuridão desaparece na presença da luz, assim todas as crenças errôneas numa necessidade humana são aniquiladas por meio da compreensão da lei da abundância contida no Amor divino.
O fato é que a infinita dádiva de Deus, que proporciona suprimento imediato e ilimitado, está sempre acessível e com abundância para todos. Aceitamos isso ao ponto de compreendê-lo? Lamentavelmente, não. Demasiadas vezes recorremos ao “deus pagão da carteira de dinheiro” em vez de considerarmos devotadamente a lei da abundância de Deus.
A Ciência Cristã mostra que Deus, o Espírito divino, nos dá idéias espirituais — idéias que invariavelmente asseguram-nos termos tudo quanto necessitamos. Deus dota o homem, Seu filho querido, de uma herança ilimitada de idéias espirituais, as quais temos o privilégio de reivindicar e usar. É como se no banco do Espírito existisse para cada pessoa uma conta de crédito ilimitado. O bem abundante está sempre ali. É apenas necessário que nos identifiquemos como legítimos proprietários dessa conta, para então sacarmos contra ela. Nenhuma sugestão de falta de compreensão espiritual de nossa parte, nenhuma crença em falta de merecimento, em incompetência ou insuficiência pode privar-nos das idéias espirituais de Deus. Essas existem sempre em profusão tal que podem suprir abundantemente a necessidade humana do momento. Sob a luz da lei divina da abundância nenhuma procura pode apresentar-se para a qual não existam “fundos” adequados em imediata disponibilidade.
Será que isso significa que podemos obter qualquer coisa que desejamos, independente de estarmos ou não humanamente aptos a “arcar com as despesas”? O que queremos dizer com “arcar com as despesas”? Será que nos volvemos para o falso deus da carteira de dinheiro para saber a resposta, ou será que nos volvemos para o nosso mais alto conceito de Deus e pedimos orientação a Ele? Ao pedirmos à Mente divina que nos oriente, a inteligência provavelmente nos induzirá a indagar: Qual é nossa necessidade? Talvez gostássemos de passear na lua, mas qual é nossa necessidade de ir lá? Será que gostaríamos de andar sobre a água ou de remover uma rocha que barre nosso caminho de progresso espiritual? Essas ultimas ações já foram praticadas por Cristo Jesus e, portanto, está provado que são possíveis — mas qual é a nossa necessidade?
Se alguém se encontrasse numa situação humanamente crítica sem nenhum meio visível para escapar, Deus atenderia à sua necessidade. Mostrar-lhe-ia o que fazer, e como fazê-lo.
Se precisamos humanamente de melhor saúde, o Amor divino a proporcionará com abundância. Temos apenas de nos apegar esperançosa e agradecidamente à compreensão da perfeição de Deus e da perfeição do homem à Sua imagem e semelhança. Deus exige nossa gratidão pelo bem já recebido e pela possibilidade de demonstrar a perfeição aqui e agora. Então essa necessidade será certamente atendida e a saúde aparecerá em abundância.
Muitas vezes somos tentados pelo “deus da carteira de dinheiro”, o deus da limitação e do medo, do desgaste, a crer que o único remédio para uma receita insuficiente é a escolha entre aumentar a receita ou cortar os gastos. Mas a experiência demonstra que um aumento na receita resulta muitas vezes num aumento ainda maior nas despesas, ao passo que o corte nos nossos gastos raremente nos satisfaz as esperanças.
A Ciência Cristã apresenta a única solução correta para os problemas financeiros. Mostra como o Amor divino satisfaz à necessidade humana por meio da compreensão de que tanto o excesso como a insuficiência são falsos. Ambos são crenças que precisam ser substituídas pela idéia espiritual e verdadeira de que a oferta e a procura são governadas pelo Princípio divino. Todas as dificuldades financeiras podem ser curadas por intermédio da mesma verdade que cura qualquer outra forma de limitação ou doença — pelo conhecimento da verdade sobre o universo perfeito de Deus e Sua lei perfeita de abundância e pelo consentimento a que essa verdade revele a nulidade da crença falsa e a dissolva na compreensão espiritual.
A ação correta em questões financeiras está governada por exigências divinas. Concedemos ao quadro humano um pensamento inteligente, juntamente com o reconhecimento de que na verdade a situação está sob a direção da Mente divina. Cuidamos em obter o máximo de nossos recursos atuais, evitando a repetição e os gastos desnecessários. Consideramos o efeito que nossas ações poderão ter nos assuntos de nosso irmão (mesmo que tal consideração nos seja aparentemente desvantajosa) e mantemos o mais alto conceito de honestidade e Princípio. Como afirma a Sr.a Eddy no Manual de A Igreja Mãe: “Deus exige que a sabedoria, a economia e o amor fraternal caracterizem todos os atos dos membros de A Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista.”Manual, Art. 24, § 5°;
A aplicação da lei divina da abundância faz com que seja levado à consciência humana o reino de Deus, com sua harmonia e totalidade, o próprio reinado de Deus que Cristo Jesus nos assegurou estar dentro de nosso poder atual de compreendê-lo e dele usufruir.
O Salmista resume essa questão nestas palavras: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será, bem sucedido.” Salmos 1:1–3.
